⚠️ IMPORTANTE: CAPRICORNUS contém alguns filmes raros, que tiveram legenda sincronizada, outros traduções para o português, deu trabalho pra tá aqui ent vai roubar conteúdo da puta que te pariu sem dar os créditos. ~ Siga a gente! Os filmes tem limite de visualização mensal, caso não consiga, tentar próximo mês.

Amor Só de Mãe (Curta 2002)

Diretor: Dennison Ramalho
Duração: 21 minutos
País de origem: Brasil
Áudio: Português | Legenda: Indisponível

Sinopse: “Amor só de mãe” (2002) conta a história de um pescador que vive em uma vila isolada e pobre, com um dilema entre sua genitora e seu amor. Filho (Everaldo Pontes), como é chamado por todo o filme, tem um relacionamento amoroso e carnal com Formosa (Débora Muniz). A mulher o pressiona para largar a mãe e ir embora do fim de mundo em que vivem, mas com as negativas de Filho, o casal se desentende. Seria uma história comum, não fossem os macabros acontecimentos que se seguem…

Haxan - A Feitiçaria Através dos Tempos (1922)

 Título: Häxan (Original)
Häxan: Witchcraft Through the Ages (EUA)
Diretor: Benjamin Christensen
Duração: 104 minutos
País de origem: Suécia
Audio: - | Legenda: Português

Sinopse: Häxan documenta as perseguições movidas contra as feiticeiras numa Europa atravessada pela intolerância religiosa. O filme é narrado em primeira pessoa, como se o diretor desejasse demonstrar uma tese, assim enunciada: “A crença nos maus espíritos, feitiçaria e bruxaria é o resultado de ingênuas noções sobre o mistério do universo”. Torturas, possessões e rituais de Sabá são aqui dramatizados numa narrativa de docudrama, ilustrando uma série de analogias entre o mundo moderno e o período da Inquisição. Obra-prima do cinema fantástico, realizado numa época em que não havia censura. São visíveis as influências pictóricas de Hieronymus Bosch e Bruegel. O virtuosismo de Häxan acabou influenciando Carl Dreyer em “A Paixão de Joana D'Arc”.
Idealizado pelo cineasta dinamarquês Benjamin Christensen em 1919, Haxan foi um esforço meticulosamente trabalhada que levou três anos para estar realizado completamente. Elementos de um documentário combinando com ficção, o filme é uma análise dos diversos males que afligem a humanidade, a intolerância religiosa.

Saló - Os 120 dias de Sodoma (1975)

Títulos: Salò o le 120 giornate di Sodoma (Original)
Salò, or the 120 Days of Sodom (Estados Unidos da América)
Dirigido por: Pier Paolo Pasolini
Duração: 116 minutos
País de origem: Itália
Áudio: Italiano | Legenda: Português

Sinopse: Passa-se na Itália controlada pelos nazistas, onde quatro libertários fascistas seqüestram 16 jovens e os aprisionam em uma mansão com guardas. A partir daí, eles passam a ser usados como fonte de prazer, masoquismo e morte.  Pasolini foi um dos grandes cineastas italianos. Salo, por mais bizarro que possa ser em sua distopia escatológica, está munido de um conteúdo "diferente". É inspirado na obra "120 Dias de Sodoma", do Marques de Sade, na qual a natureza humana é levada a abismos extremos. Pasolini bebeu dessa perversidade da obra e a transportou, metaforicamente, do micro para o macro pois, no século XX, nada ilustrou melhor a perversidade humana do que os regimes totalitários de Hitler e Mussolini, o cineasta imprimiu analogicamente a perversidade criada pelo Marques de Sade, nos regimes Nazi-fascistas. É simplesmente único, uma obra prima ousada da Sétima Arte.

Sweatshop - A Última Rave (2009)

Títulos: Sweatshop (Original)
A Última Rave (Brasil)
Diretor: Stacy Davidson
Duração: 93 minutos
Áudio: Inglês | Legenda: Português

Sinopse: Charlie e seus amigos invadem um galpão abandonado pra fazer uma festa improvisada. Sem o conhecimento deles, algo se esconde no lugar escuro... uma presença tão horrível, tão monstruosa, que não tem nome. Alimentada por uma fúria incontrolável, não provocada, esta besta só sabe uma coisa - Charlie e seus companheiros escolheram o prédio errado, e eles estão prestes a pagar por isso. 
O filme tem uma proposta clichê como em todo filme de terror, história de sempre, jovens indo a lugar onde não deve, fazendo merda! No caso foram à uma fabrica abandonada montar uma rave.
Porém, as mortes são até impactantes, da pra sentir a dor do carinha, são criativas apesar de serem toscas.
Entretanto o que destacou na minha opinião foi o estilo Cyber gótico, músicas industriais, nada de paty no filme, nem boysinho, só as porra louca, drogados, bêbados, birutas, punks, a menina de moicano haha. Enfim, não tem muito roteiro, mas pra quem gosta de violência e trashera, é o filme certo.
Nota geral no Filmow: 2.6 (baseado em 36 votos)

↓ ASSISTIR ABAIXO  | FILMOW | ONLINE (VK)

NIGHTBRINGER (Entrevista)

Entrevista com Naas Alcameth (vocal e guitarra)
Entrevista conduzida por Sargon.
Data: 19 de maio, 2010
Sargon: Nightbringer existe há cerca de dez anos antes do lançamento de Death and the Black Work. Conte-nos como a banda se formou e o que causou a longa espera para gravar um álbum.


Naas: Nox e eu tínhamos desempenhado juntos anteriormente em bandas black-death antes da formação de Nightbringer. Nós dois havia escrito black metal em torno deste mesmo tempo e então tivemos mais interesse em prosseguir neste projeto. Os primeiros anos foram em grande parte improdutivos, como nossas composições e materiais estavam desmartelados com apenas duas faixas rústicas gravadas em quatro faixas para mostrar para ele, que eventualmente foram liberados na Horde Of Darkenwood (Split) em 2001.

A Serbian Film - Terror sem Limites (2010)

 Títulos: Srpski Film ou  Српски филм (Original)
Um Filme Sérvio (Brasil)
Diretor: Srdjan Spasojevic
Duração: 104 minutos
País de origem: Sérvia
Áudio: Língua sérvia | Legenda: Português

Hey! Começando a postar sobre os filmes que eu tinha que postar, e com certeza meu primeiro escolhido vai pro polêmico Filme Sérvio, (polêmica: amo/sou), no decorrer da semana vem outros, lembrando que o blog não é um blog especificamente sobre filmes, mas faz parte, e muito. E todos que irei postar faz parte do baú da desgraça, portanto não esperem milhões de filmes sobre todos os gêneros. Se algum filme não funcionar me avisa pls. Pega a pipoca, chama a família pra sessão da tarde... Porque isso é uma delícia de filme.

Sinopse: Dirigido, produzido e escrito pelo estreante Srdjan Spasojevic, "A Serbian Film" conta a história de Milos, um ex-ator pornô que está longe do negócio e vive com sua esposa e filho. A situação não é tão fácil com a crise econômica e, portanto, aceita a oferta de um antigo colega da indústria e uma estrela de cinema XXX. Lá você vai descobrir que as intenções do diretor de ir além do simples ato erótico.

Um Guia a Sabedoria Oculta Da Cabala (Download livro)

Sobre este Livro

O foco destes estudos é primeiramente na iniciação de processos interiores que os indivíduos

se submetem no sua próprio passo, sem discriminação de raça, idade, sexo, estado civil, ou afiliação religiosa.

Como o objetivo deste livro é assistir o individuo em confrontar os primeiros estágios do reino espiritual, incluímos dez lições completas de Cabala que podem ser usadas para divulgar a sabedoria a qualquer um que esteja buscando uma orientação prática para entender o mundo que vivemos. Este método único de estudo, o qual encoraja a compartilhar essa sabedoria com outros, não é somente uma sabedoria de ajuda com os outros, mas sim nos ajuda a superar as provas e tribulações do dia a dia da vida, onde inicia-se um processo no qual os indivíduos ampliam os seus padrões além dos limites do mundo de hoje.

"Benzion Giertz"

Download Livro

Drogas no ocultismo moderno & o transe

Hyamunisiddha Aussik Aiwass

Com poucas exceções, os modernos escritores ocultistas tendem a condenar o uso de substâncias psicoativas. “Tomar drogas”, de fato, tem sido muitas vezes caracterizado como um atributo de vilão ou vitima, ou, na melhor das hipóteses, de alguns diletantes desorientados. Dion Fortune, por exemplo, em seu Autodefesa Psíquica, considera o uso de drogas na Magick perigoso, indesejável e ilegal (embora deixe em aberto a possibilidade da experiência por pesquisadores sob supervisão médica). Outro escritor moderno, William Crey, acha os resultados da exploração psicodélica destituída de qualquer valor real, já que expõe as pessoas a percepções que não podem assimilar, devido á falta de preparação.

Ao mesmo tempo, contudo, há os que acham as drogas úteis, e até mesmo admitem tê-las usado. Em sua maioria, esses escritores estão ligados (embora talvez a certa distância) ao trabalho de Aleister Crowley — por exemplo, Israel Regardie e Louis T. Culling; embora haja aqueles cujas relações com Crowley são tão remotas que provavelmente não contam — por exemplo, Andrija Puharich, algumas de cujas experiências com Amanita muscaria (a mosca agárica) Aldous Huxley presenciou, depois de ter sido ele próprio iniciado na mescalina em Berlim por Aleister Crowley. 

A posição geral dessas pessoas é de que as substâncias psicotrópicas podem ser auxiliares úteis em algumas fases do trabalho ocultista: todos apontam a necessidade de cautela e de um ocultismo que faça mais do que simplesmente confiar em que a droga faça todo o trabalho: ver, por exemplo, Role a Pedra para Longe, de Regardie.

A idéia de que as drogas psicoativas não são uma parte legítima da prática ocultista não parece ter-se desenvolvido até já bem adiantado o século XIX. Já é visível em Magia Transcendental, de Éliphas Lévi, mas está ausente em O Mago de Barrett, em que se descrevem especificamente as experiências envolvendo o uso e preparação de drogas psicotrópicas. A maioria destas também consta de obras de escritores muito mais antigos; encontra-se uma receita para extrair “veneno” de sapo parecida com a de Barrett (embora se use o sapo inteiro) em “A Visão de Sir Ceorge Ripley”, em Theatrum Chemicum Britannicum, de Elias Ashmole. Porta, em seu “Experimentos Psíquicos”, descreve como usar erva-moura, papoula, estramônio e outras drogas para provocar o sono, sonhos e loucura; antes disso, houve época em que se julgava ser o álcool destilado o elixir da vida, e a quintessência. Além disso, estudos como as histórias de Castañeda sobre seu trabalho com o xamã yaqui Don juan deixam claro que o uso mágicko e religioso de psicotrópicos não está necessariamente relacionado a estilos de vida “primitivos” ou degenerados”; e em Carne dos Deuses, de Furst, há ampla evidência da existência de um conhecimento muito sofisticado do cultivo e processamento de materiais que contêm drogas entre certos grupos de índios americanos. Foi a pesquisa de Wassons que primeiro deixou clara a extensão do uso de droga mágicko-religiosa, e é correto dizer-se que foi E. G. Wasson quem explorou a ligação da Amanita muscaria com os primórdios da religião védica. Mais imediatamente Puharich investigou os efeitos de várias drogas nos fenômenos psíqicos, sem comunicar quaisquer resultados terríveis.

A natureza precisa dessa aparente divergência de Opinião sobre a legitimidade do uso da droga no trabalho ocultista é meio obscura. Poucos escritores ocultistas entram em muitos detalhes sobre esse assunto (embora os defensores sejam geralmente mais específicos e concretos): na melhor das hipóteses, não parecem ser mais sofisticados em relação a substâncias particulares e seus efeitos que a exotérica farmacologia de sua época. Muitas das observações dos escritores mais antigos (por exemplo, os comentários de Fortune sobre os efeitos dos psicotrópicos no coração e sobre o problema das dosagens padronizadas tornaram-se obsoletas com as mudanças na indústria farmacêutica (novas drogas e melhores métodos de preparação para substâncias sintéticas), pela crescente sofisticação dos equipamentos e da especialização na testagem, e por sua maior disponibilidade em geral. Outras advertências, sobre o efeito de encontros despreparados com outras formas de consciência e coisas assim, parecem derivar mais das glamourizadas imagens do efeito das drogas do que de qualquer experiência clínica concreta com terapia psicodélica ou com o controle de reações perturbadoras de experiências pessoais com psicotrópicos.

Os comentários acima provavelmente aplicam-se menos à literatura de Crowley. Em Líber 777, seu ensaio sobre taxonomia Qabalista, ele faz urna tentativa bastante detalhada de classificar várias drogas em termos da Árvore da Vida, e na verdade faz uma coisa impressionante: identifica a flor da noz moscada com o segundo trunfo do Tarot, o Mago, que é atribuído ao planeta Mercúrio, e o peyote a Sephira Hod, ao qual também se atribui o planeta Mercúrio. A atribuição do peyote ao Mercúrio encaixa-se perfeitamente com o nativo uso americano dessa droga como guia e mestre, às vezes personificado como Mescalito, em inteira consonância com o papel de Hermes como psicopompo. Mas até bem recentemente não se reconhecia geralmente que as substâncias psicotrópicas na flor e na noz moscada estão estreitamente relacionadas do ponte de vista químico, embora um pouco menos do ponto de vista farmacológico, à mescalina, um dos elementos importantes do peyote. O peyote é encontrado no México, todavia no Brasil temos o famoso “chá de cogumelo” do Amanita muscaria (cogumelo) que trás a mesma substância do peyote, a mescalina.

Culling também reproduz uma pintura de cerca de 1912 E.V. atribuída a Crowley, descrita como um glifo de iniciação; no primeiro plano estão o que parecem ser representações das espécies vermelha e dourada de Amanita muscaria. Isso sugeriria que Crowley tinha algum conhecimento das propriedades psícotrópicas do cogumelo: contudo, não é citado em 777 (primeira edição 1909), mas é citado no 777 e outros escritos Qabalísticos, editado por Hymenaeus Beta. Crowley tinha uma compreensão mais eficaz da farmacologia e farmacognose, principalmente depis de suas experiências relatadas em Entusiasmo Energisado e no famoso The Paris Working. Um exemplo desses é o tratamento que dá à mandrágora, à beladona e ao estramônio, três plantas solanáceas de constituição e efeitos muito semelhantes: todas têm múltiplas atribuições e dificilmente coincidem. Todavia, Crowley mostrou-se ingênuo, peculiarmente no que se refere ao uso da heroína para tratar da sua asma, por recomendação de um médico; o uso da datura stramoniurn, embora certamente não mais comum, era conhecido na época e teria sido uma terapia muito mais racional.

No ensaio citado acima, Entusiasmo Energisado, Crowley relata o culto de Bacchus, Afordite e Apolo. Como Mareceli Motta gostava de dizer, “em bom português”, Vinho, Sexo e Música para a energisação do corpo físico. Mas como é dito em Líber Al vel Legis, “os rituais serão metade conhecidos e metade escondidos”. A experiência nos mostra que Crowley não deixou enfático neste ensaio o sábio uso do vinho que sem determinada substância, ao invés de energisar, causa fadiga mental e letargia psíquica. Para que o vinho realmente cause estados alterados com energisação do corpo físico é necessário que a ele seja adicionado a mescalina.

Essa informação encontra-se mais explícita no The Paris Working onde enfatiza “que o vinho carregado com a força do cogumelo é o melhor agente mágicko”.

Em seu “Diário de um drogado”, livro usado hoje em dia em clinicas americanas no tratamento de vícios por psicotrópicos, Crowley deixa claro que a mescalina é uma das melhores, “para não dizer a melhor”, drogas para utilização mágicka. Neste mesmo livro Crowley relata que seu primeiro encontro com a mescalina foi no México, onde aprendeu com os índios o manuseio do peyote. Mas assim como no Brasil, a Europa não possui o peyote, no entanto, a mescalina pode ser encontrada no cogumelo (Amanita muscaria).



TRANSE


As Formas de transe — um estado anormal da mente caracterizado por certo grau de dissociação da consciência— são varias. Os mais familiares ao leigo são o transe hipnótico e o mediúnico, mas além desses existem outros tipos induzidos por debilidade física, por drogas, pela música e a dança, e por literalmente centenas de outras coisas. Na raiz, porém, todos os tipos de transe são idênticos. As diferenças são de grau, variando do ‘‘transe leve” da pessoa que consegue lembrar-se de tudo que aconteceu durante o estado anormal até à possessão extática de um devoto do Vodu, que não tem qualquer lembrança do que ocorreu enquanto esteve “dominado” por uma divindade. Há também diferenças nos padrões de comportamento culturais, mas apesar do aparente abismo profundo entre, digamos, as atitudes de um frenético pai-de-santo dançando Umbanda no Brasil e o porte digno e as declarações solenes de um oráculo tibetano, os dois estão passando pela mesma experiência, uma dissociação da consciência e um esvaziamento das camadas subliminares da mente.

Não há dúvida de que o homem primitivo descobriu o transe por acidente, pois uma concussão cerebral provocada por uma pancada na cabeça freqüentemente vem associada a um estado indistinguível do transe — uma situação em que parte da mente se “separa” do resto. A pessoa pode continuar a falar e mover-se ou ficar estendida meio comatosa, pode agir de maneira inteiramente compatível com seu padrão usual de comportamento ou de maneira muito diferente, mas na maioria dos casos não terá lembrança total do que ocorreu durante o período de dissociação. Na certa foi esse fenômeno, não inteiramente compreendido hoje e inteiramente misterioso para o homem primitivo, que motivou a teoria de que no transe a alma deixa o corpo, que é então momentaneamente ocupado por outro morador — deus, demônio ou fantasma.

Assim que se aceitou o transe como coisa desejável, um meio de pôr os seres humanos em contato direto com forças supra-humanas, era inevitável que os homens começassem a buscar métodos de induzi-lo deliberadamente. É possível que a trepanação — abertura de buracos em crânios de homens vivos praticada com perícia por homens na Idade da Pedra fosse uma dessas técnicas de indução ao transe, mas, se era, as dragas, a privação física e os exercícios respiratórios a substituíram.

E errônea a crença comum em que existe alguma coisa peculiarmente moderno no uso de drogas psicotrópicas — que produzem alterações na consciência, Ao contrário, o uso dessas substâncias para atingir a dissociação é extremamente antigo. O oráculo de Delfos mascava as “ervas de Apelo”, os xamãs da Sibéria tomavam agárico (o “cogumelo sagrado” das teorias modernas), e os heróis semidivinos da antiga Índia bebiam o misterioso soma, que era possivelmente uma infusão de agárico, ou álcool — um psicotrópico para quem não tem semi-imunidade genética aos seus efeitos. Hoje, os Magistas tântricos de Bengala ainda fumam haxixe como uma preliminar para os rituais de indução ao transe, e os médiuns dos cultos semi-espíritas e semi-vodus do Brasil tomam grandes quantidades de cachaça antes e até o fim da duração de seus estados de transe.

Não se sabe ao certo o exato mecanismo fisiológico pelo qual se induzo transe, mas parece provável que qualquer tensão forte, prolongada, infligida ao cérebro, pelo corpo ou a mente, seja em ultima analise capaz de produzir transe. As drogas, por exemplo, em essência produzem efeitos provocando uma falta parcial de oxigênio do cérebro: por outro lado, os exercícios respiratórios (pranayamas), que quase sempre envolvem um certo grau de hiper-ventilação – mais comuns no Yoga Taoista, inundam o sangue de oxigênio e privam o cérebro de açúcar. Esse e o meio mais fácil de induzir transe, e a respiração suficientemente prolongada, profunda, muito rápida, produzirá transe em quase todo mundo.



SÓIS VERDES E VERMELHOS


Métodos mais simples, mas igualmente fortes, de chegar ao transe são usados por iniciados do moderno culto da feitiçaria. Eis uma versão até agora inédita, dada por uma feiticeira de terceiro grau, sobre a primeira vez que entrou em transe, e como se sentiu.


Após terminarmos o ritual escrito, que achei um pouco sentimental e “literário”, começou a verdadeira festa. Tivemos sorte pelo fato de X... primo do dono de [...] Wood (que é completamente isolado e particular) nos emprestar a propriedade para a noite. Estávamos numa clareira meio ampla, agora plantada com coníferas, a menos de um quilometro da A4 [estrada principal]. Acendêramos a fogueira ao lado do lugar onde fizéramos o Círculo, e de qualquer maneira era uma noite quente. A única distração era o barulho dos caminhões pesados mudando as marchas, que o vento trazia da estrada. X... tocava sua flauta doce, que não é meu instrumento preferido, e depois de algum tempo iniciou uma música folclórica, modal, mas num compasso 3/4, que me pareceu adequada ao nosso estado de espírito. Repetia-a sem parar, e começamos uma dança da serpente, Diana na frente tocando os bongôs que pendurara ao pescoço com sua corda. Passado algum tempo, Diana nos levou a pular a fogueira, que morria um pouco, a cada terceira volta. De vez em quando, alguém saía da fila e tomava um copo de ponche do feiticeiro, que eu preparara antes num “caldeirão” (na verdade um balde de carvão, de latão, lavado). Era uma mistura muitíssimo forte, vinho tinto, conhaque e varias ervas que acrescentei em honra da Deusa, mas de algum modo todo o esforço e a atmosfera geral nos tinham feito beber demais, e estávamos todos meio tocados.

X... abandonou a flauta e juntou-se à dança, mas Diana continuava batendo no bongô e acelerara o ritmo. Continuamos dançando, e de repente comecei a sentir aquela sensação estranha que a gente tem, às vezes, quando dirige por grandes distâncias. Tinha consciência de tudo que fazia, mas ao mesmo tempo me sentia curiosamente desprendida do meu corpo. Eu ainda estava dentro dele, claro, não tinha me projetado astralmente, nem nada assim, mas apenas como um observador imparcial, me deixando levar, emocionalmente desligada. Um pouco depois, G..., que era o terceiro na serpente, saiu da dança e caiu no chão, contorcendo-se em convulsões e tentando falar, mas apenas balbuciando. Por meio segundo, paramos, mas Diana, ainda tocando o bongô, nos gritou: “a Deusa. Continuem dançando”. Na volta seguinte, errei o salto ao passarmos pela fogueira e aterrissei nas brasas vermelhas, que se grudaram nas solas dos meus pés. Notei com surpresa mas sem interesse que não tinha mais qualquer sensibilidade nos pés, qualquer sensação de contato com o chão, qualquer queimadura. Agora só importavam as batidas do bongô e a dança, de algum modo meu corpo era uma coisa só com essas duas.

O tempo distorceu-se, esticou-se. Cada passo da dança durava uma era, cada salto sobre a fogueira me deixava suspensa, levitando sobre a fogueira uma eternidade, e o tempo todo a falta de sensibilidade que começara nos pés me subia pelo corpo, as coxas, a barriga, o peito. Eu sabia que aquilo ia chegar à cabeça, e chegou. Vi estrelas, literalmente, enormes sóis flamejantes de verde ou vermelho, tudo rodando dentro de mim. Tudo escureceu, e quando dei por mim estava estendida no chão, tremendo com calafrios debaixo de um cobertor, os pés doendo como o inferno. Durante quase meia hora meu corpo tinha sido usado pelo deus.


Aleister Crowley empregava métodos muito semelhantes de indução ao transe, embora mais sofisticados e com uma tendência sexual mais forte. Ele perguntava: “Como se pode chegar ao êxtase?” e respondia: “Pela invocação de Bacchus, Afrodite & Apolo”. Crowley refletiu muito sobre esse tema, e registrou suas conclusões no ensaio dito acima, Entusismo Energisado. Ele concluiu que a música mais eficaz era a produzida pelos tantãs (como também achava Aldous Huxley), e a bebida mais efetiva a “taça do amor”, que ele trouxera do México, uma infusão da droga alucinógena mescalina em álcool. As leis de obscenidade da época impediram-no de registrar sua opinião sobre como se devia invocar Afrodíte, talvez felizmente, pois quando colocou tais teorias em prática, numa série de ritos mágickos coletivamente conhecidos como a The Paris Working, os participantes das cerimônias eram exclusiva-mente bissexuais. The Paris Working parece ter sido muitíssimo bem-sucedida: tanto Crowley quanto seu discípulo Victor Neuburg foram possuídos em várias ocasiões, ou assim acreditaram, pelos deuses que invocaram. Infelizmente, porém, a maior parte da informação e dos ensinamentos que os deuses transmitiram pela boca dos Magos possuídos revelou-se inverídica ou inútil. Todavia, The Paris Working, magickamente falando, foi um sucesso.

Outros meios de alcançar a dissociação usados por Crowley e seus seguidores assemelham-se muitíssimo ao da escola de atores do “Método”. Os Magos desempenham papéis num tipo de peça de mistério, e identificam-se fortemente com seus personagens. Um Mago que interpreta o papel de João Batista, por exemplo, faz o possível para esquecer que está simplesmente representando e ser joão, com todos os pensamentos, emoções e crenças dele. Crowley escreveu uma série de peças de mistério, Os Ritos de Eleusis, para serem usadas desse modo. Numa ocasião elas foram encenadas numa casa particular em Dorset, e Neuburg, fazendo o papel de Marte, mergulhou em transe e supostamente foi possuído por essa divindade marcial. Segundo Crowley, o deus — isto é, Neuburg em transe — previu acertadamente não apenas a Guerra dos Bálcãs de 1912 E.V., mas também a Primeira Guerra Mundial de 1914-18 E.V.

"Faz o que tu queres há de ser tudo da Lei. "

Patrick Larabee: A arte delimitando as trevas.

 
Logoi Spermatikoi - The Seed of Creation.
Disponível em: https://www.flickr.com/photos/115289066@N05/12106941643
 
"Eu sou um artista e autor, cujo principal objetivo é encarnar as dimensões invisíveis e não vistas do Outro Lado: as realidades desconhecidas e sub-conscientes que nos rodeiam e ainda buscam ser descobertas através da nossa sondagem de territórios não revelados da alma e do espírito.

É através da força criativa que reside dentro de mim, como um reflexo daquele desejo original que gerou a integridade da existência a partir do caos, que sou levado a definir, através da palavra e da imagem, o que está oculto e muitas vezes conhecido como Mistério.

Durante duas décadas de práticas eu tenho sido influenciado por uma série de escritores e artistas que tenho como integrantes para o meu crescimento como indivíduo e praticante das Artes Mágicas, uma pequena lista destes, de nenhuma maneira completa, seria: Nigel Aldcroft Jackson, Kenneth Grant, Doreen Valiente, Shani Oates, Austin Osman Spare, Andrew Chumbley, Kahlil Gibran.

Descobri que seus escritos são de importância vital para o magista moderno, e ainda, o caminho mais importante que sigo é o de meu próprio coração e da sabedoria que flui daí, e sempre sou um viajante e buscador desse conhecimento e luz trancados nos recessos de meu próprio Ser."
 
Essas, as próprias palavras de PATRICK JOHN, Multifacetado, interesses que passeiam pelos caminhos da Arte através de poesia & prosa, de desenho & fotografia, da sensibilidade, enfim, de um Andarilho... Acompanhe.

Mitologia Egípcia

Imagem: https://ladynyo.wordpress.com/2014/05/22/goddess-nut-poem/

Como em todas as civilizações antigas, a Cosmogonia ocupa a primeira parte dos textos sagrados egípcios, tentando explicar com a fantasia e o relato milagroso tudo quanto se escapa do reduzido âmbito do conhecimento humano. Para os egípcios, como para o resto das grandes religiões, a criação do Universo faz-se de um único ato da vontade suprema, a partir do nada, da escuridão, do caos original. 

Tarô de Crowley Palavras-chave (Hajo Banzhaf e Brigitte Theler)

Em Tarô de Crowley — Palavras-chave, Hajo Banzhaf e Brigitte Theler expõem de forma didática 18 maneiras de disposição das cartas, descrevem detalhadamente a simbologia de todos os Arcanos Maiores e Menores e no final de cada uma fornecem o seu atributo astrológico.
"Cada carta é, em determinado sentido, um ser vivo, e suas relações com os vizinhos são o que se poderia chamar de diplomáticas. Ao estudante cabe a tarefa de incorporar estas pedras vivas a seu templo vivente."
Aleister Crowley

Veja o livro completo:

Black Pyramid (Revisão e discografia)

Origin: United States
Genre: Stoner / Doom Metal
Lyrical themes: Religion, Occult Themes, Sorrow

Origem: Estados Unidos
Gênero: Stoner / Doom Metal
Tema Lírico: Religião, Temas ocultismo, dor

De acordo com o review de (Wizard Of Doom, 2009), o álbum "Black Pyramid" encapsula o legado sônico de Black Sabbath durante todos esses anos, porém tem sua própria história para contar nunca esquecendo da importância da letra de suas músicas.

Bem produzido, o tom da guitarra é grosseiro, difuso e consistente. O bass claramente audível enquanto soa uma ótima bateria. No geral, o álbum não possui a sensação de estúdio polido e assemelha-se mais a uma atmosfera ao vivo. 

O disco "Black Pyramid" é embalado até a borda com riff após riff. Ouvindo e sendo capaz de distinguir a influência atrás daqueles que se inclinam mais para o stoner (sabe aquela sensação de quando fuma uma ERVA DA BOA E NATURAL), psicodélicos, hardocre e blues de Doom. Da Cathedral to Spirit aos Electric Wizard. Mas é uma outra ação generosa de Doom Metal.

Os demais álbum super indicados são: II (2012) e Adversarial (2013), comente o que achou.

Demonologia - Lilith (Parte 3 final)

Imagem: Etsy

Lilith é o nome da concha qliphótica (da árvore da morte) - ou Qlipha - de Malkuth, e significa Noturna, fornicária. Lilith é também o arquidemônio da Esfera lunar Yesod, pois a Terra e o plano astral são muito próximos e se influenciam intimamente.

Ela, o demônio da luxúria, personificação dos impulsos sexuais promíscuos, e sua obsessão por prazeres sensoriais do sexo a todo custo, seu descaso e desamor material!
Condizente com a sua função, ela deve se apresentar da forma mais "bela" possível, para seduzir os homens apresentando-os os prazeres sexuais.

Voices From Beyond... Vozes... (poesia)


Algo que valha a pena em um mundo desatino,
o nada é tudo que resta,
no nada para eles, acontece tudo para mim,
as vozes esperam o silêncio para atormentarem,
as ruas estão sem cor, todos estão sem rostos, e eu prostrado.
Todos estão mutilados por onde passo.
Do alto parecem apenas formigas, o mais alto possível,
olhar toda podridão de cima, abrir os braços e lembrar da nostalgia,
cansei de ser infausto.
Todo o silêncio, é o barulho das vozes,
algo notável a mim mesmo é algo extremo,
o quão extrema essas vozes irão ser não sei.
Aqui estás minha primeira voz, no lado esquerdo de meu quarto, está sangrando, está sem olhos para não ver a cor da vida, ela é desditosa.
Ao lado direito a voz estás surda, para mim não ouvir nada, apenas ela mesma.
Logo atrás, a assassina, traiçoeira, ela tem sede de matar, de mutilar, é psicótica.
Apresento-lhes minha quarta voz, o quarto perigo, está morrendo de fome, também sangrando,
comida para essa voz são vermes,
apenas vermes, e depois vômito.
Esta à minha frente é a mais forte, ela fala mais alto,
ela não espera somente o silêncio para agir, ela não é real,
o real não faz parecer mais importante,
ela quer tudo sem ter que fazer nada,
química é passageiro, mas a dor é duradoura.
Alimento estas vozes, e esqueço de alimentar a mim mesmo,
Alimento o pesadelo, e esqueço de alimentar o sonho.
Matarei as vozes, mas antes matarei todos, e apenas depois matarei a mim mesmo,
elas estão vindo em uma nevoeira, estão correndo,
todas armadas.
Irei correr, a cada esquina uma voz irá me encaminhar a uma ponte muito alta,
em cada esquina, a outra voz irá me oferecer veneno,
elas irão encontrar tudo e me empurrar para a queda final,
mas vejo todos caírem comigo, todos desfigurados no chão.
O ar está me sufocando,
você irá me achar em um buraco com a insânia!
Uma Autoria de 
Capricornus Cruentum

A Casa Abandonada | por Gabriel Landa

Um amigo bem próximo me enviou seu conto que fez, achei interessante e pedir para publicar exclusivamente aqui no blog eita nois, o conto se chama A casa Abandonada, o autor é o Gabriel Landa (Facebook) e é cheio de suspense, olha só!


A casa Abandonada

Luciana dormia tranquilamente em sua cama. Estava superando relativamente bem à separação do marido há dois meses. Seus sonhos estavam tranquilos, até que ela acordou com um barulho na casa. A mulher levantou-se rapidamente. Era uma noite quente de setembro, na minúscula cidade de Mundo Novo, Mato Grosso do Sul. A cidade faz uma tríplice fronteira com o Paraná e com o Paraguai. Ou seja, uma rota de drogas e outros artigos ilegais, outro barulho.

Ela se desesperou, saiu da cama e correu pela casa, seu medo é que tivesse alguém na casa e essa pessoa fizesse mal ao seu filho, Marcelo, um bebê de cinco meses.

-Amor- foi o que ela exclamou ao ver o bebê dormindo no berço. Ela correu até ele e o pegou no colo, tranquila por ele estar bem e por imaginar que não havia ninguém na casa. A mãe colocou o filho de volta no berço e se afastou devagar, não deu dois passos e ouviu um som próximo, algo pesado havia caído bruscamente ali perto. Ela correu e olhou pela janela, não havia nada lá fora, a casa continuava trancada, a única abertura era um buraco para se por o ar condicionado, com uma grade de proteção seria impossível alguém entrar por ele. Ela notou que era hora de parar de esperar o pior, foi até a porta que dava para o corredor, ligaria para a polícia, chegou à porta e novamente decidiu voltar ao berço e levar Marcelo junto com ela, por precaução, mas quando chegou ao berço, seu filho não estava mais lá.

Luciana começou a tremer, seu filho sumiu, não havia ninguém no quarto, ninguém no corredor, ninguém correndo no quintal, impossível alguém entrar e sair daquele quarto sem ser visto, ainda mais em tão pouco tempo, mas isso aconteceu. Ela sabia que deveria fazer alguma coisa, ligar pra polícia? Nem perderia tempo ligando, estava tendo comício na cidade, toda aquela gente mais a bajulação aos candidatos, e todo o papo do sumiço ser a mais de 24 horas para ser considerado desaparecido, a polícia não mandaria ninguém esta noite. Porém, Marcos, o pai de Marcelo, era um policial da fronteira, não fazia rondas na cidade, apenas fiscalizava a fronteira Brasil – Paraguai, e essa noite ele estava de folga.

Ela ligou o mais rápido que pode, Marcos atendeu puto da vida, sabia que ela ia ligar pra falar merda – LEVARAM O MARCELO – Ela gritou.

Marcos, do outro lado da linha ficou chocado – O QUE? SEQUESTRARAM O MEU FILHO? QUEM FOI O DESGRAÇADO? – Ele respondeu aos berros.

Ela chorava, soluçava e tentava falar- Não s..sei ele esta...va aqui no berço e...eu me vire e...e ele sumiu, não tinha nada aberto na...ca...casa.

-Sua vagabunda eu saí dessa casa imunda e você deixa isso acontecer?

Ela não teve tempo de responder e ele desligou. Ele não havia culpado ela pelo término, afinal ele quem foi pego transando com outra. Mas ela deixar Marcelo ser sequestrado? Para ele era isso, ela quem deixou. Em outras situações ele raciocinaria, ligaria para um colega. Desta vez não, ele se lembrou de uma casa abandonada que avistava da estrada toda vez que ia para o trabalho, e conhecia os boatos de que encontraram cadáveres de bebês e de crianças no local. Mundo Novo era uma cidade segura, dificilmente alguém sequestraria um bebê, talvez um bêbado tentasse, mas seria visto e não entraria como um ninja em um quarto. Marcos conhecia o quarto do filho, sabia que a única abertura era para um possível ar condicionado, ficava no alto, era pequena e com grades, um bêbado não entraria. Minutos depois o policial entrou no seu Opala 76 verde e pegou o rumo da estrada. Em pouco tempo estava na BR-163, em direção à fronteira.

O telefone tocava, Luciana ainda tentava ligar para ele, mas não atenderia, estava irritado de mais para isso. Em menos de 15 minutos ele chegou ao local, uma estradinha de terra que saía da estrada, ninguém notaria, mas ele passava por ali a cada dois dias, conhecia perfeitamente a estrada, e sabia qual estrada daria na casa. Não dirigiu 200 metros pela ruazinha de terra e os faróis já iluminaram a casa. Ele desceu, ia dar um tiro no olho do primeiro que visse. Embora fosse policial, era um homem bem destreinado, sem uma arma não se daria bem em um combate. Com 1,73m, magrelo, óculos, não fazia um esportes desde que terminou a escola há 15 anos. Fez os exercícios obrigatórios para passar na prova da polícia, mas só.

Uma casa deteriorada, antiga, janelas quebradas, telhas que nem são mais fabricadas. A pequena casa era um quadrado perfeito, 4x4. Provavelmente possuía um banheiro, um quarto e uma sala/cozinha. Não que ele se importasse com arquitetura. Nem havia porta, ele entrou na casa, estava fendendo, cheiro de ácaros, bílis, carne putrefata e decomposição. Marcos ligou a lanterna que carregava na mão esquerda, a direita é claro, carregava seu revólver calibre 38. Iluminou a casa, as paredes estavam marcadas, como se alguém tivesse passado facas até fazer buracos.
O policial estava no meio da sala quando viu, seu filho estava no chão de concreto, de olhos fechados. Ele se abaixou rapidamente e o pegou no colo, Estava vivo, mas desmaiado. Marcos se virou, ia correr até o carro, mas viu algo que o fez parar imediatamente. Parado fora da casa, apenas a alguns passos da porta, estava um ser de três metros de altura, com um terno, não possuía olhos, nariz, boca ou qualquer coisa que identifique um rosto. A coisa era extremamente magra e ao invés de mãos, possuía enormes tentáculos saindo de seus braços. Era a coisa mais grotesca que Marcos já viu. Mal se surpreendeu com a criatura e disparou cinco vezes contra o peito dela, que apenas recuava com os impactos. O policial notou que seria inútil desperdiçar o sexto tiro no peito, atirou na cabeça do ser, que caiu com o impacto. Marcos correu, passou pelo corpo da coisa jogado no chão. Abriu a porta do carona, e colocou o filho na cadeirinha de bebê acoplada ao banco. Apertou o cinto, fechou a porta e correu para o banco do motorista, aquilo não era humano, e ele não queria estar perto para descobrir se a coisa ainda estava viva depois dos tiros. Marcos se sentou no banco, fechou a porta, pôs a chave na ignição e sentiu algo roçando seu pescoço. Era um tentáculo. A coisa estava viva, o homem-esguio estava vivo. E o sufocava, Marcos tentou lutar, gritar e até mesmo respirar, mas não conseguia. Olhou para o filho e notou os tentáculos do braço esquerdo da criatura entrando pela janela do passageiro e retirando Marcelo da cadeirinha. Foi aí que ele notou, foi assim que ele levou seu filho no início, seus tentáculos entraram pelo buraco do ar condicionado, havia grades e um bebê passava, assim como os tentáculos daquele ser. Não eram como os de um polvo em uma pessoa, não havia ventosos, mas era como uma pessoa que desenvolveu tentáculos, sem mistura de seres marinhos com humanos. Marcos também se lembrou dos boatos de cadáveres de bebês no local, foi o homem-esguio que os deixou lá. Ele que matava as crianças. O policial usou suas últimas forças para tentar tirar o tentáculo de seu pescoço. Viu o filho agarrado pelo ser. Enquanto aquela cabeça sem rosto “olhava” para ele, lutando de dentro do carro. Marcelo no colo da criatura segurado pelo braço livre. Seu último pensamento foi – Meu filho vai morrer esta noite.