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Xamanismo: A arte do Êxtase (Parte 1)

Por Ana Vitória (2006)
Arte do êxtase ou "ex stasis", termo grego, significa literalmente - "ficar fora" - "libertar-se" da dicotomia da maior parte das atividades humanas. Êxtase é o termo exato para a intensidade de consciência que ocorre no ato criativo. Não é irracional, é supra-racional, une o desempenho das funções intelectuais, volitivas e emotivas; a experiência com o LUMINOSO, a contemplação do todo, unidade encontro.

O XAMANISMO ARCAICO

A RAIZ DA PALAVRA XAMÃ - Deriva da língua dos povos Tugus, da Sibéria, adotada amplamente pelos antropólogos para se referirem a pessoas de uma grande variedade de culturas arcaicas, que antes eram conhecidas por: pajés, curandeiros, magos, videntes. Embora nem todo vidente, curandeiro, mago ou pajé, seja um xamã.
Conhecer a história antiga da terra é conhecer a própria história, sendo assim de vital importância, pois o saber herdado faz parte do conhecimento do ser e atua vivo na memória genética até os nossos dias.
[...]
A Floresta Amazônica é um livro de folhas soltas e deve ser lido, pois é nela que estão, não só a mais rica reserva biológica do planeta terra, mas a nossa história ancestral, ainda existem povos indígenas que não foram contatados pelo homem urbano.
A prática xamânica se deu pela primeira vez nos seres humanos antes mesmo que o homem primitivo dominasse completamente a palavra, usando somente vogais. Por esta razão uma das características desta arte é a poesia cantada, [...] presente tanto nas canções dos velhos xamãs como nos tempos de Apolo.
Estabeleceram pelo poder da palavra, uma relação sutil em diversos planos, entre o nome e a relação sutil em diversos planos, entre o nome e a coisa nomeada, trazendo a própria presença dos seres visualizados; passando ou retornando a níveis de consciência que reportam para o princípio da Criação, onde tudo é paz.
Com a comunicação telepática entre os seres imateriais, chega-se á transcendência. [...]
Na cultura xamânica não há qualquer distinção entre o valor de ajudar os outros e ajudar a si próprio, resultando numa grande aventura mental e emocional onde todos os presentes ficam envolvidos em transcender a noção normal e comum que tem acerca da realidade (pois sentem que o que acontece com UM reflete no OUTRO, gerando uma grande reação em cadeia). Variando de acordo com o indivíduo, assim como no mesmo indivíduo, em ocasiões diferentes.
Existem apenas duas vias, e no Brasil estas duas vias são muito claras, com trajetórias muito distintas, sendo as vias do Xamanismo Clássico & do Xamanismo de Planta de Poder.
O Xamanismo Clássico vem de lugares onde a floresta não é tão fechada como a Floresta Amazônica, mais perto do mar, das montanhas. Seu uso no meio indígena é milenar, e sempre voltado para as soluções de doenças e problemas psíquicos dos nativos, mesmo nas tribos onde o pajé usa alguma planta de poder. O mesmo não se dá com o resto do povo ali existente, é algo mais restrito e muitas vezes secreto, somente nisso difere dos Xamãs da floresta.
A organização consiste em vários Xamãs pajés da mesma tribo, de diferentes idades e graus de sabedoria. Em geral eles são guardiões das músicas e das histórias passadas de geração para geração, sobre o nascimento de sua raça.
Noosphere by Kiminjo on DeviantArt

O PRINCÍPIO ATIVO DA AYAHUASKA

O Cipó, Banisteriopsis Caapi. Contém: beta-carbolina, harmina, harmalina, e tetrahidroharmina. A chacrona, Psychotrias, e Diplotes cabreana. Contém: Alcalóide alucinógeno N-dimetiltripamina DMT, substância que tomada sozinha ou por via oral é inativa devido à atuação da Monoamina Oxidasse MAO. As análises mostram que, embora as beta-carbolinas encontradas nos preparos estejam em doses demasiadamente baixas para mostrarem sua propriedades alucinógenas, elas parecem desempenhar um papel na inibição da MAO, livrando assim o DMT de sua ação e permitindo-lhe manifestar suas propriedades psicotrópicas.
Podemos notar pela composição das plantas que a AYAHUASKA cura a depressão. Ayahuaska não vicia e nem cria dependência física ou psíquica, como os remédios para convulsões ou antidepressivos.
Não há nenhum impedimento legal por parte da Secretaria de Saúde.
O chá da chacrona e do cipó age como facilitador, colocando o cérebro pronto para trabalhar com velocidade máxima, em estado CONSCIENTE ALFA.

Religiões ayahuasqueiras: A interferência da política brasileira antidrogas

Este é um trecho entre arquivo dos seguintes autores:
Beatriz Caiuby Labate ... [et al.], (orgs.) . Drogas e cultura: novas perspectivas. - Salvador: EDUFBA, 2008. 440 p. : il.
Co-edição com: MinC, Fapesp, NEIP. Este livro é o resultado do Simpósio "Drogas: controvérsias e perspectivas", realizado na USP, em setembro de 2005.

Estigmas de grupos ayahuasqueiros

Por Sandra Lucia Goulart

Pretendo abordar o caso de grupos religiosos fundamentados no consumo ritual do chá psicoativo conhecido pelos nomes de Daime, Vegetal, Hoasca, Ayahuasca1, entre outros.
Seguindo uma abordagem histórica, mostro que, numa primeira fase, esses cultos eram acusados por diferentes setores da sociedade brasileira de práticas de “macumba”, “feitiçaria” e “curandeirismo”. Argumento que, atualmente, os estigmas sofridos pelas religiões designadas geralmente de ayahuasqueiras se transformaram. O uso do chá e as práticas rituais ligadas a ele passam a ser estigmatizados na medida em que são associados ao consumo de drogas. Em ambos os períodos, entretanto, estamos diante de grupos religiosos sob os quais paira a ameaça
constante da ilegalidade.
***
É o uso de um chá psicoativo – que recebe, como coloquei acima, denominações diversas, tais como ayahuasca, Daime e Vegetal – o elemento central de diferentes cultos religiosos surgidos na Amazônia brasileira a partir, principalmente, da década de 1930. Num determinado momento da história desses grupos, eles passam a ser identificados pela expressão religiões da ayahuasca ou ayahuasqueiras, sobretudo no âmbito externo desse universo religioso – na mídia, entre os estudiosos do tema, na sociedade em geral.
[...]

Cronologicamente, a primeira religião ayahuasqueira brasileira é aquela que ficou conhecida como Santo Daime, criada por Raimundo Irineu Serra, o Mestre Irineu, no início dos anos trinta, em Rio Branco, Acre. O termo Daime, que serve de nome tanto ao culto quanto a bebida aí utilizada, segundo estes religiosos, relaciona-se às invocações feitas ao ser espiritual que habita o chá. Assim, “Dai-me” é um pedido feito por quem consome o chá ao próprio chá: “dai-me saúde, dai-me amor, dai-me luz”, etc.2 Em 1945, surge outra religião ayahuasqueira, também em Rio Branco, criada por Daniel Pereira de Mattos, o Mestre Daniel. Inicialmente, o culto do Mestre Daniel era conhecido em Rio Branco como “Capelinha de São Francisco”, nome dado a humilde construção de taipa, situada numa região rural, onde ele começou a realizar “trabalhos espirituais” usando o chá. 

Novas acusações: o daime como droga

[...]
Na região amazônica do Brasil, e em particular em Rio Branco – berço das religiões ayahuasqueiras –, o cenário institucional repressivo com relação às drogas ilícitas, de um modo geral, também passa a sofrer alterações a partir da década de setenta. Assim, em meados dos anos setenta verificamos as primeiras iniciativas mais contundentes do governo brasileiro com relação ao combate às drogas ou ao narcotráfico na Amazônia. É o que demonstram uma série de tratados realizados, nesta época, entre o Brasil e outros países amazônicos, como o Peru, a Venezuela e a Bolívia. Como coloca Rodrigues (2002), estes tratados visavam unir os esforços de países amazônicos vizinhos na repressão ao uso e, sobretudo, ao tráfico (às suas rotas) de drogas ilícitas, expressando o início do alinhamento entre a política brasileira antidrogas e a repressão internacional ao narcotráfico. Também é importante salientar que a Polícia Federal apenas se instala na capital acreana em 1973, estando até então ausente na região (Mortimer, 2000; Goulart, 2004a).

As relações entre os cultos ayahuasqueiros e instituições governamentais são afetadas por esses esforços iniciais do governo brasileiro no que se refere à repressão às drogas ilícitas na região amazônica. Um ano depois de se instalar no Acre, em 1974, a Polícia Federal já manifesta interesse em investigar os grupos religiosos ayahuasqueiros locais, convocando os dirigentes de vários destes grupos para depoimentos informais. Como vimos, esse tipo de ação não constituía novidade na rotina destas religiões. Ao contrário, o próprio Mestre Irineu e os fiéis de seu centro, nos anos trinta e quarenta, eram, com freqüência, chamados e inquiridos por policiais, delegados ou seus representantes, e suas residências e locais de culto invadidas por essas autoridades oficiais. Contudo, estas novas investidas da Polícia Federal, na década de setenta, se distinguiam daquelas do passado porque o objetivo não era mais reprimir crenças de “macumba” e “feitiçaria” ou, então, combater práticas terapêuticas populares que se enquadrassem na categoria de atos de charlatanismo e curandeirismo. O interesse principal dos representantes da lei passava ser a bebida consumida em todos esses cultos. Como relatam vários adeptos dos diferentes grupos que foram chamados, em 1974, para uma “conversa” com o delegado da Polícia Federal (PF), as informações solicitadas diziam respeito aos efeitos do chá, a suas conseqüências, sua composição etc. Era a decocção, vista em si mesma, como substância, isto é, como droga, que despertava curiosidade e desconfiança, muito mais do que um conjunto amplo de práticas religiosas ou fitoterapêuticas.
[...]
Muitos destes novos temas destacados tanto em acusações ou denúncias quanto em resoluções do governo, nos anos de 1990, estão diretamente relacionados à expansão de algumas destas religiões. Conforme muitas delas ganham visibilidade, ao passarem a contar com uma quantidade crescente de grupos não só em várias regiões do Brasil, mas inclusive em outros países, mais todos estes cultos têm sua imagem associada ao tema de drogas ou tóxicos. Nesse sentido, uma polêmica que se torna cada vez mais freqüente é a da “comercialização” ou do “tráfico” da ayahuasca.
Neste caso, também, as queixas vêm, principalmente, do próprio campo ayahuasqueiro, e implicam em acusações de “venda” do chá, “turismo” religioso ou uso do chá para “fins não religiosos”. Esse tipo de acusação aumenta na medida em que se torna mais expressivo o crescimento de religiões ayahuasqueiras no exterior. Dois eventos ocorridos, em 1999 e 2000, envolvendo justamente as duas religiões ayahuasqueiras mais comprometidas com um movimento de expansão, a UDV e o CEFLURIS, levaram a um destaque ainda maior, nesse campo, de acusações de “tráfico” do chá. Em 1999, alguns litros de Vegetal foram apreendidos pela polícia da Califórnia. Em  2000, na Espanha, alguns dirigentes do CEFLURIS, que entravam neste país trazendo Daime para suas igrejas filiais, aí estabelecidas, foram presos em flagrante, sob a acusação de tráfico de droga (Groisman, 2000; Ribeiro, 2005).
[...]
Em 2001, a Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD),31 em parceria com a Polícia Federal e o Ministério da Educação, elaborou um questionário de setenta e quatro perguntas dirigidas às entidades religiosas brasileiras usuárias da ayahuasca. Além da recorrência às noções de “droga”, “tóxico”, “alucinógeno”, e de uma visão tendenciosa, que já pressupunha uma dependência causada pelo chá (Goulart, 2004a; Labate, 2005), as perguntas deste questionário expressavam uma inquietação sobre questões como a “exportação” da ayahuasca para outros países, ou com as formas assumidas por seu consumo fora de situações “rituais” ou fora da “tradição” brasileira.

Algumas considerações finais
[...]
Hoje em dia, também, de modo diferente do que ocorria no passado, os estigmas sofridos por esses cultos não parecem mais vincular-se, diretamente, à repressão de grupos socialmente desfavorecidos. Afinal, seus adeptos provêem de diversas classes sociais e, quanto maior é a expansão desses grupos, mais alta parece ser a classe social de seus fiéis, como se dá, aliás, com os grupos do CEFLURIS e da União do Vegetal no exterior. Neste caso, o estigma e a marginalidade estão mais relacionados a estilos de vida desviantes daqueles dominantes em uma sociedade (Velho, 1998) do que a discriminações de raça ou de classes sociais.

Alimentos, drogas e proibicionismo - Por Henrique Carneiro

Henrique Carneiro é o autor dos livros: Comida e Sociedade: Uma história da alimentação, Drogas: a história do proibicionismo (Autonomia Literária, 2019)e também Amores e sonhos da flora: afrodisíacos e alucinógenos na botânica e na farmárcia.  Nessa postagem irei compartilhar um trecho do primeiro livro e um pouco de sua ideia sobre alucinógenos! No final a descrição dos 3 livros indicados, caso queira procurar !

Alimentação e Religião: Sacrifícios, normas e tabus 
A história comparada das religiões também ocupou-se da descrição e da interpretação de representações e regulamentações sagradas sobre o consumo dos alimentos. Em quase todas as civilizações o alimento é um dos primeiros deuses ou tem um deus tutelar. No méxico, os cogumelos alucinógenos do gênero Psilocybe são sagrados e denominados "carne de deus" (teonanactl). As plantas psicoativas americanas, como a jurema (Mimosa hostilis), elevada pelo escritor José de Alencar, em Iracema, à condição de símbolo secreto da cultura indígena: a ayahuasca, beberagem sagrada , também de origem indígena, cultuada na religião do Santo Daime, no Brasil; e diversos cactos andinos e mexicanos, como o San Pedro e o peiote, são exemplos de alimentos e bebidas divinizadas. Em todo o mundo, as inebriantes e as drogas desempenharam um papel central nas técnicas de êxtase e nos rituais de transe como um alimento espiritual muito particular, objeto de devoção mística. Dioniso/Baco era o deus do vinho no mundo grego e romano.  Ceres, versão latina de Deméter, denominou os mais importantes alimentos, os cereais, cujo ciclo vital da semeadura e da colheita é regido pela deusa. A "queda" de Adão e Eva ou pecado original, foi o ato de comer um fruto proibido. 
A alimentação assume assim a função de distinguir religiosamente os povos para os quais adieta torna-se um assunto muito mais transcendente do que a mera satisfação do estômago. As disposições bíblicas vetero-testamentárias, corânicas ou da tradição indiana sobre a alimentação são um motivo de intenso debate histórico e antropológico, que este capítulo abordará nos seus traços básicos.
[...]
Muitos herbários do século XVI chamavam-se justamente História das plantas (De Historia Stirpium, Leonhardt Fuchs, 1542) eHistória dos frutos (Frugum Historia, Rembert Dodoens, 1552), e descreviam as plantas tanto alimentícias como medicinais a partir de suas supostas virtudes para o corpo humano,derivadas da natureza do seu temperamento, quente ou frio e seco ou úmido, e conseqüentemente relacionado com um órgão, um humor, uma estação do ano, um momento do dia ou da noite etc. O temperamento quente e seco era visto como o modelo ideal e, portanto,característico do homem. A mulher seria fria e úmida. O quente possuiria a qualidade de excitar e despertar, e o frio, de adormecer e acalmar. Os alimentos quentes seriam o vinho, o sal, o açúcar, o mel, a canela, o cravo, a pimenta, a mostarda, o alho. Os frios seriam a alface,o vinagre, os pepinos, o ópio, a cânfora, os cogumelos e as frutas em geral. O vinho era uma bebida tão quente para Galeno, o mais importante médico da época romana, que ele o interditava antes dos 22 anos, pois até essa idade já haveria suficiente calor natural nos corpos. O chocolate, no século XVIII, era considerado tão quente que não deveria ser dado para crianças!

Na entrevista encontrada por (MARIANA et al., 2017) Henrique Carneiro diz que, abre aspas, "a fronteira entre entre alimentos e drogas é fluída, pois todos os alimentos também são considerados como possuidores de virtudes intrínsecas que afetariam a constituição do corpo. Os produtos alimentares e farmacêuticos possuem uma natureza comum de serem produtos da natureza que o corpo ingere. São, dessa forma, consubstanciações da matéria exterior corporificadas na interioridade humana. Essa dimensão encarna literalmente a matéria do mundo na substância do corpo. Tais produtos ingeríveis vão servir não só como formas de alimentação, de estimulação,de analgesia ou de alterações da consciência ou das emoções, mas também como marcadores sociais hierárquicos, etários, de gênero e de pertencimentos tribais. A diferenciação das drogas em relação aos alimentos começou a se estabelecer de forma definitiva na época industrial da farmacologia contemporânea, mas o estatuto antropológico comum a todos estes produtos continua sendo o fato de serem absorvíveis pelos orifícios corporais ou pela pele, sendo assim matérias incorporáveis.Por isso então seu interesse em abordar as drogas e os alimentos de forma relacionada!"
O autor ainda cita, abre aspas: "O Brasil permanece na retaguarda da reforma da política de drogas. A lei vigente 11.343, de 2006, embora tenha descriminalizado o uso pessoal, não distinguiu claramente esse uso do comércio, deixando ao arbítrio discricionário das autoridades policiais e judiciais a definição penal. Como consequência, houve um enorme aumento do encarceramento, triplicado desde a aprovação da referida lei, e incidindo especialmente sobre populações pobres, negras e marginalizadas. Por outro lado, um vigoroso movimento social em torno das chamadas Marchas da Maconha vem, desde 2011, tornando-se uma das principais expressões de um anseio demudança, especialmente entre os jovens das periferias urbanas, que sofrem os efeitos mais nefastos de uma guerra às drogas que pratica um extermínio sistemático dessas camadas sociais mais vulneráveis. A realização das marchas também trouxe para a agenda do STF o debate da descriminalização do consumo como prerrogativa de exercício constitucional das liberdades individuais de autodeterminação. Essa discussão está parada na corte suprema, podendo a retomada do seu debate representar uma possibilidade de que o Brasil acompanhe o quase consenso jurídico na América Latina que aponta para a descriminalização do uso pessoal de drogas." Fecha aspas.
Comida e Sociedade. 
A alimentação é, após a respiração e a ingestão de água, a mais básica das necessidades humanas. Mas como “não só de pão vive o homem”, a alimentação, além de uma necessidade biológica, é um complexo sistema simbólico de significados sociais, sexuais, políticos, religiosos, éticos, estéticos etc. Comida e Sociedade: Uma História da Alimentação abrange, portanto, mais do que a história dos alimentos, de sua produção, distribuição, preparo e consumo. O que se come é tão importante quanto quando se come, onde se come, como se come e com quem se come. As mudanças dos hábitos alimentares e dos contextos que cercam tais hábitos é um tema intrincado que envolve a correlação de inúmeros fatores. Compre na Amazon

Amores e Sonhos da Flora – Afrodisíacos e Alucinógenos na Botânica e na Farmácia
O autor estuda os herbários produzidos entre os séculos XVI e XVIII, e rastreia a construção social das noções desenvolvidas na Era Moderna sobre o uso de diferentes plantas, com conseqüências que chegam até nós. A botânica e a farmácia nascem, então, como ciências inextricavelmente ligadas, cuja a motivação é a busca de novas drogas, potencializada pela descoberta das floras americana e oriental. Utilizadas na cura de doenças ou lesões, também visavam aos domínios do sexo, do sonho, do transe, da alucinação, da morte e do prazer. Comprar

Drogas: a história do proibicionismo (Autonomia Literária, 2019) - Henrique Carneiro
"Drogas: a história do proibicionismo" é uma extraordinária ferramenta para o entendimento dos processos históricos e sociais relacionados ao proibicionismo em sua curta e influente história. Esta obra abrange a proibição do tabaco na Europa, as guerras do ópio, as políticas antialcoólicas na França, Canadá, Estados Unidos e Rússia, a revolução psicoativa moderna (e seu parceiro, o capitalismo aditivo), as bases filosóficas do proibicionismo e a sociologia do uso de drogas. Compre na Amazon.

Referências:
CARNEIRO, Henrique. Comida e Sociedade: Uma história da alimentação. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. 7 reimpressão.
CARNEIRO, Henrique S., Amores e sonhos da flora. Afrodisíacos e alucinógenos na botânicae na farmácia, São Paulo, Xamã, 2002.
MARIANA BROGLIA DE MOURA, HELIDACY MUNIZ CORRÊA. Entrevista com Henrique Carneiro.  Outros Tempos, vol. 14, n. 24, 2017 p. 266 - 272. ISSN: 1808-8031. Disponível em: (https://www.outrostempos.uema.br/OJS/index.php/outros_tempos_uema/article/view/610)

Cannabis: Formas e apresentações (Parte 2)

Embora fumar a cannabis e comê-la como ingrediente em certos pratos sejam suas formas de consumo mais comuns, há uma grande variedade de maneiras de a planta ser usada. Os usuários afirmam que cada método de consumo tem um efeito psicoativo diferente. Por exemplo, fumar maconha, segundo eles, teria um efeito mais relaxante, enquanto comê-la ou absorver o vapor por meio de um vaporizador tem um efeito mais intenso, "cerebral". Os três principais produtos derivados da cannabis são a erva (a maconha, isto é, as flores secas da planta), a resina (o haxixe) e o óleo de cannais.

PARA FUMAR

A forma mais comum de consumo da cannabis é a de flor seca da planta fêmea prensada para fumar. O "baseado", termo que designa um cigarro de maconha, é o meio mais usado.

KIEF

O kef, que em árabe significa "bem-estar" ou "prazer", é um pó obtido dos trico mas da cannabis, isto é, de bolsas de resinas das plantas que secretam substâncias destinadas, em geral, à proteção. Normalmente, os tricomas parecem pequenos pelos ou escamas nas folhas ou no caule de algumas plantas, como, por ex, a urtiga. Para se obter o kief, flores secas de cannabis são peneiradas. O kief possui concentração muito maior de psicoativos canabinoides, como o THC, do que as flores de cannabis das quais deriva. Normalmente, o kief é misturado com haxixe, mas também pode ser vaporizado ou fumado diretamente. No Marrocos, o termo "Kief" refere-se, igualmente, a uma mistura dos tricomas da cannabis com haxixe ou tabaco. Apesar da forte concentração de canabinoides nos tricomas, o tipo da planta dita a qualidade do produto final.

ÓLEO DE CANNABIS

Trata-se de uma matriz resinosa de canabinoides obtida por meio de extração por solvente da cannabis. É o mais potente entre os três produtos principais do gênero isto é, a erva, a resina e o óleo.
O teor do THC varia conforme a planta. O Relatório Mundial sobre Drogas de 2009 estabelece que o teor de THC do óleo "pode exceder 60%". Atualmente alguns laboratórios americanos, como o SC Labs em Santa Cruz, California, o Steephil Labs, em Berkeley, também na California, e o GreenStyle Consulting Solutions, testam produtos obtidos da cannabis e relatam teores que variam de 30 a 90%, com os níveis mais preponderantes entre 60% e 85%. O óleo pode ser fumado ou inalado por meio de vaporização.
A forma mais comum de se produzir o óleo de cannabis é passar butano líquido em um tubo cheio de flores de cannabis. A baixa temperatura do gás cristaliza as resinas da planta. Conforme o butano passa pelo tubo, a resina cristalizada fica aprisionada no líquido. O produto resultante é vertido em um recipiente de vidro, na saída do tubo. Como o butano tem baixa temperatura de evaporação, ele é convertido em vapor rapidamente, deixando apenas a resina cristalizada, que é, então purgada em uma câmara de vácuo. Tal procedimento, dependendo do tempo de exposição ao vácuo, altera a consistência do óleo, podendo produzir, por exemplo, cera. É possível usar outros solventes no lugar do butano, desde que sejam puros, isto é, sem aditivos, pois o resíduos podem causar danos à saúde.
Nos Estados Unidos, em estados que permitem o uso de cannabis para fins medicinais, alguns usuários mais afoitos, ansiosos por potencializar seu estoque, causaram explosões em suas casas tentando produzir o óleo de cannabis. Em Michigan, só em julho de 2013, foram relatadas suas explosões. O butano é altamente inflamável.

BHANG

O Bhang é muito popular em todo o subcontinente indiano, onde é consumido há centenas de anos. Trata-se de uma preparação das folhas e flores da cannabis fêmea, geralmente adicionada ao leite ou à coalhada. Há, ainda, o bhang goli (bola), cannabis fresca moída em água. Muito comum em toda a índia e o Nepal, não é considerada uma droga, mas indutor de sono e estimulador de apetite. Na medicina tradicional indiana, chamada de "aiuvédica", muitos remédios levam bhang em pó em suas receitas. O mesmo acontece na culinária: uma bebida muito popular em muitas partes do subcontinente é o bhang ki thandai", ou "sardai", preparada com amêndoas, especiarias, leite e açúcar, e servida gelada.
O bhang tem sido usado desde os tempos védicos e é parte integral da cultura hindu. Nos "ghats", as escadarias que descem aos rios na Índia, onde os hindus executam rituais, é muito frequente encontrar homens preparando bhang. Eles moem em pilões as flores e as folhas das cannabis fêmeas, até obterem uma pasta. Então, adicionam leite, "ghee" - a manteiga clarificada, ingrediente básico da culinária indiana - e especiarias. Esse produto pode ser usado para preparar uma bebida forte, inebriante, o "thandal", ou ser misturado com ghee e açúcar para fazer o "golee", uma espécie de bala de bannabis.

HAXIXE (CHARAS)

O haxixe, chamado de "charas" na índia, no Nepal, no Paquistão e no Afeganistão, é feito da resina da cannabis, encontrada nos tricomas da cannabis fêmea. Durante a colheita, os camponeses esfregam as plantas com as mãos e a resina acaba aderindo à pele. Depois, raspam a substância e fazem bolas de haxixe com elas. A pasta é conhecida como "creme de cannabis".
Essa forma de preparação da cannabis tem sido usada no subcontinente indiano com propósitos religiosos e medicinais há milhares de anos. Nos tempos do império britânico, o haxixe era vendido com o ópio, em lojas controladas pelo governo, seguindo, assim até os anos 1980. Ele continua a ser vendido em algumas partes do Tajastão.
O charas exerce importante papel na religião hindu, sendo usado, principalmente, pelos shaivs, uma seita hindu que adora a BShiva, a divindade que encerra o clico da criação, trazendo portanto, a destruição. Na verdade, muitos hindus veneram a cannabis como um dos aspectos do Senhor Shiva, uma vez que, entre seus atributos positivos, o deus também representa a transcedência ilimitada.
Embora o haxixe seja encontrado em todo o subcontinente, sua produção restringe-se a poucos lugares do norte do país, especialmente no Vale Parvati e ca Caxemira. No sul, também é produzido, porém, com qualidade significamente inferior. E como não poderia deixar de ser, com tanta abundância do produto, uma grande quantidade de haxixe indiano é contrabandeada para a Europa.
[...]

GARDAA

O gardaa é um tipo de haxixe feito, principalmente, nas áreas tribais do norte do Paquistão e no Afeganistão, usando-se plantas secas de cannabis. Como o haxixe produzido na Índia, é uma substância flexível, que pode ser moldada de diversas formas, normalmente em bolas. No entanto, ao contrário do contratipo indiano, o gardaa dissolve-se em partículas menores com o menor calor - mesmo o das mãos -, daí o nome: "gardaa", palavra urdu que significa "pó". De fato o produto de uma espressa poeira marrom. Há dois tipos de gaarda, um pó verde, levemente marrom. Devido ao estado resinoso, tanto o gaarda quanto o haxixe são, normalmente, misturados ao tabaco, enrolados em papel de cigarro e, em seguida, fumados.

DRAGÃO VERDE (TINTURA)

A tintira da cannabis, apelidada de "Dragão verde", devido, claro, à sua cor característica de clorofila, é usada para beber e também pode ser aplicada diretamente na pele. Para fabricá-la, deve-se extrair o THC e outros canabinoides contidos nas flores e folhas da cannabis fêmea por meio do álcool. Normalmente, seca-se a planta em um forno durante alguns minutos, para decarboxilar, antes do banho no álcool. A decarboxilação serve para potencializar o THC na preparação resultante. Nos EUA, há uma preparação farmacêutica comercializada sob o nome de Sativez, em spray, para uso oral.

ALIMENTOS À BASE DE CANNABIS

Uma das formas de consumo da cannabis é como ingrediente de diferentes pratos. Alguns pesquisadores afirmam que a ingestão da cannabis, desde que apropriadamente preparada, é mais eficiente para absorver os canabinoides do que fumando a planta. O efeito, porém, tende a ser mais lento, uma vez que a absorção do THC pelo trato digestivo demora mais.
Um dos ingredientes culinários à base da planta mais comuns é o óleo de cannabis. A "manteiga mágica", que contém cannabinoides, também chamada de "butterjuana" ou "cannabutter", também é muito usada na culinária psicodélica. E como as resinas da cannabis são solúveis em álcool, ruim ou licores infundidos com cannabis, elas também são usadas no preparo dos "pratos mágicos". Nesse caso, o Green Dragon também pode virar ingrediente. O Creme de Gras é um licor feito à base de cannabis que pode ser adicionado ao café ou a outras bebidas.
Uma das receitas mais famosas feitas com cannabis - muito procurada em certos cafés de Amsterdã - são os space cakes, também chamados de hash cakes. são muffins, brownies e cookies feitos com grandes quantidades de haxixe, normalmente meio grama da droga para cada grama dos produtos, de modo que quem os consome obtém efeito forte e de longa duração.
O maior benefício ao consumidor esses bolos é a isenção dos efeitos prejudiciais da fumaça no sistema respiratório. De acordo com os consumidores, o sabor dos confeitos não é muito diferente do de outros feitos com os ingredientes normais.

CHÁ DE CANNABIS

Alguns usuários preparam chá (na verdade, infusão) com as folhas da cannabis. Como o agente psicoativo primário da planta não é solúvel em água, esse método de consumi-la provoca pouco efeito psicoativo. Essa técnica vem sendo usada há milhares de anos como forma de usar a planta por conta de suas qualidades medicinais, em vez das alucinógenas.


CANNABIS E RELIGIÃO

A cannabis tem sido usada num contexto espiritual e religioso na Índia desde os tempos védicos, há mais de 3.500 anos. Os santos hindus são notórios por usar a planta para induzir estados espirituais e como auxiliar na meditação. Atualmente, a cannabis também tem sido usada pelos seguidores do movimento rastafari, que a consomem em seus ritos, seguindo eles, para potencializar a consciência.
O primeiro relato sobre o uso sagrado da cannabis na índia e no Nepal está no Atharva Veda, escrito entre 2000 e 1400 a.C. O texto menciona a cannabis como uma das "cinco plantas sagradas". O hinduísmo relaciona o uso da cannabis ao culto de Shiva, uma das três divindades dessa religião, tanto que a oferenda mais comum à divindade é o bhang - também consumido por aqueles que o ofertam. De acordo com os adeptos do chivaismo, o "elixir da vida", isto é, a cannabis, foi produzido quando o oceano foi criado pelos devas e pelos asuras (deuses e demônios hindus). Shiva, então, criou a cannabis do seu próprio corpo para purificar o elixir que viria a ser oceano. Assim, o consumo moderado do bhang, feito de acordo com os preceitos religiosos. limparia o devoto de seus pecados e evitaria uma vida futura de sofrimento. Por outro lado, tomar o bhang de modo irresponsável, com fins puramente recreativos e sem os ritos apropriados, é considerado pecado.
Na África, onde o consumo da cannabis faz parte da cultura local, além do uso medicinal, a planta também é usada de forma ritual. Nas aldeias, em cujos arredores exploradores europeus do século XIX relataram haver grandes traços de terra destinados ao cultivo de cannabis, as sociedades de fumantes da planta eram comuns. Elas serviam para reforçar laços de amizade e levaram à formação de cultos religiosos. Entre diversos povos, a tribo Baluka, do Congo, espabeleceu um culto de consumo de cannabis chamado de "riamba", no qual a planta era fumada em enormes cabaças. Os seguidores do culto, que chamavam a si mesmos de Bena Riamba, ou "filhos do cânhamo", deviam mostrar sua devoção fumando o máximo possível. Eles atribuiam poderes mágicos à cannabis e acreditavam que seu consumo combatia todos os males. Por isso mesmo, levavam-na consigo nas guerras e viagens. A cabaça usada para fumar a cannabis era para esses povos, um símbolo da paz, semelhante ao "cachimbo da paz" dos índios norte-americanos. Nenhum acordo de paz ou de comércio era selado sem ele.
Na China, onde a cannabis é usada por suas propriedades medicinais há mais de dois milênios, a planta ainda é usada em rituais xamânicos, praticados nas regiões centrais do país. [...] Ps sacerdotes taoístas, os quais estidavam alquimia em busca do elixir da eterna juventude, também faziam uso da cannabis, queimando-a, principalmente, em incensos "purificadores". [...]
Modernamente, os membros do movimento Rastafári usam a cannabis como parte do culto ao seu rei Haile Selassie I, da Etiópia, e para estimular a meditação. O movimento foi fundado na Jamaica em 1930 e afirma que a planta é a Árvore da Vida mencionada na Bíblia. [...] Eles acreditam que a planta tem o poder de levá-los para mais perto de Deus,a quem chamam de Jah. Para os rastas, a erva traz autocompreensão e permite entender Deus e o universo, além de tirar o mal do coração humano, purificando-o. Esfregar cinza de cannabis na pele é considerado um ato propício. Apesar disso, não é preciso, realmente, usar a canabis para ser um rastafári.
Também há, pelo menos, uma denominação cristã que considera a cannabis um sacramento, isto é, um rito sagrado de particular importância. Os membros do Ministério do THC veem a cannabis como capaz de trazer cura e iluminação, e sustentam que a planta era um dos ingredientes principais do óleo de ungir mencionado na Bíblia. Uma de suas missões é liberar a cannabis, envolvendo-se ativamente na discussão sobre o uso da planta na sociedade.

- FIM -

Pessoalmente, eu amo cannabis, porém não há nada na vida que não faça mal em excesso, até mesmo água em excesso não é bom, sou a favor da legalização em países já organizados e preparados para isso, espero um dia esse sonho virar como no Canadá, ou Amsterdã, ou como em alguns lugares dos Estados Unidos. É triste quando não és cultivada... 
Um dia vou morrer, afinal todos irão morrer, vão me enterrar, um fazendeiro muito louco vai me adubar e me transformar em um lindo pé de maconha. Só assim poderei saber que mesmo depois de morta continuarei fazendo sua cabeça! (Bob Marley).

"Tome um livro, leia-o e o plante em sua mente, ou então, Peça com fé um "pé de maconha"  pra você dividir com cidadania ou exibir na sua estante, no jardim da poesia. E depois imite nossos contemporâneos, quase democráticos, a fazer valor nosso direito de ver aquele "pé de maconha" no cardápio do brasileiro, lido, compreendido e legalizado, ou seja, livre e sem coisa, seja no calor ou seja na frescura" (literatura sativa).

Cannabis: Uma breve história (Parte 1)

Cannabis Queen by HeadTraumaPro
Do Himalaia para o mundo, a maconha disseminou-se pelo tempo, criando subculturas e polêmicas.
Entre as diversas plantas cultivadas para o consumo humano, estavam aquelas usadas medicinalmente ou para induzir estados alterados de consciência, buscadas pelos místicos. Essas espécies vegetais, principalmente as que, além de curar, levavam embriaguez, recebiam o nome genérico de "plantas de poder".
Há milênios, o uso de plantas de poder vem fazendo parte da experiência humana. Pouco mais de uma década atrás, foi descoberto uma geleira da Áustria o corpo preservado de um caçador paleolítico que teria vivido há mais de dez mil anos. A múmia, que teria vivido há mais de dez mil anos. Ficou conhecida como o "Homem de Gelo", trouxe informações importantes sobre a vida e a tecnologia daquela época. [...] revelou até mesmo o uso de cogumelos alucinógenos, encontrados numa bolsa que o caçador tinha prendido à cintura. Os cogumelos podem ter servido a um caráter médico, mas podem também ter sido usados para "sonhar", isto é, entrar no "mundo dos espíritos".
O uso de certas plantas, as chamadas Plantas Mestras, Plantas de Conhecimento, Plantas de Poder ou Plantas Sagradas, empregadas para acessar um estado diferenciado de consciência, é muito comum até hoje. Muitas dessas plantas classificadas como enteógenas, do grego entheos, isto é, que têm "Deus dentro", participaram e participam de cerimônias em todos os continentes - do coração da Amazônia aos jângales indianos. [...] 
Um dos vegetais que têm interagido com a humanidade, pelo menos, desde o advento da agricultura, é a Cannabis sativa, nome científico do cânhamo, ou da maconha. A planta era cultivada por conta das fibras, usadas para fazer cordas e tecidos, e pelas suas propriedades alucinógenas e farmacológicas.
As duas espécies mais exploradas da planta, a Cannabis sativa e a Cannabis indica, são originárias da Ásia Central e Meridional. Uma terceira espécie, a Cannabis ruderalis, é nativa da Rússia.
Da Índia, a maconha alcançou o Oriente Médio, onde era usada pelos sufis - o ramo místico do islamismo -. para atingir estados elevado e também para recreação. E, mais uma vez, a religião teve um papel importante na divulgação da droga. Como o islamismo proíbe o álcool, a cannabis foi imediatamente adotada como o principal alucinógeno pelos muçulmanos. Na verdade, foi lá, pela primeira vez, que o uso da maconha, em forma de haxixe, foi associado a atos hediondos, dando origem à palavra "assassino".

EUROPA E O USO POR ARTISTAS INTELECTUAIS


Na Europa, durante o iluminismo, grupos de artistas e intelectuais começaram a usar a maconha como alucinógeno. O rito maçom dos iluminatti, do qual o escritor alemão Goethe (1749 - 1832) era membro, fazia uso do haxixe. Ao longo do século XIX, a maconha continueu a ser a droga da vanguarda europeia.
Em 1845, o médico francês J. J. Moreau de Tours e os escritores Gérard de Nerval e Téophile Gautir fundaram o Clube dos Haxixins, cujas atividades giravam ao redor do haxixe. Artistas proeminentes participavam das reuniões do grupo. Charles Baudelaire, Alexandre Dumas, Eugene Delacroix e Victor Hugo confirmavam a maconha como o sucedâneo dos intelectuais. Baudelaire chegou mesmo a escrever uma obra célebre sobre, principalmente a cannabis, Paraísos Artificiais (veja aqui), Uma das formas mais comuns de os membros do Clube dos Haxixins consumirem a cannabis era por ingestão.
Mas no final do século XIX e início do XX, nos Estados Unidos, algo determinante veio a ocorrer: o Movimento de Temperança ganhava força política em todo o país. Esse movimento de massa ocorrido no final do século XIX nos Estados Unidos defendia a livre concorrência de culpava o álcool por todos os problemas sociais existentes. Seus participantes também se opunham ao uso de alucinógenos e propunham regulamentar seu consumo. Assim, os círculos conservadores americanos lideraram campanhas contra o comércio de todos os psicotrópicos, inclusive o álcool. Era o chamado Proibicionismo, que comaçava a acultar-se e que acabou conseguindo impor a Lei Seca, que proibia o consumo e a venda de bebidas alcoólicas em todos os Estados Unidos.
Na década de 1910, diversas substâncias alucinógenas, antes vendidas livremente em farmácias, foram proibidas dentro do território americano. Os países da Europa e das Américas acompanharam essa tendência. No final da década de 1930, a cocaína e a maconha já estavam proibidas em vários países do mundo. A venda da morfina passou a ser rigorosamente controlada. Nos EUA, o álcool foi pribido de 1920 a 1935.
A partir de então, a cannabis só era usada pelos imigrantes mexicanos pobres e negros. No entanto, na década de 1950, a maconha voltou a ser associada à ideia de vanguarda e de contra cultura. Durante o período pós-guerra, uma nova geração começava a questionar os valores do American Way of Life. Achavam que a sociedade americana falira, que seus ideais haviam sido corrompidos pelo cinismo e pela mentira. Eram poetas e escritores que caíam na estrada em busca de liberdade e de experiências verdadeiramente humanas. [...] era um meio de contestar e de libertar-se.
Favela by zissu
De acordo com o canalcienciascriminais: A política de “guerra às drogas” nada mais é do que uma [pseudo] emergência levantada pelos Estados, principalmente Latino-Americanos, para o fim de possibilitar uma atuação beligerante por parte de seus órgãos. Sem a justificativa de combate às drogas, o Estado perde seu fundamento demagógico de neutralização de comunidades periféricas e de criminalização daqueles que não se adéquam aos padrões impostos. O usuário de drogas simplesmente "não viola preceitos de coexistência, pois as substâncias que são consumidas pelo sujeito apenas afetam a sua própria existência," [...] "a criminalização das drogas e de seus usuários, nada mais é, do que um mecanismo de controle social."

NO BRASIL

Segundo Edward MacRae - doutor em Antropologia Social, professor adjunto da FFCH/UFBa, e Júlio Assis Simões - Doutor em Antropologia da Unicamp - e autores de diversos estudos sobre maconha, a "a cannabis parece ter sido originalmente introduzida no Brasil por africanos escravizados e durante longo tempo foi parte importante da cultura negra de grande parte do Norte e Nordeste". A própria origem da palavra indica isso: "maconha" vem do quimbundo ma'kaña, que significa "erva santa". Alguns historiadores chegam mesmo a afirmar que o uso da cannabis era tolerado pelos senhores, uma vez que mantinha os cativos calmos e alienados. Até o início do século XX, a maconha era considerada em vários países, inclusive no Brasil, um medicamento útil para várias doenças.
Em 1936, porém, a maconha foi proibida em todo o país. As campanhas que se seguiram, "de cunho declaradamente racista", de acordo com MacRae e Simões, rotulavam o costume de fumar cannabis como a "vingança do derrotado" e sustentavam que a substância era uma ameaça ao povo brasileiro. E como o costume era mais arraigado entre a população negra, "qualquer negro tornava-se suspeito de ser maconheiro ou traficante e, portanto, passível de ser revistado e detido" garante J. C. Adiala no seu estudo O problema da maconha no brasil: Ensaio sobre racismo e drogas (IUdeP do RJ, 1986).
Na década de 1970, houve uma nova onda de alarme, dessa vez associando o uso da cannabis aos jovens de classe média. Tratava-se de um grupo empenhado numa forte resistência cultural, levantando questões sobre temas relacionados à educação, ao emprego e à sexualidade. Assim,e m 1976, uma severa legislação sobre entorpecentes foi aprovada. Nessa época, as drogas ilícitas mais usadas eram a maconha e as anfetaminas. Essa lesgislação continuou em vigor até agosto de 2006, quando foi substituída pela atual.
Hoje, apesar dos riscos envolvidos na obtenção da maconha, seu uso recreativo é cada vez mais aceito entre alguns setores da classe média brasileira - mesmo por aqueles que não a consomem.

Documentário:

Cannabis by djstefanco

poison ivy hemp by BoggieNightBoy
Referências:
Curiosidades On Line Editora. Maconha – Cannabis: Erva Maldita?. On Line Editora. 97 p.

AVÔHAI: O início psicodélico de Zé Ramalho

José Ramalho Neto passou a maior parte  de sua adolescência e de onde saiu para o Rio de Janeiro em busca de reconhecimento, e conseguiu em 1978 através do lançamento de seu primeiro álbum. Melo (2015) cita que encantou-se ao ouvir pela primeira vez sua voz cantando uma letra meio incompreensível com uma simples harmonia, ao mesmo tempo rebuscada por instrumentos característicos. Segundo Florencia Garramuño, no livro "Frutos estranhos", funda uma poesia em que [...] sua expressão mínima, pode-se falar - e até quase constantemente - de emoções e sentidos, de sensações e sentimentos, ainda que sem sentimentalismo" (GARRAMUÑO, 2014, P. 62 apud DE SOUZA MELO, 2015).

Agora, pessoalmente falando,  certas músicas são inexplicáveis, de emoções e sentidos, por vezes nostálgico, remete o passado extremamente nostálgico, que retratam muitas vezes o interior da capital onde moravam para os mais velhos, e uma sensação de sonhos em um futuro aos mais novos... 
Músicas como por exemplo de Alceu Valenca  "La Belle de Jour girassol" e "Anunciação", ou de Geraldo Azevedo "Dona da minha cabeça"... Se você for olhar a playlist do blog, vai encontrar duas músicas citadas aqui.


Mas foi então "AVOHAI"... 
Nesse início da década de 70, Zé Ramalho saiu pelas cidades do interior pesquisando a música e à poesia nordestina, aquela que ouvia quando pequeno e voltou a escutar nos encontros com violeiros, emboladores, cantadores, aboiadores, cordelistas e repentistas. Aprofundou seus treinos em violas do sertão e virou especialista em escrever histórias de cordel, compor em forma de trova e misturar estilos. Após abandonar a faculdade de medicina, comungou com a psicodelia: LSD e chá de cogumelo serviram de combustível para a saída de sua primeira leva de músicas, entre elas “Avôhai”.
Segundo Zé Ramalho, “Avôhai” surgiu durante uma experiência lisérgica em que vozes sopraram os versos, entre eles “Avôhai, avô e pai”. Zé perdeu seu pai com menos de três anos e foi criado pelo avô, um homem forte do sertão da Paraíba, espelho do músico paraibano até sua morte, em 1976, dois anos antes do neto alçar fama nacional. 
Contando com tantas influências e tão diversificadas referências, em princípio, a construção elaborada por Zé Ramalho parece possuir uma identidade própria. 

Teles (2001) agora descreve:
"Ao recordar esse momento vivido da década de 70, numa entrevista ao jornalista pernambucano José Teles, o compositor Zé Ramalho afirmou que vivia-se um "intuito muito psicodélico" em tudo que se fazia, vivia-se uma "situação psicodélica" onde muitas destas expressões artísticas eram atravessadas pelo encontro destes jovens com suas primeiras experiências com LSD ou com cogumelos alucinógenos"

O Universo da Cantoria de Zé Ramalho

Devido à dimensão visionária e psicodélica de suas canções, o cantor paraibano acabou conseguindo um espaço neste selo, O disco estava repleto de composições suas que trazia na bagagem, desde suas vivências em João Pessoa e Recife, anos antes. Vivências que foram agenciadas nos territórios existenciais das experimentações so desbunde, como relembrou o próprio autor em uma entrevista:
Estas músicas já vinham sendo tocadas em suas apresentações na Paraíba, em Recife e também no eixo Rio-São Paulo, quando trabalho como música da banda de Alceu Valença. Antes dele, ganharam projeção no universo musical nacional os cearenses Ednardo, Fagner e Belchior, além dos compositores Geraldo Azevedo e do próprio Alceu Valença.

Psychedelic nature http://ynnat.tumblr.com

Um pouco mais sobre alucinógenos ...

A redescoberta do potencial extático da psilocibina, substância contida em certas espécies de cogumelos, e a recente invenção do ácido lisérgico, foram dois acontecimentos importantes que geraram deslocamentos tanto no campo das ciências quanto nos territórios existenciais da contracultura ao redor do mundo. A possibilidade de  uma expansão momentânea da consciência e da sensibilidade, os deslocamentos no campo da percepção, a vontade de ir a fundo dentro de si mesmo e sentir o mundo ao redor de outra forma, dentre outras coisas, estimularam a criação de novas relações culturais [...]. Também houveram as bad trips, as viagens sem volta, aqueles que literalmente piraram. [claro, na maioria a dose foi maior do que recomendado].
Eliade, que consideram a ingestão de cogumelos como uma prática cultural bastante antiga na história da humanidade e que teve fundamental importância para a construção dos territórios existenciais e das cosmogonias de uma série de povos nativos, que faziam uso de cogumelos à base de Psilocibina em suas experiências ligados ao xamanismo. O fato é que as tradições xamânicas foram perseguida pelo ideários cristão dos colonizadores europeus, que as consideravam "diabólicas" bem como outras relações que os povos ameríndios estabeleciam com a natureza. Mesmo com mais de 500 anos de colonialismo e europeização do continente que passou a se chamar Americano, as práticas xamânicas sobrevieram até os dias de hoje, junto as populações nativas que mantiveram dentre outras a tradição asteca do teonanacatl. Essa tradição de uso ritual de cogumelos alucinógenos, havia ficado conhecida entre os brancos, após a publicação de um frade do século XVI, que viveu grande parte de sua vida nas terras colonizadas e escreveu a obra "Historia General de las Cosas de Nueva Espana". Só partir dos anos 50 do século XX estas práticas passaram a ganhar um novo regime de inteligibidade para o pensamento ocidental, sobretudo através das pesquisas de Gordon e Valentina Wasson, que inauguram um amplo campo de debates e experiências em torno desta substância psicoativa. Neste sentido ver as obras: MCKENNA, Terence. O Retorno à cultura arcaica. Rio de Janeiro: Editorial Record, 1991. MCKENNA, Terence. O alimento dos deuses. Rio de Janeiro: Editora Record, 1995. ELIADE, Mircea. O xamanismo e as técnicas arcaicas do êxtase. São Paulo: Martins fontes, 1998.

Referências:
DE SOUZA MELO, Christina Fuscaldo. Baseada em Fatos Reais-Zé Ramalho, Eu e a Escrita (Auto) biográfica. XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Rio de Janeiro, RJ – 4 a 7/9/2015.
TELES, José. Do frevo ao Manguebeat. São Paulo: editora 34, 2001.

Ayahuasca: Um psicoativo em rituais indígenas


De acordo Lebate (2002):
Desde as duas últimas décadas do século XX, uma nova forma de consumo de alucinógenos foi difundida, da Amazônia para as grandes cidades brasileiras e, a partir do Brasil, para diversos países do mundo. Esse novo consumo caracterizou-se por um sentido religioso, através de diversos cultos sincréticos, [...].
A ayahuasca, também conhecida pelos nomes de Santo Daime e Vegetal, é uma bebida composta de duas plantas, o cipó (Banisteriopsis caapi) e a Rubiácea (Psychotria viridis), fervidas juntas durante muitas horas. As substâncias psicoativas nela presente são a DMT (da Psychotria) e a Harmina, Harmalina e Tetrahidroharmina (da Banisteriopsis). A DMT é inativa oralmente e, portanto, apenas sua mistura com um inibidor da monoaminaoxidase (IMAO) pode permitir que seu efeito psicoativo se manifeste. A descoberta dessa combinação sinérgica entre duas plantas é uma das realizações etnobotânicas mais significativas das culturas indígenas e um dos fatos que mais intrigou os cientistas. Já houve até mesmo tentativas de patenteamento, nos Estados Unidos, dessa fórmula do saber fitoquímico dos povos amazônicos - tais tentativas que foram impedidas pela reação das comunidades indígenas.

Ayahuasca
A expansão do uso dessa bebida amazônica psicoativa chamada Ayahuasca (termo de origem quíchua, significando “cipó ou liana das almas”) para além das populações indígenas e mestiças da Amazônia vem sendo considerada o fenômeno mais importante da cultura das drogas enteogênicas (substâncias psicoativas consideradas sagradas) na última década.

Martinez (2009) cita:
Ayahuasca é uma palavra de origem indígena (aya = pessoa morta, alma, espírito e waska = corda, liana, cipó ou vinho) que é traduzida do quíchua como cipó dos mortos, cipó dos espíritos, corda dos mortos, corda dos espíritos, liana das almas ou vinho dos mortos.
Os efeitos da bebida variam conforme o método de preparação, o contexto na qual a bebida é consumida, a quantidade ingerida, o número e o tipo de misturas. Alucinações visuais, diarréia e vômito  podem ser observados com o uso regular da ayahuasca e taquicardia e morte em casos de intoxicação.
O consumo da ayahuasca produz visões que variam segundo a atitude dos apreciadores desta bebida. Quando as visões são complexas e existe um alto grau de envolvimento dos consumidores da ayahuasca, eles podem interagir ativamente com suas visões e desempenhar atos associados a elas.

Do consumo ritual da ayahuasca nasceram diferentes cultos/religiões: o Santo Daime, a Barquinha e a União do Vegetal (UDV). O Santo Daime foi fundado por Raimundo Irineu Serra em 1930 nas regiões fronteiriças do Acre e de Rondônia com a Bolívia. Este culto  nasceu após a ingestão da ayahuasca por Raimundo Irineu, que teve uma visão de uma mulher que dizia ser a virgem da Conceição e que  transmitiria seus ensinamentos para que ele criasse uma doutrina.
Preparação
Enquanto na Europa as plantas alucinógenas foram usadas para práticas de feitiçaria e adivinhações, no Brasil o consumo de espécies alucinógenas usadas em rituais indígenas, deu origem ao desenvolvimento de diversos cultos e religiões. Pode-se observar que o consumo de plantas brasileiras levava a alucinações visuais e as solanáceas a alucinações sensitivas.
Embora plantas alucinógenas continuem sendo usadas em todo o mundo, inclusive em cultos religiosos, o uso de plantas vem dando lugar aos alcaloides sintéticos.

Há relatos de pessoas que já tomaram e contaram, um deles foi de Gustavo, no site Muita Viagem (2014):

[...] Eu estava sozinho em uma cabana sem energia elétrica, mas quando o Ayahuasca começou a fazer efeito alucinógeno, sabia que tinha mais sete seres no quarto, entre entidades boas e malvados. Mandei todo mundo tomar no cu sem distinção: podem ficar aí que eu nunca vi tantas cores. E tudo brilhava. [...] O passado, o presente e o futuro se misturam. [...] Fiquei de pé e quase caí, o desequilíbrio era muito grande.  Perdi a noção de proporção, do meu tamanho no mundo.  Meus olhos pediram para fechar, e quando fechei, uma explosão de cores muito, muito intensa. [...] Para ver completo clique aqui.

"De olhos fechados, as visões são bem assim..." (Muita viagem, 2014)

Fonte: quantumkool

Referências:
LABATE, Beatriz Caiuby; ARAÚJO, Wladimyr Sena. O uso ritual da ayahuasca. 2002.

MARTINEZ, Sabrina T.; ALMEIDA, Márcia R.; PINTO, Angelo C. Alucinógenos naturais: um voo da Europa Medieval ao Brasil. Quim. Nova, v. 32, n. 9, p. 2501-2507, 2009.

Enter The Void - Viagem Alucinante (2009)

Soudain Le Vide (Original)
Dirigido por:  Gaspar Noé
Duração: 161 minutos
País de Origem: França
Áudio: |  Legenda: Português

Sinopse: Oscar e Linda, dois irmãos que vivem atualmente em Tóquio. Ele sobrevive traficando drogas e ela como uma stripper em uma boate. Durante um ataque policial, Oscar é atingido por uma bala.(Isso logo no começo do filme) Enquanto está morrendo, seu espírito, fiel à promessa que Oscar fez à irmã de nunca desistir, se recusa a deixar o mundo dos vivos. Sua mente, então, viaja pela cidade e suas visões começam a ficar cada vez mais caóticas e apavorantes. Passado, presente e futuro se misturam em um redemoinho alucinante.

MAS, na minha opinião não foi um filme qualquer, nem clichê... Já assistir: Réquiem para um Sonho, Eu, Christiane F., Trainspotting: Sem Limites, Black Metal Veins, Sid & Nancy - O Amor Mata, Paraísos Artificiais (todos muito bons) mas Enter the Void é outra conversa, é um filme sensitivo ligado a reencarnações, e a própria vida humana. Assim como Requiem for a Dream, me deixou em estado fetal.
Acompanha o resumo do filme: