⚠️ IMPORTANTE: CAPRICORNUS contém alguns filmes raros, que tiveram legenda sincronizada, outros traduções para o português, deu trabalho pra tá aqui ent vai roubar conteúdo da puta que te pariu sem dar os créditos. ~ Siga a gente! Os filmes tem limite de visualização mensal, caso não consiga, tentar próximo mês.

Taxidermia (2006)


Diretor: György Pálfi
Duração: 91 Minutos
País de origem: Áustria, França, Hungria
Áudio: Húngaro(?) | Legenda: Português

Sinopse: Inspirado pelos contos do escritor Lajos Parti Nagy, este segundo filme do realizador húngaro György Pálfi envolve-nos numa insólita e fascinante narrativa, que atravessa várias décadas e nos revela três gerações de homens com obsessões e comportamentos muito peculiares. O primeiro segmento é passado na 2ª Guerra Mundial e aí conhecemos o soldado Moroscovany, um obcecado sexual que sonha ser capaz de ejacular chamas e que tem uma carinho muito especial pela portentosa mulher do seu superior hierárquico; o segundo segmento centra-se em torno de Balatony, um glutão mórbido que não perde ocasião de se empaturrar até ao limite; finalmente temos a história de Lajos, um taxidermista cuja obsessão é levar a sua arte às últimas consequências, ou seja, o corpo humano.

Explica-se: não é um filme agradável de se ver, pois tem cenas escatológicas e de difícil aceitação, como um pênis ser bicado por uma galinha – bem longe do cinema político de A Leste de Bucareste e do aborto clandestino de 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias, os romenos da vez. 
O diretor não economiza nos barulhos nojentos e cenas repugnantes, como o soldado fazendo sexo com uma leitoa abatida, do pênis sair um jato de fogo e por fim a galinha dando-lhe uma bicada no membro. Ele termina morto pelo comandante e seu filho nasce com um rabo de porco. 
Na segunda parte do filme, o filho, já sem o rabo, torna-se um obeso mórbido depois de participar, desde criança, de concursos em que o campeão era o que ingeria a maior quantidade de comida. Apaixona-se por uma mulher bem gorda, também competidora na modalidade, e com ela terá uma lua de mel bastante igual a de tantos outros casais – os quilos a mais não impedem o clima romântico, regado a Samba da Bênção, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, na interpretação de Bebel Gilberto. Dessa relação nasce o representante da terceira geração, o raquítico taxidermista do título, que passa a terceira parte do filme empalhando animais e a si mesmo, guardando seu próprio corpo para a eternidade.
O roteiro parte de contos escritos por Lajos Parti Nagy; a trilha sonora, muito bela, é assinada por Amon Tobin, compositor que nasceu no Rio de Janeiro e faz parte da vanguarda chique européia – suas músicas não saem das trilhas das coreografias de Pina Bausch. Enfim, há uma certa sofisticação nos temas, na crítica ao regime comunista, na maneira como a sociedade atual discrimina os obesos, na intricada elaboração dos planos-seqüência e no inteligente uso da câmera digital. Mesmo a reconstituição de época e nos cenários estilizados percebe-se que o diretor teve educação tanto cinéfila quanto humanística. Sua verborragia não é nem acidental muito menos gratuita.
Palfi, o diretor, chega a recriar os contos dos irmãos Andersen dentro de um exemplar de A Menina dos Fósforos, um dos contos dos escritores, além conseguir, com um giro de 360 graus numa mesma banheira (plano impressionante), perpassar toda a história e resumir as intenções do filme. Enfim, é o que Peter Grenaway fazia quando ainda estava com gás (Demetrius Caesar, 2007).
↓ ASSISTIR ABAIXO  | FILMOW | VK 

Cannabis: Formas e apresentações (Parte 2)

Embora fumar a cannabis e comê-la como ingrediente em certos pratos sejam suas formas de consumo mais comuns, há uma grande variedade de maneiras de a planta ser usada. Os usuários afirmam que cada método de consumo tem um efeito psicoativo diferente. Por exemplo, fumar maconha, segundo eles, teria um efeito mais relaxante, enquanto comê-la ou absorver o vapor por meio de um vaporizador tem um efeito mais intenso, "cerebral". Os três principais produtos derivados da cannabis são a erva (a maconha, isto é, as flores secas da planta), a resina (o haxixe) e o óleo de cannais.

PARA FUMAR

A forma mais comum de consumo da cannabis é a de flor seca da planta fêmea prensada para fumar. O "baseado", termo que designa um cigarro de maconha, é o meio mais usado.

KIEF

O kef, que em árabe significa "bem-estar" ou "prazer", é um pó obtido dos trico mas da cannabis, isto é, de bolsas de resinas das plantas que secretam substâncias destinadas, em geral, à proteção. Normalmente, os tricomas parecem pequenos pelos ou escamas nas folhas ou no caule de algumas plantas, como, por ex, a urtiga. Para se obter o kief, flores secas de cannabis são peneiradas. O kief possui concentração muito maior de psicoativos canabinoides, como o THC, do que as flores de cannabis das quais deriva. Normalmente, o kief é misturado com haxixe, mas também pode ser vaporizado ou fumado diretamente. No Marrocos, o termo "Kief" refere-se, igualmente, a uma mistura dos tricomas da cannabis com haxixe ou tabaco. Apesar da forte concentração de canabinoides nos tricomas, o tipo da planta dita a qualidade do produto final.

ÓLEO DE CANNABIS

Trata-se de uma matriz resinosa de canabinoides obtida por meio de extração por solvente da cannabis. É o mais potente entre os três produtos principais do gênero isto é, a erva, a resina e o óleo.
O teor do THC varia conforme a planta. O Relatório Mundial sobre Drogas de 2009 estabelece que o teor de THC do óleo "pode exceder 60%". Atualmente alguns laboratórios americanos, como o SC Labs em Santa Cruz, California, o Steephil Labs, em Berkeley, também na California, e o GreenStyle Consulting Solutions, testam produtos obtidos da cannabis e relatam teores que variam de 30 a 90%, com os níveis mais preponderantes entre 60% e 85%. O óleo pode ser fumado ou inalado por meio de vaporização.
A forma mais comum de se produzir o óleo de cannabis é passar butano líquido em um tubo cheio de flores de cannabis. A baixa temperatura do gás cristaliza as resinas da planta. Conforme o butano passa pelo tubo, a resina cristalizada fica aprisionada no líquido. O produto resultante é vertido em um recipiente de vidro, na saída do tubo. Como o butano tem baixa temperatura de evaporação, ele é convertido em vapor rapidamente, deixando apenas a resina cristalizada, que é, então purgada em uma câmara de vácuo. Tal procedimento, dependendo do tempo de exposição ao vácuo, altera a consistência do óleo, podendo produzir, por exemplo, cera. É possível usar outros solventes no lugar do butano, desde que sejam puros, isto é, sem aditivos, pois o resíduos podem causar danos à saúde.
Nos Estados Unidos, em estados que permitem o uso de cannabis para fins medicinais, alguns usuários mais afoitos, ansiosos por potencializar seu estoque, causaram explosões em suas casas tentando produzir o óleo de cannabis. Em Michigan, só em julho de 2013, foram relatadas suas explosões. O butano é altamente inflamável.

BHANG

O Bhang é muito popular em todo o subcontinente indiano, onde é consumido há centenas de anos. Trata-se de uma preparação das folhas e flores da cannabis fêmea, geralmente adicionada ao leite ou à coalhada. Há, ainda, o bhang goli (bola), cannabis fresca moída em água. Muito comum em toda a índia e o Nepal, não é considerada uma droga, mas indutor de sono e estimulador de apetite. Na medicina tradicional indiana, chamada de "aiuvédica", muitos remédios levam bhang em pó em suas receitas. O mesmo acontece na culinária: uma bebida muito popular em muitas partes do subcontinente é o bhang ki thandai", ou "sardai", preparada com amêndoas, especiarias, leite e açúcar, e servida gelada.
O bhang tem sido usado desde os tempos védicos e é parte integral da cultura hindu. Nos "ghats", as escadarias que descem aos rios na Índia, onde os hindus executam rituais, é muito frequente encontrar homens preparando bhang. Eles moem em pilões as flores e as folhas das cannabis fêmeas, até obterem uma pasta. Então, adicionam leite, "ghee" - a manteiga clarificada, ingrediente básico da culinária indiana - e especiarias. Esse produto pode ser usado para preparar uma bebida forte, inebriante, o "thandal", ou ser misturado com ghee e açúcar para fazer o "golee", uma espécie de bala de bannabis.

HAXIXE (CHARAS)

O haxixe, chamado de "charas" na índia, no Nepal, no Paquistão e no Afeganistão, é feito da resina da cannabis, encontrada nos tricomas da cannabis fêmea. Durante a colheita, os camponeses esfregam as plantas com as mãos e a resina acaba aderindo à pele. Depois, raspam a substância e fazem bolas de haxixe com elas. A pasta é conhecida como "creme de cannabis".
Essa forma de preparação da cannabis tem sido usada no subcontinente indiano com propósitos religiosos e medicinais há milhares de anos. Nos tempos do império britânico, o haxixe era vendido com o ópio, em lojas controladas pelo governo, seguindo, assim até os anos 1980. Ele continua a ser vendido em algumas partes do Tajastão.
O charas exerce importante papel na religião hindu, sendo usado, principalmente, pelos shaivs, uma seita hindu que adora a BShiva, a divindade que encerra o clico da criação, trazendo portanto, a destruição. Na verdade, muitos hindus veneram a cannabis como um dos aspectos do Senhor Shiva, uma vez que, entre seus atributos positivos, o deus também representa a transcedência ilimitada.
Embora o haxixe seja encontrado em todo o subcontinente, sua produção restringe-se a poucos lugares do norte do país, especialmente no Vale Parvati e ca Caxemira. No sul, também é produzido, porém, com qualidade significamente inferior. E como não poderia deixar de ser, com tanta abundância do produto, uma grande quantidade de haxixe indiano é contrabandeada para a Europa.
[...]

GARDAA

O gardaa é um tipo de haxixe feito, principalmente, nas áreas tribais do norte do Paquistão e no Afeganistão, usando-se plantas secas de cannabis. Como o haxixe produzido na Índia, é uma substância flexível, que pode ser moldada de diversas formas, normalmente em bolas. No entanto, ao contrário do contratipo indiano, o gardaa dissolve-se em partículas menores com o menor calor - mesmo o das mãos -, daí o nome: "gardaa", palavra urdu que significa "pó". De fato o produto de uma espressa poeira marrom. Há dois tipos de gaarda, um pó verde, levemente marrom. Devido ao estado resinoso, tanto o gaarda quanto o haxixe são, normalmente, misturados ao tabaco, enrolados em papel de cigarro e, em seguida, fumados.

DRAGÃO VERDE (TINTURA)

A tintira da cannabis, apelidada de "Dragão verde", devido, claro, à sua cor característica de clorofila, é usada para beber e também pode ser aplicada diretamente na pele. Para fabricá-la, deve-se extrair o THC e outros canabinoides contidos nas flores e folhas da cannabis fêmea por meio do álcool. Normalmente, seca-se a planta em um forno durante alguns minutos, para decarboxilar, antes do banho no álcool. A decarboxilação serve para potencializar o THC na preparação resultante. Nos EUA, há uma preparação farmacêutica comercializada sob o nome de Sativez, em spray, para uso oral.

ALIMENTOS À BASE DE CANNABIS

Uma das formas de consumo da cannabis é como ingrediente de diferentes pratos. Alguns pesquisadores afirmam que a ingestão da cannabis, desde que apropriadamente preparada, é mais eficiente para absorver os canabinoides do que fumando a planta. O efeito, porém, tende a ser mais lento, uma vez que a absorção do THC pelo trato digestivo demora mais.
Um dos ingredientes culinários à base da planta mais comuns é o óleo de cannabis. A "manteiga mágica", que contém cannabinoides, também chamada de "butterjuana" ou "cannabutter", também é muito usada na culinária psicodélica. E como as resinas da cannabis são solúveis em álcool, ruim ou licores infundidos com cannabis, elas também são usadas no preparo dos "pratos mágicos". Nesse caso, o Green Dragon também pode virar ingrediente. O Creme de Gras é um licor feito à base de cannabis que pode ser adicionado ao café ou a outras bebidas.
Uma das receitas mais famosas feitas com cannabis - muito procurada em certos cafés de Amsterdã - são os space cakes, também chamados de hash cakes. são muffins, brownies e cookies feitos com grandes quantidades de haxixe, normalmente meio grama da droga para cada grama dos produtos, de modo que quem os consome obtém efeito forte e de longa duração.
O maior benefício ao consumidor esses bolos é a isenção dos efeitos prejudiciais da fumaça no sistema respiratório. De acordo com os consumidores, o sabor dos confeitos não é muito diferente do de outros feitos com os ingredientes normais.

CHÁ DE CANNABIS

Alguns usuários preparam chá (na verdade, infusão) com as folhas da cannabis. Como o agente psicoativo primário da planta não é solúvel em água, esse método de consumi-la provoca pouco efeito psicoativo. Essa técnica vem sendo usada há milhares de anos como forma de usar a planta por conta de suas qualidades medicinais, em vez das alucinógenas.


CANNABIS E RELIGIÃO

A cannabis tem sido usada num contexto espiritual e religioso na Índia desde os tempos védicos, há mais de 3.500 anos. Os santos hindus são notórios por usar a planta para induzir estados espirituais e como auxiliar na meditação. Atualmente, a cannabis também tem sido usada pelos seguidores do movimento rastafari, que a consomem em seus ritos, seguindo eles, para potencializar a consciência.
O primeiro relato sobre o uso sagrado da cannabis na índia e no Nepal está no Atharva Veda, escrito entre 2000 e 1400 a.C. O texto menciona a cannabis como uma das "cinco plantas sagradas". O hinduísmo relaciona o uso da cannabis ao culto de Shiva, uma das três divindades dessa religião, tanto que a oferenda mais comum à divindade é o bhang - também consumido por aqueles que o ofertam. De acordo com os adeptos do chivaismo, o "elixir da vida", isto é, a cannabis, foi produzido quando o oceano foi criado pelos devas e pelos asuras (deuses e demônios hindus). Shiva, então, criou a cannabis do seu próprio corpo para purificar o elixir que viria a ser oceano. Assim, o consumo moderado do bhang, feito de acordo com os preceitos religiosos. limparia o devoto de seus pecados e evitaria uma vida futura de sofrimento. Por outro lado, tomar o bhang de modo irresponsável, com fins puramente recreativos e sem os ritos apropriados, é considerado pecado.
Na África, onde o consumo da cannabis faz parte da cultura local, além do uso medicinal, a planta também é usada de forma ritual. Nas aldeias, em cujos arredores exploradores europeus do século XIX relataram haver grandes traços de terra destinados ao cultivo de cannabis, as sociedades de fumantes da planta eram comuns. Elas serviam para reforçar laços de amizade e levaram à formação de cultos religiosos. Entre diversos povos, a tribo Baluka, do Congo, espabeleceu um culto de consumo de cannabis chamado de "riamba", no qual a planta era fumada em enormes cabaças. Os seguidores do culto, que chamavam a si mesmos de Bena Riamba, ou "filhos do cânhamo", deviam mostrar sua devoção fumando o máximo possível. Eles atribuiam poderes mágicos à cannabis e acreditavam que seu consumo combatia todos os males. Por isso mesmo, levavam-na consigo nas guerras e viagens. A cabaça usada para fumar a cannabis era para esses povos, um símbolo da paz, semelhante ao "cachimbo da paz" dos índios norte-americanos. Nenhum acordo de paz ou de comércio era selado sem ele.
Na China, onde a cannabis é usada por suas propriedades medicinais há mais de dois milênios, a planta ainda é usada em rituais xamânicos, praticados nas regiões centrais do país. [...] Ps sacerdotes taoístas, os quais estidavam alquimia em busca do elixir da eterna juventude, também faziam uso da cannabis, queimando-a, principalmente, em incensos "purificadores". [...]
Modernamente, os membros do movimento Rastafári usam a cannabis como parte do culto ao seu rei Haile Selassie I, da Etiópia, e para estimular a meditação. O movimento foi fundado na Jamaica em 1930 e afirma que a planta é a Árvore da Vida mencionada na Bíblia. [...] Eles acreditam que a planta tem o poder de levá-los para mais perto de Deus,a quem chamam de Jah. Para os rastas, a erva traz autocompreensão e permite entender Deus e o universo, além de tirar o mal do coração humano, purificando-o. Esfregar cinza de cannabis na pele é considerado um ato propício. Apesar disso, não é preciso, realmente, usar a canabis para ser um rastafári.
Também há, pelo menos, uma denominação cristã que considera a cannabis um sacramento, isto é, um rito sagrado de particular importância. Os membros do Ministério do THC veem a cannabis como capaz de trazer cura e iluminação, e sustentam que a planta era um dos ingredientes principais do óleo de ungir mencionado na Bíblia. Uma de suas missões é liberar a cannabis, envolvendo-se ativamente na discussão sobre o uso da planta na sociedade.

- FIM -

Pessoalmente, eu amo cannabis, porém não há nada na vida que não faça mal em excesso, até mesmo água em excesso não é bom, sou a favor da legalização em países já organizados e preparados para isso, espero um dia esse sonho virar como no Canadá, ou Amsterdã, ou como em alguns lugares dos Estados Unidos. É triste quando não és cultivada... 
Um dia vou morrer, afinal todos irão morrer, vão me enterrar, um fazendeiro muito louco vai me adubar e me transformar em um lindo pé de maconha. Só assim poderei saber que mesmo depois de morta continuarei fazendo sua cabeça! (Bob Marley).

"Tome um livro, leia-o e o plante em sua mente, ou então, Peça com fé um "pé de maconha"  pra você dividir com cidadania ou exibir na sua estante, no jardim da poesia. E depois imite nossos contemporâneos, quase democráticos, a fazer valor nosso direito de ver aquele "pé de maconha" no cardápio do brasileiro, lido, compreendido e legalizado, ou seja, livre e sem coisa, seja no calor ou seja na frescura" (literatura sativa).

Cannabis: Uma breve história (Parte 1)

Cannabis Queen by HeadTraumaPro
Do Himalaia para o mundo, a maconha disseminou-se pelo tempo, criando subculturas e polêmicas.
Entre as diversas plantas cultivadas para o consumo humano, estavam aquelas usadas medicinalmente ou para induzir estados alterados de consciência, buscadas pelos místicos. Essas espécies vegetais, principalmente as que, além de curar, levavam embriaguez, recebiam o nome genérico de "plantas de poder".
Há milênios, o uso de plantas de poder vem fazendo parte da experiência humana. Pouco mais de uma década atrás, foi descoberto uma geleira da Áustria o corpo preservado de um caçador paleolítico que teria vivido há mais de dez mil anos. A múmia, que teria vivido há mais de dez mil anos. Ficou conhecida como o "Homem de Gelo", trouxe informações importantes sobre a vida e a tecnologia daquela época. [...] revelou até mesmo o uso de cogumelos alucinógenos, encontrados numa bolsa que o caçador tinha prendido à cintura. Os cogumelos podem ter servido a um caráter médico, mas podem também ter sido usados para "sonhar", isto é, entrar no "mundo dos espíritos".
O uso de certas plantas, as chamadas Plantas Mestras, Plantas de Conhecimento, Plantas de Poder ou Plantas Sagradas, empregadas para acessar um estado diferenciado de consciência, é muito comum até hoje. Muitas dessas plantas classificadas como enteógenas, do grego entheos, isto é, que têm "Deus dentro", participaram e participam de cerimônias em todos os continentes - do coração da Amazônia aos jângales indianos. [...] 
Um dos vegetais que têm interagido com a humanidade, pelo menos, desde o advento da agricultura, é a Cannabis sativa, nome científico do cânhamo, ou da maconha. A planta era cultivada por conta das fibras, usadas para fazer cordas e tecidos, e pelas suas propriedades alucinógenas e farmacológicas.
As duas espécies mais exploradas da planta, a Cannabis sativa e a Cannabis indica, são originárias da Ásia Central e Meridional. Uma terceira espécie, a Cannabis ruderalis, é nativa da Rússia.
Da Índia, a maconha alcançou o Oriente Médio, onde era usada pelos sufis - o ramo místico do islamismo -. para atingir estados elevado e também para recreação. E, mais uma vez, a religião teve um papel importante na divulgação da droga. Como o islamismo proíbe o álcool, a cannabis foi imediatamente adotada como o principal alucinógeno pelos muçulmanos. Na verdade, foi lá, pela primeira vez, que o uso da maconha, em forma de haxixe, foi associado a atos hediondos, dando origem à palavra "assassino".

EUROPA E O USO POR ARTISTAS INTELECTUAIS


Na Europa, durante o iluminismo, grupos de artistas e intelectuais começaram a usar a maconha como alucinógeno. O rito maçom dos iluminatti, do qual o escritor alemão Goethe (1749 - 1832) era membro, fazia uso do haxixe. Ao longo do século XIX, a maconha continueu a ser a droga da vanguarda europeia.
Em 1845, o médico francês J. J. Moreau de Tours e os escritores Gérard de Nerval e Téophile Gautir fundaram o Clube dos Haxixins, cujas atividades giravam ao redor do haxixe. Artistas proeminentes participavam das reuniões do grupo. Charles Baudelaire, Alexandre Dumas, Eugene Delacroix e Victor Hugo confirmavam a maconha como o sucedâneo dos intelectuais. Baudelaire chegou mesmo a escrever uma obra célebre sobre, principalmente a cannabis, Paraísos Artificiais (veja aqui), Uma das formas mais comuns de os membros do Clube dos Haxixins consumirem a cannabis era por ingestão.
Mas no final do século XIX e início do XX, nos Estados Unidos, algo determinante veio a ocorrer: o Movimento de Temperança ganhava força política em todo o país. Esse movimento de massa ocorrido no final do século XIX nos Estados Unidos defendia a livre concorrência de culpava o álcool por todos os problemas sociais existentes. Seus participantes também se opunham ao uso de alucinógenos e propunham regulamentar seu consumo. Assim, os círculos conservadores americanos lideraram campanhas contra o comércio de todos os psicotrópicos, inclusive o álcool. Era o chamado Proibicionismo, que comaçava a acultar-se e que acabou conseguindo impor a Lei Seca, que proibia o consumo e a venda de bebidas alcoólicas em todos os Estados Unidos.
Na década de 1910, diversas substâncias alucinógenas, antes vendidas livremente em farmácias, foram proibidas dentro do território americano. Os países da Europa e das Américas acompanharam essa tendência. No final da década de 1930, a cocaína e a maconha já estavam proibidas em vários países do mundo. A venda da morfina passou a ser rigorosamente controlada. Nos EUA, o álcool foi pribido de 1920 a 1935.
A partir de então, a cannabis só era usada pelos imigrantes mexicanos pobres e negros. No entanto, na década de 1950, a maconha voltou a ser associada à ideia de vanguarda e de contra cultura. Durante o período pós-guerra, uma nova geração começava a questionar os valores do American Way of Life. Achavam que a sociedade americana falira, que seus ideais haviam sido corrompidos pelo cinismo e pela mentira. Eram poetas e escritores que caíam na estrada em busca de liberdade e de experiências verdadeiramente humanas. [...] era um meio de contestar e de libertar-se.
Favela by zissu
De acordo com o canalcienciascriminais: A política de “guerra às drogas” nada mais é do que uma [pseudo] emergência levantada pelos Estados, principalmente Latino-Americanos, para o fim de possibilitar uma atuação beligerante por parte de seus órgãos. Sem a justificativa de combate às drogas, o Estado perde seu fundamento demagógico de neutralização de comunidades periféricas e de criminalização daqueles que não se adéquam aos padrões impostos. O usuário de drogas simplesmente "não viola preceitos de coexistência, pois as substâncias que são consumidas pelo sujeito apenas afetam a sua própria existência," [...] "a criminalização das drogas e de seus usuários, nada mais é, do que um mecanismo de controle social."

NO BRASIL

Segundo Edward MacRae - doutor em Antropologia Social, professor adjunto da FFCH/UFBa, e Júlio Assis Simões - Doutor em Antropologia da Unicamp - e autores de diversos estudos sobre maconha, a "a cannabis parece ter sido originalmente introduzida no Brasil por africanos escravizados e durante longo tempo foi parte importante da cultura negra de grande parte do Norte e Nordeste". A própria origem da palavra indica isso: "maconha" vem do quimbundo ma'kaña, que significa "erva santa". Alguns historiadores chegam mesmo a afirmar que o uso da cannabis era tolerado pelos senhores, uma vez que mantinha os cativos calmos e alienados. Até o início do século XX, a maconha era considerada em vários países, inclusive no Brasil, um medicamento útil para várias doenças.
Em 1936, porém, a maconha foi proibida em todo o país. As campanhas que se seguiram, "de cunho declaradamente racista", de acordo com MacRae e Simões, rotulavam o costume de fumar cannabis como a "vingança do derrotado" e sustentavam que a substância era uma ameaça ao povo brasileiro. E como o costume era mais arraigado entre a população negra, "qualquer negro tornava-se suspeito de ser maconheiro ou traficante e, portanto, passível de ser revistado e detido" garante J. C. Adiala no seu estudo O problema da maconha no brasil: Ensaio sobre racismo e drogas (IUdeP do RJ, 1986).
Na década de 1970, houve uma nova onda de alarme, dessa vez associando o uso da cannabis aos jovens de classe média. Tratava-se de um grupo empenhado numa forte resistência cultural, levantando questões sobre temas relacionados à educação, ao emprego e à sexualidade. Assim,e m 1976, uma severa legislação sobre entorpecentes foi aprovada. Nessa época, as drogas ilícitas mais usadas eram a maconha e as anfetaminas. Essa lesgislação continuou em vigor até agosto de 2006, quando foi substituída pela atual.
Hoje, apesar dos riscos envolvidos na obtenção da maconha, seu uso recreativo é cada vez mais aceito entre alguns setores da classe média brasileira - mesmo por aqueles que não a consomem.

Documentário:

Cannabis by djstefanco

poison ivy hemp by BoggieNightBoy
Referências:
Curiosidades On Line Editora. Maconha – Cannabis: Erva Maldita?. On Line Editora. 97 p.

Reflexões Sem Tabu

No capítulo “Tabu e ambivalência emocional”, Freud nos diz o seguinte sobre o significado do tabu: O significado de “tabu”, como vemos, diverge em dois sentidos contrários. Para nós, significa, por um lado, “sagrado”, “consagrado”, e, por outro, “misterioso”, “perigoso”, “proibido”, “impuro” [...] As restrições do tabu são distintas das proibições religiosas ou morais. Não se baseiam em nenhuma ordem divina, mas pode-se dizer que se impõem por sua própria conta. Diferem das proibições morais por não se enquadrarem em nenhum sistema que declare de maneira bem geral que certas abstinências devem ser observadas e apresente motivos para essa necessidade. As proibições tabu não têm fundamento e são de origem desconhecida. Embora sejam ininteligíveis para nós, para aqueles que por elas são dominados são aceitas como coisa natural (FREUD, 1996, p. 37).

O livro Reflexões sem Tabu, pensamentos livres (da figura) é composto de pensamentos não ortodoxo sobre diversos assuntos que se tratam no cotidiano do ser humano sejam eles relacionados a política, a sociedade e a existência do indivíduo. A seguir consta um trecho sobre o Tema 1: Relacionamento. Entretanto no livro ainda há Tema 2: Realidade; Tema 3: Educação e Tema 4: Política. Caso queira continuar lendo todos os temas, ele está disponível aqui: Amazon.
O texto a seguir é do autor PIVA, Jair A:

RELACIONAMENTO

1. Convivência
A convivência a dois exige muito mais sacrifícios do que ser militante político. Conviver com as limitações do outro é um fator que exige do ser muita compreensão e sabedoria para conviver com as diferenças intelectuais e de valores.

2. Hipocrisia Moral
A sociedade vive mergulhada na hipocrisia moral de tal forma que dizem serem seguidores de valores religiosos, mas no fundo, na sua vida cotidiana querem fazer de tudo para melhorar sua própria vida mesmo que seja passando por cima de outros. Muitos não se preocupam com a existência do outro, veem o outro como seu inferno, como apenas limitador das suas vontades. Quando isso acontece a sociedade entra em decadência e começa a explorar o outro de todas as formas fazendo plenitude de abundância e de fartura econômica enquanto outros permanecem na miséria e jamais conquistam uma vida digna de ser humano.

3. Mente aberta
Ter uma mente aberta para a diversidade cultural, social, de valores, de amores, tem como consequência muitas vezes a exclusão do indivíduo pela sociedade já que o mesmo não é compreendido pelos seus, não pode viver plenamente seus ideais e, dificilmente, encontra seres inteligentes para compartilhar suas ideias. As ideologias religiosas acabam por impedir a humanidade de abrir-se sempre para algo novo e vivenciar a sua vida única em plenitude. As religiões podam o humano dos seus instintos e dos seus desejos fazendo dele um ser castrado da vida e muitas vezes infeliz por não poder viver plenamente a sua vida como humano e como animal de desejos.

4. Juventude irreverente
Nietzsche em seu livro Aurora relata em um de seus aforismos que, o jovem anterior à sua época, desejava basear sua vida no modelo de seus pais e antepassados. Atualmente, não pensa mais [...] e ainda critica o estilo de vida e autoridade de seus pais. [...]Tal fenômeno pode ter começado no século XX tendo em vista que, partindo de mim mesmo, da minha juventude, que passou-se na década de 1980, os jovens já eram muito rebeldes em relação aos valores paternos.  Hoje, percebo através de meus alunos, a "rebeldia" em relação aos valores sociais, culturais, morais, comportamentais em relação aos de seus pais é muito maior. Netzsche conseguiu ver o futuro das novas gerações. Se estão erradas, ou não, isso somente o tempo dirá. É preferível ser "uma metamorfose ambulante", como diz o poeta Raul, "do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo", principalmente, quando muitas das opiniões que são formadas são ideologias de um grupo dominante conservador que deseja apenas manter seu poder.

5. Viver consigo mesmo
Muitas pessoas criticam constantemente àqueles que vivem sozinhos, que não casam que separam-se e passam a viver só. Dizem que são pessoas solitárias, tristes por não terem alguém para viver com elas. Este pensamento é um dos mais medíocres possíveis. Pessoas que, de fato,  aprendem a viver sozinhas, capazes de conviver consigo mesma, sem a necessidade de compartilhar a sua vida com outros, na verdade, são as mais capazes de viver a vida a dois, pois quem aprende a viver consigo, aprende a aceitar suas limitações, a conhecer a si mesmo conhecendo seus defeitos e suas virtudes, [...] e trabalhar melhor com o outro e ajudá-lo a superar suas limitações. É claro que isso não acontece, generalizadamente, com todos, uma vez que cada ser tem suas particularidades.

6. O que é o amor?
O amor é uma complexa relação social, biológica, cultural, econômica e sentimental. O sentimento embora seja, ideologicamente, o mais importante, na realidade é o que menos influencia na relação entre os casais. Quando duas pessoas possuem disparidades muito grandes na questão social, dificilmente, pois realidades diferentes, ao extremo, não se complementam. No que tange à questão biológica, especificamente o sexo, quando um casal não possui uma boa relação na cama também não consegue, de fato, estabelecer uma relação sustentável. A sexualidade é um dos fatores de grande relevância para a vida de um casal. Quanto à diferença cultural, pode-se afirmar que culturas diferentes, ao extremo, tambémnão dão certo e quando fala-se de conhecimento, quando um tem melhor formação intelectual que o outro, dificilmente, dá certo, pois a linguagem de alguém possuidor deum conhecimento científico oou mesmo de sabedoria muito superior ao outro dificilmente conseguem estabelecer diálogo, pois um pode ter muito o que dialogar, mas o outro, muitas vezes, não conseguirá alcançar o aprofundamento. No que diz respeito à economia, quando há muita disparidade entre casais raramente um aceitará submeter-se ao outro, economicamente, e isso pode provocar uma separação, principalmente, se o homem ganhar menos que a mulher. [..] Portanto, quando pensar-se viver juntos como pares casados devem refletir antes sobre esses parâmetros, pois a convivência efetiva dos pares depende muito dessas questões.

7. Ideologia do amor

8. Relações
O amor nada mais é que uma palavra para substituir em uma, apenas os termos: relação econômica, relação efetica, relações de poder, relações intelectuais, relações sociais e relações de submissão.

9. Fidelidade

10. Discrepância

11. Bom vinho
O que mais aquele o coração de um homem é uma boa taça de vinho e uma mulher vigorosa na cama. Ambos leva o casal a desfrutar do que há de melhor na vida a dois, na intimidade. Um bom vinho libera a mente dos preconceitos e controbui para o casal deixar livre sua imaginação para viver o que há de melhor na sexualidade.

12. Desejos reprimidos
Todos nós temos desejos, medos e instintos, mas em nome de uma moral social hipócrita suprimimos nossos desejos e anseios, para nos mostrarmos bem diante da sociedade que nos julga o tempo todo pela nossa aparência, mas ao mesmo tempo faz tudo às escondidas para não parecer mal aos olhos dos outros.

13. Relacionar-se

14. O que é moral?
A moral faz parte da sociedade, varia de acordo com os grupos sociais, é manipulada por algumas autoridades e pessoas de poder para prevalecer os valores que melgor lhes convêm, logo, a moral é fruto do desejo de alguém possuidor do poder político e econômico de uma sociedade. Quanto maior o poder de manipulação e econômico, mais esses dominadores ditarão para as sociedades o que é certo e errado. Podemos perceber isso, de forma nítida, observando no mundo aqueles possuidores de poder, tais pessoas podem fazer tudo, criar ideologias, modismos, e os demais não os chamam de imorais, apenas de irreverentes e excêntricos.

15 Limitações do amor

22. Mal do século

23. Existência perdida
O que a humanidade precisa é resgatar o valor existencial da vida, dos amigos, do diálogo, do relacionamento pessoal e não somente virtual, entre outros. Como dizia Renato Russo, "o mal do século é a solidão". De fato, a solidão, em alguns casos, pode virar depressão, já que não se tem um amigo com quem se possa falar sobre as questões da vida, nossas angustias, alegrias e decepções. Acredito que a falta de um bom amigo seja um dos fatores que levam as pessoas a se tornarem depressivas. A tristeza por perda de algo ou alguém não é a causa sine qua non da depressão. [...].

24. Contradições
O relacionamento a dois é composto de várias contradições entre os pares. Muitas vezes quando um quer determinada coisa o outro se mostra contrário. Muitas vezes se espera que o outro haja da forma que desejamos e contrariando as nossas expectativas o outro age de forma irreverente a toda nossa expectativa. Os relacionamentos seriam de fato melhores entre os pares se houvesse uma abertura intelectual de ambos para ver o mundo de forma menos conservadores em todas as questões. Os tabus existentes nos relacionamentos acabam por criar entraves nas relações sociais entre os casais e diminuir a possibilidade de sucesso entre ambos. Vemos hoje muitos casais separarem-se entre o período de 4 anos de casamento e vemos que a maioria dos homens e mulheres por volta dos quarenta anos já passaram por mais de um casamento, isso se deve a aceitação das diferenças existente entre os pares e a cobrança social e cultural conservadora de que o parceiro tem que ser propriedade exclusiva do outro sem lhe dar abertura para viver outras experiências amorosas tendo em vista que a sociedade impõe que se deve haver apenas um parceiro por vez. 

Referências:
FREUD, Sigmund. Totem e Tabu e Outros Trabalhos. Obras completas de Sigmund Freud. Edição standard brasileira. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
PIVA. Jair A. Reflexões sem Tabu. Clube de Autores (managed). 89 p.