⚠️ IMPORTANTE: CAPRICORNUS contém alguns filmes raros, que tiveram legenda sincronizada, outros traduções para o português, deu trabalho pra tá aqui ent vai roubar conteúdo da puta que te pariu sem dar os créditos. ~ Siga a gente! Os filmes tem limite de visualização mensal, caso não consiga, tentar próximo mês.

Cannabis: Uma breve história (Parte 1)

Cannabis Queen by HeadTraumaPro
Do Himalaia para o mundo, a maconha disseminou-se pelo tempo, criando subculturas e polêmicas.
Entre as diversas plantas cultivadas para o consumo humano, estavam aquelas usadas medicinalmente ou para induzir estados alterados de consciência, buscadas pelos místicos. Essas espécies vegetais, principalmente as que, além de curar, levavam embriaguez, recebiam o nome genérico de "plantas de poder".
Há milênios, o uso de plantas de poder vem fazendo parte da experiência humana. Pouco mais de uma década atrás, foi descoberto uma geleira da Áustria o corpo preservado de um caçador paleolítico que teria vivido há mais de dez mil anos. A múmia, que teria vivido há mais de dez mil anos. Ficou conhecida como o "Homem de Gelo", trouxe informações importantes sobre a vida e a tecnologia daquela época. [...] revelou até mesmo o uso de cogumelos alucinógenos, encontrados numa bolsa que o caçador tinha prendido à cintura. Os cogumelos podem ter servido a um caráter médico, mas podem também ter sido usados para "sonhar", isto é, entrar no "mundo dos espíritos".
O uso de certas plantas, as chamadas Plantas Mestras, Plantas de Conhecimento, Plantas de Poder ou Plantas Sagradas, empregadas para acessar um estado diferenciado de consciência, é muito comum até hoje. Muitas dessas plantas classificadas como enteógenas, do grego entheos, isto é, que têm "Deus dentro", participaram e participam de cerimônias em todos os continentes - do coração da Amazônia aos jângales indianos. [...] 
Um dos vegetais que têm interagido com a humanidade, pelo menos, desde o advento da agricultura, é a Cannabis sativa, nome científico do cânhamo, ou da maconha. A planta era cultivada por conta das fibras, usadas para fazer cordas e tecidos, e pelas suas propriedades alucinógenas e farmacológicas.
As duas espécies mais exploradas da planta, a Cannabis sativa e a Cannabis indica, são originárias da Ásia Central e Meridional. Uma terceira espécie, a Cannabis ruderalis, é nativa da Rússia.
Da Índia, a maconha alcançou o Oriente Médio, onde era usada pelos sufis - o ramo místico do islamismo -. para atingir estados elevado e também para recreação. E, mais uma vez, a religião teve um papel importante na divulgação da droga. Como o islamismo proíbe o álcool, a cannabis foi imediatamente adotada como o principal alucinógeno pelos muçulmanos. Na verdade, foi lá, pela primeira vez, que o uso da maconha, em forma de haxixe, foi associado a atos hediondos, dando origem à palavra "assassino".

EUROPA E O USO POR ARTISTAS INTELECTUAIS


Na Europa, durante o iluminismo, grupos de artistas e intelectuais começaram a usar a maconha como alucinógeno. O rito maçom dos iluminatti, do qual o escritor alemão Goethe (1749 - 1832) era membro, fazia uso do haxixe. Ao longo do século XIX, a maconha continueu a ser a droga da vanguarda europeia.
Em 1845, o médico francês J. J. Moreau de Tours e os escritores Gérard de Nerval e Téophile Gautir fundaram o Clube dos Haxixins, cujas atividades giravam ao redor do haxixe. Artistas proeminentes participavam das reuniões do grupo. Charles Baudelaire, Alexandre Dumas, Eugene Delacroix e Victor Hugo confirmavam a maconha como o sucedâneo dos intelectuais. Baudelaire chegou mesmo a escrever uma obra célebre sobre, principalmente a cannabis, Paraísos Artificiais (veja aqui), Uma das formas mais comuns de os membros do Clube dos Haxixins consumirem a cannabis era por ingestão.
Mas no final do século XIX e início do XX, nos Estados Unidos, algo determinante veio a ocorrer: o Movimento de Temperança ganhava força política em todo o país. Esse movimento de massa ocorrido no final do século XIX nos Estados Unidos defendia a livre concorrência de culpava o álcool por todos os problemas sociais existentes. Seus participantes também se opunham ao uso de alucinógenos e propunham regulamentar seu consumo. Assim, os círculos conservadores americanos lideraram campanhas contra o comércio de todos os psicotrópicos, inclusive o álcool. Era o chamado Proibicionismo, que comaçava a acultar-se e que acabou conseguindo impor a Lei Seca, que proibia o consumo e a venda de bebidas alcoólicas em todos os Estados Unidos.
Na década de 1910, diversas substâncias alucinógenas, antes vendidas livremente em farmácias, foram proibidas dentro do território americano. Os países da Europa e das Américas acompanharam essa tendência. No final da década de 1930, a cocaína e a maconha já estavam proibidas em vários países do mundo. A venda da morfina passou a ser rigorosamente controlada. Nos EUA, o álcool foi pribido de 1920 a 1935.
A partir de então, a cannabis só era usada pelos imigrantes mexicanos pobres e negros. No entanto, na década de 1950, a maconha voltou a ser associada à ideia de vanguarda e de contra cultura. Durante o período pós-guerra, uma nova geração começava a questionar os valores do American Way of Life. Achavam que a sociedade americana falira, que seus ideais haviam sido corrompidos pelo cinismo e pela mentira. Eram poetas e escritores que caíam na estrada em busca de liberdade e de experiências verdadeiramente humanas. [...] era um meio de contestar e de libertar-se.
Favela by zissu
De acordo com o canalcienciascriminais: A política de “guerra às drogas” nada mais é do que uma [pseudo] emergência levantada pelos Estados, principalmente Latino-Americanos, para o fim de possibilitar uma atuação beligerante por parte de seus órgãos. Sem a justificativa de combate às drogas, o Estado perde seu fundamento demagógico de neutralização de comunidades periféricas e de criminalização daqueles que não se adéquam aos padrões impostos. O usuário de drogas simplesmente "não viola preceitos de coexistência, pois as substâncias que são consumidas pelo sujeito apenas afetam a sua própria existência," [...] "a criminalização das drogas e de seus usuários, nada mais é, do que um mecanismo de controle social."

NO BRASIL

Segundo Edward MacRae - doutor em Antropologia Social, professor adjunto da FFCH/UFBa, e Júlio Assis Simões - Doutor em Antropologia da Unicamp - e autores de diversos estudos sobre maconha, a "a cannabis parece ter sido originalmente introduzida no Brasil por africanos escravizados e durante longo tempo foi parte importante da cultura negra de grande parte do Norte e Nordeste". A própria origem da palavra indica isso: "maconha" vem do quimbundo ma'kaña, que significa "erva santa". Alguns historiadores chegam mesmo a afirmar que o uso da cannabis era tolerado pelos senhores, uma vez que mantinha os cativos calmos e alienados. Até o início do século XX, a maconha era considerada em vários países, inclusive no Brasil, um medicamento útil para várias doenças.
Em 1936, porém, a maconha foi proibida em todo o país. As campanhas que se seguiram, "de cunho declaradamente racista", de acordo com MacRae e Simões, rotulavam o costume de fumar cannabis como a "vingança do derrotado" e sustentavam que a substância era uma ameaça ao povo brasileiro. E como o costume era mais arraigado entre a população negra, "qualquer negro tornava-se suspeito de ser maconheiro ou traficante e, portanto, passível de ser revistado e detido" garante J. C. Adiala no seu estudo O problema da maconha no brasil: Ensaio sobre racismo e drogas (IUdeP do RJ, 1986).
Na década de 1970, houve uma nova onda de alarme, dessa vez associando o uso da cannabis aos jovens de classe média. Tratava-se de um grupo empenhado numa forte resistência cultural, levantando questões sobre temas relacionados à educação, ao emprego e à sexualidade. Assim,e m 1976, uma severa legislação sobre entorpecentes foi aprovada. Nessa época, as drogas ilícitas mais usadas eram a maconha e as anfetaminas. Essa lesgislação continuou em vigor até agosto de 2006, quando foi substituída pela atual.
Hoje, apesar dos riscos envolvidos na obtenção da maconha, seu uso recreativo é cada vez mais aceito entre alguns setores da classe média brasileira - mesmo por aqueles que não a consomem.

Documentário:

Cannabis by djstefanco

poison ivy hemp by BoggieNightBoy
Referências:
Curiosidades On Line Editora. Maconha – Cannabis: Erva Maldita?. On Line Editora. 97 p.

2 comentários: