⚠️ IMPORTANTE: CAPRICORNUS contém alguns filmes raros, que tiveram legenda sincronizada, outros traduções para o português, deu trabalho pra tá aqui ent vai roubar conteúdo da puta que te pariu sem dar os créditos. ~ Siga a gente! Os filmes tem limite de visualização mensal, caso não consiga, tentar próximo mês.
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O Enigmático Capricornus - Makara

First Fruits of Earth Offered to Saturn (Christofano Gherardi)
Segundo Helena Blavatsky, na sua monumental obra A Doutrina Secreta, Makara é o mais sagrado e misterioso de entre todos os signos do Zodíaco.
Para levantarmos um pouco o véu e penetrarmos na significação deste fascinante símbolo, iniciaremos, primeiramente, um périplo por alguns trechos da riquíssima mitologia grega.
A mitologia grega presenteia-nos, regra geral, com múltiplas versões, de diferentes épocas, sobre um mesmo tema. Porém, o seu significado essencial é sempre o mesmo; o que varia é o revestimento externo.
Começaremos pela história do nascimento da deusa Atena:

O nascimento de Atena

Métis, a primeira esposa de Zeus, ficou grávida de Atena. Perante este facto, Urano e Geia aconselharam o augusto deus a que engolisse a esposa, pois, de acordo com uma profecia, se Métis concebesse uma filha, e esta um filho, o neto viria a apropriar-se da soberania do avô.
Quando chegou ao fim a gestação de Atena, Zeus começou a sentir insuportáveis dores de cabeça. Pediu, então, auxílio ao deus das forjas, Hefesto, para que lhe abrisse a cabeça com um golpe de machado. Hefesto assim fez, e da cabeça de Zeus surgiu Atena, já adulta e armada com uma lança e uma égide.

A Vocação de Atena 

Em dada altura, os deuses do Olimpo debruçaram-se atentamente sobre certos acontecimentos que se desenrolavam na Terra. Na verdade, eles sabiam que estava eminente o alvorecer de uma grande revolução, que viria iluminar o caminho dos homens…
Cécrope, rei da Ática, intentava congregar as tribos da região por forma a edificar uma cidade-estado, cuja coesão e organização deveria trazer novos rumos de sabedoria e de paz.
Ante esta visão grandiosa, não era de admirar que os deuses se empolgassem e quisessem, cada um deles, o privilégio de ser patrono da cidade. Seguiu-se uma verdadeira querela e, no final, restaram apenas dois à altura do grande desafio: Posídon(-Neptuno), o deus dos mares, e Atena(-Minerva), a deusa da sabedoria e da prudência. Decidiu-se que se tomaria por protector da cidade o deus que produzisse a coisa mais útil.
Posídon, tocando a terra com a ponta do seu tridente, fez surgir um fogoso cavalo e fez jorrar uma fonte de água marinha, querendo com isso significar que o seu povo seria navegador, voluntarioso e guerreiro. Mas Atena interceptou-o e, aproximando-se do animal, afagou-o e domou-o, transformando-o num dócil aliado do homem. Logo após, tocando a terra com a ponta da sua lança, fez aparecer uma oliveira carregada de frutos, pretendendo com isso fadar o povo para que fosse industrioso, para que soubesse frutificar a terra, e para que pudesse iluminar os lares e os templos.
A azeitona, anunciou ela, seria portadora de vida: proviria alimento para os homens e óleo santo para os sacrifícios aos deuses. A sua árvore seria forte e resistente, frutificando mesmo na terra mais agreste e rochosa. Mas o mais importante era que a oliveira representaria a paz, enquanto que o cavalo, por obra dos homens, permaneceria associado à guerra.
Gerou-se silêncio entre aquela solene plêiade de deuses e, embora nenhum desejasse melindrar Posídon, e todos admirassem vivamente a sua magnífica criação, tiveram de reconhecer que Atena fora a vencedora.

E assim, sob o seu protectorado floresceu a grandiosa Cidade de Atenas.

Atena e Hefesto
[...]
Hefesto, o deus que ata e desata 
[...]

O nascimento de Zeus

Reia ficou grávida de Cronos mas, temerosa, pois o marido devorava todos os próprios filhos, refugiou-se no Monte Dicta (ou Ida, noutras versões), em Creta (embora a Ática também reclame esta honra para si) para dar à luz, e logo depois o escondeu nas profundezas de uma inacessível caverna. Aí, o pequeno Zeus foi amamentado por Amalteia, que era ao mesmo tempo uma ninfa e uma cabra. Mais tarde, reconhecido, Zeus instalou-a nos céus como a estrela Capela (Cabrinha) da constelação do Cocheiro (ou Auriga). Com frequência, em múltiplas versões do mito, se atribui a invulnerabilidade da égide de Zeus ao facto de esta ser recoberta da pele da cabra Amalteia.
Numa outra variante deste aspecto do mito, Aegipã (cabra-pã) era filho de Zeus com uma cabra chamada Aex, cuja pele era invulnerável. Quando esta morreu, Zeus retirou-lhe a pele e com ela fez a sua égide.

Capricórnio, a cabra-peixe

Numa batalha que travou contra o monstro Tifon, Zeus perdeu os tendões dos braços e dos pés, que Tifon, então, escondeu. Depois de algumas perseguições e peripécias várias, os seus filhos Aegipã e Hermes tomaram de volta os tendões do pai (o qual recuperou, assim, as suas forças), mas Tifon perseguiu-os até ao Egipto, onde eles se disfarçaram mudando de forma. Aegipã mudou a sua metade inferior para a de um peixe, a fim de lhe facilitar a sua fuga por mar.
Zeus mostrou a sua gratidão colocando Aegipã nos céus como a constelação do Capricórnio. Ele ainda mantém a sua forma: na contraparte superior, de cabra, e na inferior, de barbatana de peixe.

O símbolo Capricórnio-Makara

Em ocultismo, a cabra é um dos símbolos atribuídos ao Akasha, como o é da essência vital (Jîva) aprisionada na matéria. O Akasha é representado pelo Pentagrama. É por isso que o famoso “Bode de Mendes” (2), inscrito num pentagrama (com o vértice virado para cima, e assim figurado por Eliphas Levi), é sinónimo da Luz Astral (o aspecto ou nível mais inferior do Akasha), onde a Magia comum, elemental se pratica.

2) Em algumas raras representações, o “Bode de Mendes” é representado com uma cabeça de ancião e inscrito num pentagrama invertido, como alusão à natureza ilusória e enganadora da Luz Astral e à necessidade de muita prudência e discernimento para lidar com esse depósito ancestral, velho como o mundo, somatório de todos os bons e maus eflúvios produzidos pela humanidade e pela natureza animal em geral.

O Bode de Mendes é identificado ao andrógino Baphomet (3) grego, ao que se julga, cultuado pelos Templários. Segundo Von Hammer, o termo significa “baptismo ou iniciação na Sabedoria”, derivado das palavras gregas Baph [Baptismo] e Metis [Sabedoria”], e da relação de Baphometis com Pã.
De facto, Baphomet era um símbolo hermético-cabalístico, decomposto como se segue: Beth-Pe-Vav-Mem-Taf. Aplicando-se-lhe a cifra Atbash e utilizando-se o método de transferências e codificação usado pelos cabalistas judeus, obtém-se Shin-Vav-Pe-Yod-Aleph, que compõe o termo gnóstico Sophia (Sabedoria, em grego).

3) Helena Blavatsky relaciona Baphomet a Azazel, o bode expiatório do deserto mencionado na Bíblia Judaico-Cristã, e cujo sentido original, segundo ela, foi pervertido pelos tradutores das Escrituras. Azazel seria a conjugação das palavras Azaz e El, significando, assim, “Deus da Vitória”.

À essência vital aprisionada na matéria, alude a lenda do Titã Prometeu agrilhoado para sempre a uma rocha. Durante o dia era supliciado por um abutre que lhe devorava o fígado e, para eternizar o suplício, à noite este era regenerado. Num aspecto do mito, Prometeu figura a mónada humana na sua prisão de carne, encarcerada no “Quaternário inferior”. Ele era corroído, incessantemente, nas entranhas, pelas paixões e concupiscências próprias da natureza inferior.

Mas Prometeu roubou o fogo dos deuses, a Centelha de Manas (Mente Superior), que, só ela, permite a salvação deste cárcere (a rocha a que estava preso). Prometeu simboliza, então, aqui, os Kumâras (a Tríade Superior (4) ou o Ego Espiritual) que vieram, a meio da 3ª Raça (5), trazer uma luz à humanidade-animal e lhe possibilitaram o caminho para a Liberdade e para a Imortalidade.

4) Por isso, também às vezes chamados os Triângulos, entre outros muitos nomes: Pitris Agnishvâttas, Mânasaputras, Dhyâni-Buddhas, Prajâpatis superiores, Aswins, etc.
5) Curiosamente, é dito que Vulcano, o planeta intra-Mercuriano que “vela o sol”, deixou de ser visível nos finais da 3ª Raça. (Blavatsky Collected Writings, XII). A este propósito, falaremos mais à frente, quando tratarmos da simbologia Hefesto-Vulcano.

De acordo com o sustentado por Helena Blavatsky, no Zodíaco bramânico os signos são todos eles presididos por, e dedicados a, um dos grandes deuses. No caso de Makara (Capricornus), a divindade a que o mesmo é dedicado é Pulaha, que, segundo o Rig-Veda, é um dos sete Richis-Prajâpatis nascidos da mente de Brahmâ.

E lemos na sua Doutrina Secreta “… A Quinta Hierarquia, a dos Kumâras, é muito misteriosa, uma vez que está relacionada com o Pentágono Microcósmico, a estrela de cinco pontas representando o homem. Na Índia e Egipto, aqueles Dhyânis [Kumâras] eram associados ao Crocodilo e o seu domicílio era em Capricórnio. Na astrologia indiana, Crocodilo e Capricórnio são termos conversíveis, porquanto este 10º signo do Zodíaco é chamado Makara, livremente traduzido por ‘crocodilo’ [mas, mais propriamente, simbolizando um ser anfíbio]. Ele é o “Dragão da Sabedoria” de Manas, e tornou-se o foco e a missão da 5ª Hierarquia – os misteriosos seres que governam sobre a constelação do Capricórnio, Makara ou ‘Crocodilo’ … para inspirar a forma animal vazia e etérea, e dela fazer o Homem Racional” (6). Podemos ler, ainda, a respeito, no Glossário Teosófico da mesma autora: “Se, conforme as sustentações exotéricas, Capricornus estava relacionado, de algum modo, com a cabra Amalteia que alimentou Júpiter com o seu leite, ou se era o deus Pã, que se transformou em macho cáprio e deixou impressa a sua marca nos arquivos siderais, é irrelevante. Cada uma das fábulas tem o seu significado. Cada coisa na Natureza guarda íntima correlação com as demais, e assim os estudantes da arcaica sabedoria não se surpreenderão quando se diz que ‘os sete passos dados pelo recém-nascido Buda na direcção de cada um dos pontos cardeais, ou seja, os vinte e oito passos’ estão intimamente relacionados com as vinte e oito estrelas da constelação de Capricórnio”.

6) O 10º Portal é o da Gnosis. O 10 é o número que dá nascimento às almas – à alma humana e, bem assim, à alma divina. Os Kumâras têm no domicílio de Makara o seu foco e a sua missão (e é, com certeza, significativa a particularidade da permutação fonética).

Makara ou Panchakaram é o Pentágono. Este é o símbolo do homem-pensante (dotado do 5º Princípio, de Manas) e também, num certo sentido, do Akasha (7). Makara é o mais recôndito, etéreo e interno de todos os signos. É o signo dos Deuses Solares e Salvadores do Mundo: Dionísio, Osíris, Hórus, Zeus, Mithras, Apolo, Baco, Jesus todos nasceram em Capricórnio. É o símbolo da iniciação, do novo-nascimento, e dos novos começos. O filósofo Luciano deixou dito que “o símbolo geométrico do Pentagrama (representando o Amor e a Euritmia vivente) era a contra-senha da Sociedade Pitagórica (…) Na verdade, o ‘número de ouro’, pitagórico, [1,618] resume aritmética e algebricamente as propriedades da dominante geométrica – o pentagrama” (8).

7) Makara, literalmente, significa 5º Raio (Ma = cinco; kara = raio ou potência, do sol ou da lua. Kara também significa “mão”).
8) El Número de Oro, de Matila C. Ghyka.

O Fogo de Manas foi-nos trazido, como já vimos, pelos Kumâras, os Senhores de Vénus. Diz-nos a Doutrina Oculta que Vénus é o protótipo espiritual da Terra. Daqui estar escrita a alegoria de que o carro de Sukra-Uzanas (isto é, o de Vénus-Lúcifer (9)) conduz um grupo de oito “cavalos nascidos da Terra”, enquanto os “corcéis” dos cocheiros dos demais planetas são em diferente número.

9) Lúcifer (ou Phoroneus), o “Portador da Luz”.

Com efeito, os antigos eram conhecedores de uma significativa ocorrência cosmológica entre os dois planetas irmãos. Em períodos (cíclicos) de, sensivelmente, oito anos, dão-se cinco conjunções ditas inferiores, isto é, de Terra-Vénus-Sol, e, também, com a mesma duração, cinco conjunções superiores, de Terra-Sol-Vénus, sendo que, em ambos os casos, Vénus desenha nos Céus um pentagrama (10). Este acontecimento extraordinário não podia ser visionado pelos astrónomos da antiguidade, pois, na verdade, só seria observável de fora da órbita terrestre; contudo, eles o sabiam!

10) Como é do conhecimento comum, a arquitectura do pentagrama regular está absolutamente determinada pelo número de ouro - “1,618” -, o número régio da proporcionalidade e da harmonia. (Lamentavelmente, pela extensão deste artigo, não é aqui oportuno fazer essa demonstração). De acordo com certas teorias astronómicas, apenas devido ao facto de a órbita da Terra ser uma elíptica (e não um círculo) com excentricidade superior à de Vénus, o pentagrama descrito não é absolutamente regular. A excentricidade de Vénus é quase nula, “0,0068”, e a da Terra é de “0,0167”. Não só os Gregos e Hindus, mas também outros povos, como os Maias, eram detentores de sofisticados conhecimentos astronómicos. O Códice de Dresden, por exemplo, um dos legados dos Maias que chegou aos nossos dias, exibe um calendário com o ciclo completo de Vénus, de 5 grupos de 584 dias cada um, totalizando assim 8 anos (terrestres), e seguindo-se ciclicamente o mesmo esquema.

Vénus é positivo em relação à Terra e é o seu Alter-Ego. Corresponde à Tríade Superior, enquanto que a Terra representa o Quaternário inferior.

A cabra, a serpente, o golfinho, o peixe, o crocodilo

Originalmente Capricornus não era uma cabra e, sim, um ser híbrido metade cabra e metade peixe (isto mesmo pudemos observar no mito grego de Aegipã). O símbolo de seres bi-compostos, terrestres numa das metades e, na outra, marinhos, é recorrente e significa, invariavelmente, a qualidade ou potencialidade da expressão em dois mundos ou planos. Na verdade, a palavra grega amphibios (de amphi, “de um e de outro lado”, e bios, “vida”) significa simplesmente “vida em dois planos”. A classe de seres simbolizados por Makara, ou pelo Crocodilo, ou por Capricornus alude aos nossos Pais primordiais, os Kumâras, que (provenientes de Planos internos e, em termos evolutivos, muito superiores a este em que estamos enfocados) dotaram a humanidade do princípio da Mente e, progressivamente, a vieram instruir em todas as artes e ciências. Em muitas latitudes, sobreviveram lendas a respeito de alguns desses seres iniciadores, que (simbolicamente) durante o dia emergiam das águas profundas para instruir os homens, e à noite regressavam ao seu elemento natural: Oannes ou o Annedotus, o homem-peixe das lendas caldeias; Dag ou Dagon, das hebraicas; os Nâgas ou Reis-serpentes, das búdicas; Matsya, o avatar-peixe, primeira encarnação de Vishnu, da cosmogonia hindu. Enfim, até o próprio Jesus, o Instrutor dos homens, do Novo Testamento Cristão, foi chamado, figurativamente, de “Ichthus”, ou “o Peixe” (em grego), sendo o peixe uma das senhas de reconhecimento entre os seus seguidores, no início do Cristianismo. Mas muito significativamente, quanto ao primeiro que aqui se enuncia, na época pré-Babilónica Oannes era o Ea-Oannes (11), “O Antílope das Águas Profundas”, também nominado “Aquele do Vasto Intelecto”, “Senhor do Olho Sagrado”, Deus da Sabedoria”. E Ea-Oannes era frequentemente representado na figura de uma cabra com cauda (barbatana) de peixe, figura também por vezes referida com o designativo de suhurmashu.

11) Na Suméria, a constelação de Capricornus era associada ao deus Enki, mais tarde identificado a Ea, que trouxera cultura das profundidades oceânicas para a humanidade. Bem cedo os povos daquela região mesopotâmica dominavam conhecimentos astronómicos e geodésicos. Reconheciam, por exemplo, três paralelos principais: o equatorial, ou caminho das estrelas de Anu (o Ouranos grego), e dois tropicais, ou caminhos de Enlil (Câncer) e de Ea (Capricórnio).

O símbolo híbrido da cabra-peixe estava ainda representado no imaginário de povos como os chineses, os árabes, os assírios, os persas. Para os chineses era Ko ki; para os árabes era Alcaucurus ou Alcantarus; para os assírios era Kunaxa; para os persas era Vahik.

Igualmente, para os gregos, aigokereus, o símbolo anfíbio capricórnio, era metade cabra, metade peixe, e representava a ambivalência da vida nos dois mundos, telúrico e urânico. Era a cabra mítica nutriz, cujos cornos simbolizavam a prodigalidade (a abundância e a fertilidade) – a Mãe do Mundo – em simbiose com o símbolo do peixe, o qual, por sua vez, alude à fluente movimentação e liberdade nas águas profundas e primordiais – as águas do Âmnio celeste, onde se gera a Vida Universal. Amalteia, Amnius, Ama (12) Amrita (13), Amónia (14), Alma, Anima, Amen, Ammon (15), todos estes termos remetem para a noção de mãe, geratriz, nutriz, princípio, soro divino, grande mar ou águas primordiais…

Varuna (Uaruna foneticamente), ou Uruvana, nas antiquíssimas inscrições de Boghaz Keui, que remontam ao século XVI a. C., é o protótipo do Ouranos grego. É o deus das “Águas do Espaço” ou, em certo sentido, o Akasha (14.) Varuna anda sobre as águas montado num peixe ou animal marinho chamado Makara (16). É o principal Aditya entre os sete grandes deuses planetários.

12) Além do significado usual português de ama, “aquela que amamenta”, ama é também “mãe” em hebraico, sendo ainda um título da Sephira Binah. Em caldeu, “mãe” designava-se amia. Âma-bhu é um termo sânscrito que significa “existência anímica”, ou “que existe como alma” [“O que existe por si mesmo”, isto é, “Brahmâ e outros deuses”] Glossário Teosófico.
13) O Amrita é o alimento que confere a imortalidade, o elixir da vida retirado do Oceano de Leite, na alegoria dos Purânas. É idêntico ao Sudhâ, néctar dos deuses, simbolizado nas águas sagradas e purificadores do Mandâkimâ cujo aspecto inferior é o rio Ganges - águas essas, personificadas na deusa Gangâ, de que Makara, misticamente, é o veículo. O Amrita é ainda uma designação, nos Vedas, para o suco sagrado Soma, utilizado nos Mistérios do Templo, como é, também, idêntico ao Haoma, o fruto místico, proibido, da Pippala, a Árvore do Conhecimento. Deste termo sânscrito haoma deriva o grego haîma, que significa sangue, o veículo da vida.
14) E até ureia (do grego ouron, ouranós). Parecerão abusivas estas correlações mas estes termos guardam, na nossa perspectiva – não tanto na etimologia formal e mais aparente mas por uma estranha atracção oculta baseada na fonética – uma identificação com a substância íntima e geratriz da Natureza – o Akasha, o Aether no sentido superior, a Anima Mundi, o Amrita ou Elixir da Vida, Ambrósia dos deuses, o Azoth dos alquimistas (também chamado Leite da Virgem). Este Azoth é a Essência Vital, o princípio anímico presente em toda a natureza e a partir do qual toda a materialidade com a sua incomensurabilidade de fenómenos se podem manifestar. Embora, na verdade, este Azoth não seja o azoto da Química, não é por acaso que ambos têm essa designação. O azoto (nitrogénio) é o mais insondável e enigmático dos elementos, porque o mais radical, se assim nos podemos expressar. Ele é, na verdadeira acepção, a fonte da vida fisiológica. Para sustentarmos, um tanto (na medida que nos é acessível) esta assertiva, ilustraremos simplesmente com o conhecido fenómeno da hibernação, detido por alguns animais: os ursos, por exemplo, conservam e acumulam ureia no seu organismo, para, no período da hibernação, reconverterem essa ureia em nitrogénio essencial, a partir do qual fabricarão os aminoácidos fundamentais para a manutenção da vida.
15) Ammon idêntico a Pã, o deus da Natureza ou a Natureza personificada.
16) Do mesmo modo que, entre os hindus, Makara é o veículo de Varuna, entre os egípcios, Sebek, o sagrado crocodilo do Nilo, é o veículo de Hórus. No Livro dos Mortos, Sebek assim se pronuncia: “Eu sou o peixe e a sede [morada] do grande Hórus de Kem-ur”.

Também o Ouroboros ou Uroboros (Theli, na Caldeia), aparentemente com a mesma etimologia, representava o Grande Dragão que circunda simbolicamente o Cosmo. “Uroboros, é a Serpente que morde a própria cauda. Representa o andrógino divino no qual, no curso de um Manvantara, primeiramente ocorre o despertar da vida consciente. É a Grande Nâga, a Grande Serpente que ‘atrai a cauda para a sua boca naquela busca incessante do negativo pelo positivo’ e morde ‘com a sua cabeça activa a cauda passiva, de cujas emanações nasceram mundos, seres e coisas” (The Mahatma Letters to A. P. Sinnet). O Uroboros é, ainda e por conseguinte, uma alegoria ao útero da Grande Mãe, o qual contém as fecundas águas amnióticas. Numa frase emblemática da Tábua de Esmeralda, de Hermes Trimegistus, pode ler-se: “O Thelesma [o Ouro Celeste ou Espírito Universal] de todo o mundo está aqui. O seu poder não tem limites sobre a Terra”.
Ainda com alguma relação fonética, parece estar o Uraeus, outra serpente, Cobra Capella (do tipo naja) e um símbolo sagrado no Egipto antigo. Segundo o egiptólogo James Bonwick, “o Uraeus adornava a parte anterior do Atef, a coroa de Hórus, bem como a mitra de Osíris, além de encimar a fronte de outras divindades, masculinas ou femininas. Com o disco solar, o uraeus guarda os portais do Hades. Ele é o companheiro dos abençoados no Paraíso e guarda-os da aproximação do mal”. Segundo uma velha lenda, também os antigos Buddhas têm como guardiã uma Cobra-Capella. Na verdade, a ciência arcana ensina que o Uraeus é um símbolo da iniciação e da sabedoria oculta.

Na astrologia grega, o terceiro decanato do Capricórnio é chamado Delphinus (Golfinho). Na astrologia persa, este decanato é tanto representado pela figura de um peixe, ou animal marinho, como de uma corrente de água. Nos sistemas orientais, incluindo o egípcio, o signo por inteiro é sempre simbolizado por um ser híbrido, metade cabra, metade animal marinho. Por vezes, ainda, essa natureza híbrida inclui uma metade serpente; com efeito, na Grécia, numa medalha pitagórico-órfica de Thurium, não é nem o cavalo, nem os grifos que ornam o capacete de Atena, mas um híbrido fantástico com cauda de serpente.

O crocodilo, como já foi dito, é uma forma de figurar o ser anfíbio, com assento e domínio nos dois mundos. No antigo Egipto detinha um carácter iniciático. No Livro dos Mortos, no capítulo XXXI, que versa sobre o emprego das palavras de poder (as hékau, dadas por Ísis) para chegar até Osíris, na grande passagem nos caminhos para o “Mais Além”, a alma, enfrentando um dos guardiões, o Grande Crocodilo Sui, dirá: “… Eu vivo pela vontade das palavras de poder que levo comigo…”. Lembremos que, segundo o mito, fora precisamente o ínsito poder de Ísis que lhe franqueara os caminhos pelas águas do Grande Mar ao percorrer os sete cantos do mundo em busca dos pedaços do corpo morto de Osíris, para de novo lhe insuflar o sopro de vida. Cruzando-se com inúmeros crocodilos, nenhum ousou impedi-la.

Paralelamente, também em antigos templos hindus, nomeadamente em alguns dedicados a Shiva, o símbolo de Makara, o crocodilo, figurava sobre os Portais (Toranas), abençoando as arquitraves dos acessos ao Adytum (o Santum Sanctorum). Nessas representações Makara corporifica, na sua metade inferior, uma espiral, símbolo da incursão e interiorização aos mundos ocultos. Makara assume, aqui, o papel do Pontífice (ou do Avatara), aquele que torna apreensível e representável o Insondável e Desconhecido aos olhos do aspirante no Caminho. É tanto o Guardião quanto, também, a própria Ponte entre o mundo dos homens e o mundo dos deuses. E é com esta última conotação que, ainda hoje, essa sua insígnia – a espiral – se perpetua, como herança, encimada no báculo dos bispos da Igreja Romana.

Entretanto, e fazendo, de novo, contraponto com a simbologia dos egípcios, o véu levanta-se um pouco mais quando entrevemos o fio das muitas correlações que permaneciam obscurecidas relativamente a este enigmático signo: Assim, temos que Seb ou Sib é o Saturno egípcio, pai do tempo (17) e de todos os deuses, incluindo Osíris e Ísis. Sua esposa é Nout ou Neith, a “Grande Mãe” (a Matéria Primordial e Espaço Infinito) e, contudo, “Virgem Imaculada”. Nout é a precursora de Ísis, e seu protótipo.

17) Sebti significa sete ou o sétimo [planeta].

Muito curiosamente, a divindade egípcia Sebek ou Sevekh (18) é representada com cabeça de crocodilo. E Sevekh é também o deus do tempo (Cronos). Tal como na alegoria grega-latina, em que Cronos engolia, inteiros, os próprios filhos, assim o faz o crocodilo, ao engolir, inteiras, as suas crias (esta era uma realidade que os egípcios frequentemente presenciavam). Sevekh é uma divindade solar pois exibe como emblemas o disco solar e chifres de carneiro.

18) O crocodilo é o dragão egípcio. Era o grande réptil de Tifon e o seu santuário era em Crocodilopolis, onde era consagrado a Set e Sebek, que se dizia serem os seus criadores. Segundo as palavras do historiador Christian Bunsen, nesse tempo “Tifon era um dos mais venerados e poderosos deuses, que distribuía bênçãos e vida aos governantes do Egipto…”.

Makara (o crocodilo), que contém velado, sob o seu nome, o anagrama Karma, está sob dominação de Yama, um dos 4 Mahârâjahs ou Regentes dos 4 Pontos Cardeais (19). Com efeito, cada qual possuindo uma propriedade oculta, os quatro governam as Forças cósmicas de tais pontos e representam a funcionalidade da Lei do Karma e sua administração sobre a Terra. Yama é o Senhor do Sul e (dos quatro) o seu máximo ponto focal. E Yama é também a personificação da Terceira Raça (a primeira que foi dotada de consciência, Sanjnã/Manas), na qual se operou a grande união entre Espírito e Matéria. É, nesta acepção, Yama-Yamî, bipolar (o símbolo do Manas dual).

19) Também chamados os “Quatro Dragões Ocultos de Sabedoria” ou, ainda, os “Nâgas Celestes”.

Saturno (o Regente do signo astrológico Capricórnio-Makara) é idêntico a Kâla (o tempo, como regulador e destruidor do mundo, e um dos sobrenomes de Yama) e é também idêntico ao Agruero fenício (protótipo do Jeová israelita) (20). Por outro lado, os Agra-sandhâni são os “assessores” de Yama e os “registradores do karma” (idênticos aos Lipika), aqueles que ajustam o fiel da balança entre as forças positivas e as forças negativas cósmicas, celestes e humanas. Daí o símbolo dual de Makara ou de Capricornus, que reúnem numa única figura a integração das duas potências. (21)

20) Saturno era associado a Ildabaoth (segundo Orígenes, Ildabaoth é o Génio do planeta Saturno), e o Codex Nazaraeus (o Evangelho dos nazarenos e ebionitas) identifica Ildabaoth a Jehovah. Equivalia ainda ao Zurvan Daregho-Chvadhata iraniano.
21) Isto mesmo é inferido pelos Gnósticos Peratae, quando chamam Leviathan ao Makara (Philosophumena, Livro V). O Leviathan é, no esoterismo bíblico, a Divindade na sua dupla manifestação de bem e de mal.

Em certo trecho do Vishnu Purâna é dito que “a forma mais poderosa do Universo é a do Shishumara (22), metade animal, metade humano. Na metade inferior ele tem a forma de um crocodilo e simboliza o tempo como ‘o devorador’. No extremo da sua cauda está presa Dhruva, a estrela polar (22). A metade superior é de homem, com quatro mãos [tal como Vishnu]…”. E o significado do termo shishumara era, precisamente, o “devorador de crias”!

A cabra e o leite
[...]
Chaves para a Interpretação dos Mitos Helénicos
[...]

Atena-Minerva

Atenas é o símbolo da eloquência e da sabedoria serena própria de Buddhi-Manas (36). Entre as suas insígnias está a famosa égide, o escudo da invulnerabilidade, forjado por Hefesto, revestido com a pele da Cabra Amalteia, e tendo, na sua superfície, fixada a imagem da cabeça da Górgona Medusa. Ele tornou-se invulnerável porque foi temperado nas forjas da incessante luta humana, na longa peregrinação pelos cenários da vida terrena.

36) Representa o Nous (a Alma racional, o Ego Espiritual), na filosofia grega.

O escudo é um produto e uma arma da Psique, neste caso da Panpsiquis ou Psique Universal – de novo temos a remissão para o Akasha ou a Alma do Mundo, reforçado pelo facto de o mesmo ser recoberto pela pele da Cabra Amalteia. O Akasha é, aqui, como um espelho onde se reflectem, nuas, as iniquidades humanas. Deste modo os guerreiros inimigos, inflamados de ódio – prontos para derramar sangue e infligir dor – são vítimas da sua própria imagem reflectida, simbolizada pela terrífica Górgona.
Atena porta numa das suas mãos a Níke, a representação da Vitória – o que significa a vitória sobre os vícios e as tentações, o culminar da luta bem sucedida na aventura evolutiva humano-terrena. Aparte o episódio com Hefesto, não se retratam quaisquer outros envolvimentos românticos ou sexuais seus com outros deuses ou mortais (37). Amada por todos, é antes um modelo inspirador das virtudes superiores e mais nobres, ao alcance da condição humana. Inspirou e protegeu heróis como Jasão, Orestes, Teseu, Héracles, Aquiles, Perseu e Ulisses.
[...]
Ela inspira, anima, abençoa (dá a mão) àquele que se dispõe a cruzar o acutilante caminho do “gume da navalha” – a ponte “Antahkarana” – para chegar, depois de longo e merecido esforço, à outra margem, à Terra dos imortais.
The Lady and the Unicorn by Luca Longhi.
The Capricorn-Cancer opposites reconciled. The unicorn is the transformed goat of Capricorn the initiate, the woman is Cancer the mother of the form containing spirit.
(Os opostos Câncer-Capricórnio se reconciliaram. O unicórnio é o bode transformado de Capricórnio o iniciado, a mulher é Câncer a mãe da forma que contém espírito.)

Referências:
http://biosofia.net/2007/06/26/o-enigmatico-capricornus-makara/
Isabel Nunes Governo
Vice-Presidente do Centro Lusitano de Unificação Cultural
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