⚠️ IMPORTANTE: CAPRICORNUS contém alguns filmes raros, que tiveram legenda sincronizada, outros traduções para o português, deu trabalho pra tá aqui ent vai roubar conteúdo da puta que te pariu sem dar os créditos. ~ Siga a gente! Os filmes tem limite de visualização mensal, caso não consiga, tentar próximo mês.

Martyrs (2008)


Outros títulos: Mártires
Diretor: Pascal Laugier
Duração: 99 minutos
País de origem: França | Canadá
Áudio: Inglês | Legenda: Português

Sinopse: França, começo dos anos 70. Lucie uma garota de 10 anos, esteve desaparecida por um ano quando é finalmente encontrada numa estrada, louca e desorientada, sem conseguir contar o que aconteceu. Seu corpo apesar de maltratado não tem indícios de violência sexual, então é levada a um hospital onde se afeiçoa a outra garota chamada Anna, que passa a cuidar dela e estreitar os laços de amizade para que supere a experiência traumática que viveu. 15 anos depois, Lucie está completamente fora de controle, em busca dos responsáveis por todo aquele sofrimento, envolvendo Anna em acontecimentos com consequências imprevisíveis.

Martyrs pode ser traduzido como Mártires ou como Testemunhas. Ambas as interpretações cabem ao filme que causou polêmica na época de seu lançamento. Os realizadores chegaram a enfrentar censura, algo que quase sempre é um bom marketing para filmes que se propõem a extremos, como todos da atual onda européia de terror e exploitation: Alta Tensão, de Alexandre Aja, A Invasora, Eles, A Fronteira, [REC] e até mesmo Irreversível, de Gaspar Noé, que apesar de não ser assumidamente do gênero, certamente é uma influência. O que difere esses filmes violentos de similares americanos e japoneses é um enfoque mais humano e a quase unânime presença de protagonistas femininas.

O quanto menos se sabe sobre Martyrs melhor, pois o roteiro revela detalhes sobre personagens e trama compassadamente ao longo da narrativa. Mas pode-se dizer que a premissa é a história de Lucie, uma menina que fugiu do cativeiro onde sofria abusos; na instituição onde se recupera conhece Anna, e as duas criam um forte laço. Depois de adulta, Lucie ainda está atormentada pelos traumas de infância e deseja se vingar daqueles que arruinaram sua vida, mas acaba mergulhando num pesadelo onde arrasta Anna consigo.

O filme pode ser dividido em três atos: nos dois primeiros há elementos que remetem ao terror japonês e revenge movies, embora esbarre no melodrama. Apesar de uma produção modesta, a direção é eficiente, procurando transições, movimentos e cortes que ajudam a sustentar um ritmo tenso e cada vez mais sufocante. Embora abandone o tom mais realístico dos dois primeiros, o terceiro e último ato é o mais surpreendente e difícil, lidando com um tema metafísico e desafiando o espectador a testemunhar o enorme sofrimento da protagonista, uma conclusão surreal que deixa margem a interpretações.

O diretor e roteirista Pascal Laugier, imprime um tom depressivo que permeia o filme inteiro e tenta criar um revenge / torture movie com mais ênfase no lado psicológico. Ele até poupa o espectador, afastando a câmera do que poderia ser considerado extremo demais, mas mesmo assim o filme é para os que têm estômagos fortes. Vai provocar divisão, mas amando-o ou odiando-o, não é uma experiência rapidamente esquecida. Interessante notar que ele evoca imagens do Holocausto em diversos momentos, provavelmente uma das referências mais fortes do quão longe a perversidade humana já foi, e quando se coloca nesses termos, os acontecimentos do terceiro ato se tornam perturbadoramente verossímeis.

Laugier não se contenta em apenas assustar ou criar nojo, mas arrisca analisar a mente de vítimas e algozes. Não é exatamente profundo, afinal não vamos nos enganar - ainda é um filme de terror e quer chocar -, mas demonstra um pouco mais de coragem e traz a tona a discussão em torno de até que ponto um cineasta pode atravessar uma linha entre o que seria justificado e gratuito. Tanto ele quando os outros cineastas da nova onda de terror europeu querem fazer o mesmo que americanos e japoneses tentam, que é deixar o espectador assustado, enojado e tenso, mas o fato desses cineastas assumirem mais riscos e incomodar o espectador, desafiando os limites, deu um novo ânimo para os fãs do horror nessa década.
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Seul Contre Tous (1998)


Outros títulos: I Stand Alone (EUA) |
Sozinho Contra Todos filmow (BR)
Diretor: Gaspar Noé
Duração: 92 Minutos
País de origem: França
Áudio: Francês | Legenda: Português

Sinopse: A figura central da trama é o Açogueiro, saído do curta-metragem "Carne", também do diretor Gaspar Noé. Essa criatura violenta, petrificada, fica vagando por labirintos obsessivos repletos de recalques, ódio contra estrangeiros e homossexuais, com a sempre onipresente figura da filha que ele deseja de maneira doentia.

O que Gaspar Noé criou com "Seul contre tous" é quase impossível coloca rem palavras. É uma suroresa o quanto bom estranhamente bom, em um nível realista. O tom geral é sombrio desde o começo, a câmera e o som são usados adicionando uma nota vanguardista do filme. A introdução do personagem principal é como necessita ser. hilippe Nahon faz um trabalho incrível retratando aquele cara totalmente degenerado que parece tão normal para o mundo exterior dele, ele é tão bom que você se perde vendo e ouvindo ele, é um conflito constante entre entender e odiá-lo, entre julgá-lo e esperar que ele vá encontrar seu lado bom (mesmo que essa esperança seja muito rápida). Não é sobre um super vilão que quer destruir o mundo, não é sobre um herói que luta contra seus demônios internos, mas também não é sobre um assassino de sangue frio, é sobre um doente desesperado e bravo que está prestes a se perder e mesmo que ele esteja preso em uma situação relatável, o que ele faz com isso, é o que faz dele um dos personagens mais sinistros que muitos já viram (villewebster).

Mas, de acordo com (Chris Knipp) Philippe Nahon é forte no papel central. Na verdade, dificilmente se pode imaginar alguém mais jogando. Todos os personagens com os quais Nahon interage tendem a ser pouco mais que aparições estáticas. Há até momentos em que não temos certeza de que eles existem, as vezes suas declarações parecem fantasias, e essa incerteza mina a narrativa de outra forma contundente. Porém a crítica relata que o filme tende a se desintegrar em palavreado em excesso e finalidades alternativas em seus últimos capítulos. A narração ininterrupta parece ter funcionado bem até então, mas quando Noë recorre a uma segunda voz que se sobrepõe e aborda a violação sexual do pai de sua filha ao passar para a rua, a narração se torna um muro que nos impede de experimentar o que tem sido o filme, e a maneira até então brusca - a obscena linguagem e as explosivas divisões de imagens e os verbos corajosamente declarativos, diz ainda que é comum Noé fazer isso, onde o desejo em chocar e explorar técnicas cinematográficas engenhosas e chamativas é maior do que sua disposição em desenvolver uma história e personagens em profundidade. No entanto, há fortes sinais de um talento arrojado e original em exposição aqui e de um ponto de vista independente.
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Love (2015)


Diretor: Gaspar Noé
Duração: 130 Minutos
País de origem: EUA | França
Áudio: Inglês | Legenda: Português

Sinopse: Murphy (Karl Glusman) está frustrado com a vida que leva, ao lado da mulher (Klara Kristin) e do filho. Um dia, ele recebe um telefonema da mãe de sua ex-namorada, Electra (Aomi Muyock), perguntando se ele sabe onde ela está, já que está desaparecida há meses. Mesmo sem a encontrar há anos, a ligação desencadeia uma forte onda saudosista em Murphy, que começa a relembrar fatos marcantes do relacionamento que tiveram.

Assim como há na indústria pornográfica um punhado de diretores que constantemente tentam empurrar os limites de sua arte para o mainstream. Noe, um brilhante artista (irreversível e Enter the Void foram ambos brilhantes) tentou empurrar o envelope .. e acabou para alguns apenas um pornô, para outros lixo eletrônico, para outros passatempo tedioso, e para outros não apenas pornô, mas arte.

Projeto excessivamente ambicioso sobre um arco de amor milenar que termina em desgosto, mas quais são as lições aprendidas? Murphy (Karl Glusman) é uma estudante de cinema de mente aberta em Paris que conhece Elektra (Aomi Muyock), e os dois abraçam seus altos impulsos sexuais com vertigem. No entanto, depois que o relacionamento abraça a cultura de poliamor e swingers, apenas um dos dois é emocionalmente estável o suficiente para lidar com isso.

As vezes o filme pode se tornar claustrofóbico. De acordo com  PopcornGrindhouse O verdadeiro problema com "Love" é a falta de química entre Murphy e Elektra - nós simplesmente não o vemos, praticamente nunca. A escrita está lá, mas os atores simplesmente não conseguem entender. Isto é em grande parte porque - você está pronto? - eles não são atores; Noé conheceu Glusman e Muyock em um clube uma noite e pediu-lhes para estrelar. É claro que ele queria alcançar a dinâmica de relacionamento mais orgânica e natural na tela ao não usar "atores reais" - mas no que supostamente é um filme emocionalmente carregado, isso simplesmente não funciona.

A segunda metade do filme levanta o véu sobre o comportamento narcisista e emocionalmente abusivo de Murphy no relacionamento, e tragicamente, Glusman é um bom ator ao retratar um babaca instável (e Muyock é fenomenal quando grita com ele).
O filme termina no mesmo lugar em que começa, parecendo retratar Murphy no fundo do poço em uma dinâmica familiar horrível e acidental: um suporte apropriado para um relacionamento que foi destruído não por muito sexo, mas o próprio medo dele. O final é misterioso e poderoso, e sugere as ondas geracionais que serão sentidas por décadas por causa de suas próprias ações. É uma ótima história, e meio que bem-sucedida, mas acaba meramente tropeçando em sua própria interpretação da realidade, em vez de nos oferecer algo particularmente novo.
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