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Demonologia - Lilith (parte 1)


Falam muita coisa da nossa amiga Lilith. É um tema complexo e fascinante. E reserva alguns percalços e obscuridades. 
Mostrarei um texto que ampliará um pouco mais o conhecimento de Lilith em questão a alguns textos que existem a solta, é um texto bastante simples, interessante e sem complicações, envolvendo os lados que lilith possui para cada mito, ocultismo, Chaos, tradições, algumas comparações entre outros, vale a pena conferir!
Começaremos com a parte 1, terá continuação, mais textos sobre este assunto.

Talvez a primeira manifestação encontrada da Lilith tenha sido entre os povos Mesopotâmicos. Normalmente os ocultistas gostam de conceituá-la como sendo uma divindade caldéia. Os Caldeus costumam exercer uma fascinação hoje entre os magistas e ocultistas mais modernos, principalmente aqueles voltados para os lado das práticas de LHP (Left Hand Path), ou Caminho da Mão Esquerda. Muitos acenam para esse povo como criadores da Cabalá, como os escritores do famoso livro Necronomicon e etc.

A civilização que tem origem entre os povos mesopotâmicos é anterior a egípcia. Os egípcios foram sem dúvida muito influenciados pelas crenças desses povos. Os caldeus tinham um panteão recheado de demônios. Suas crenças eram bastante maniqueistas (embora aquele que inspirou esse termo ter nascido bem depois). Seus deuses eram ao mesmo tempo benéficos e ao mesmo tempo terríveis. Hoje, por exemplo, muitas pessoas se voltam ao culto de Innana, acreditando ser um aspecto benéfico da Deusa. Como se julga que a Deusa é Amor (erroneamente), Innana seria benéfica. Innana, ou Ishtar, conhecida como o demônio Astaroth e cultuada na Grécia como Afrodite. Mas isso pode ser de um terrível engano. Vejamos algumas citações sobre essa deusa, tiradas de algumas obras:

"Após a vitória de Gilgamesh sobre Enkidu, Ishtar propôs seu amor a ele. Mas este recusou-se recordando-lhe o funesto destino de seu amante, Tamuz. Colérica, a deusa mandou contra ele um touro selvagem; Enkidu e Gilgamesh mataram-no e devoraram-no. Então Ishtar, surpresa com o sacrilégio, levou Enkidu a morte. Este deitou-se no chão, sentindo um mal apoderar-se do seu corpo e seu espirito; maldisse a cortesã que lhe tirara a inocência. "

(Mitos e Tarots, Ed. Pensamento)

"A deusa Ishtar, que personificava o planeta Vênus e a noite, foi uma das figuras dominantes no panteão assirio-babilonico - a mesma a que os Sumerios chamavam Innana ("dama do céu"), Innini, Innana, Ninni ou Nin. Era muito complexa: como deusa da noite, favorecia o amor e a voluptuosidade; como deusa da manhã, presidia às GUERRAS e CARNIFICINAS. Consideram- na irmã de Erishkigal (antes Nergal), a deusa dos infernos.

Contribuía em grande parte para POVOAR AS REGIÕES INFERNAIS, porque era "a estrela das lamentações", que "leva irmãos a se baterem e faz romper as amizades".

A sua cidade santa, Uruk, era chamada "a cidade das cortesãs sagradas". Ela mesma se entregava intensamente a toda espécie de seres. Mas DESGRAÇADOS DAQUELES QUE ELA ESCOLHIA ! Até para os deuses o seu amor era nefasto. Na sua juventude, Ishtar amou Tammuz, o deus da vegetação. Esse amor causou a morte do jovem apaixonado, que desceu à "terra sem regresso", onde reinava Erishkigal. Dominada por intensa dor, Ishtar segui-o e quis forçar a irmã a entregar-lhe o seu amado. Mas E mandou-a encarcerar e soltou contra ela as "sessenta doenças".

Esse ligeirissimo esboço não pode sequer dar uma pálida idéia do prestígio e popularidade da deusa, que foi soberana do mundo pelo poder do amor e da guerra. O seu poder passou além das fronteiras do império assírio-babilônico: Ishtar veio a tornar-se, sob o nome de Astarte (mais tarde o demônio Astaroth), uma das grandes deusas fenícias; os seus traços reproduzem-se na Afrodite dos Gregos. "

(Mitologia Geral, Editorial Estampa)

Bom, como expus acima, acho que Innana, Ishtar, Astarte, Babalon, não tem nada de bondosa. Nem a irmã a suportava. Não é pouco lembrar que os judeus chamaram Astarte de Astaroth, um dos mais terríveis demônios que se possa imaginar. No Brasil, se não me falha a memória, Astaroth é sincretizado na Umbanda com o Exu Caveira, entidade boníssima. Innana é também encontrada no Necronomicon, como um dos seres que venceram os Antigos, filhos de Tiamat, a mulher-dragão primordial.

Lilith também era cultuada entre esse povos. Por algum motivo, essa divindade acabou por evoluir e se tornar uma deusa da sabedoria. Segundo estudos atuais de religião antiga, Lilith acabou se transformar até ser conhecida na Grécia como Athena, a deusa do conhecimento e sabedoria. Diferentemente da Lilith original, ela se tornou virgem e conhecedora dos mistérios do Universo, nascida da cabeça do próprio Zeus, o pai dos deuses.

Na tradição rabinica, Lilith é um demônio da noite. Dizer que a Lilith é de certo modo um aspecto da Deusa que foi demonizado é um pouco tosco. A Lilith é um demônio da noite com certeza, mãe de todos os Incubus e Sucubus, os demônios sexuais. Se os Incubus e Sucubus são ou não filhos de Lilith isso é duvidoso, mas que eles existem, é quase que de total consenso entre os ocultistas. Um ser dessa natureza é criado a cada orgasmo não utilizado magicamente, ou em nome de Nuit, como é dito na corrente thelêmica. Para entender mais esse processo, precisaremos conhecer um pouco do que a Astrologia diz sobre essa "entidade".

Lilith, para os astrólogos é a Lua Negra, o aspecto oculto da Lua, que corresponde a alma humana. O mesmo é dito em toda a mitologia da Lilith pelos diversos pontos da humanidade que ela se manifesta. Mas na Astrologia isso é mais fragrante. A Lilith é o local onde o lado negro, ou sombra, se manifesta na personalidade. É ponto onde a pessoa se torna infernal, onde ela coloca em contato o pedaço do inferno que existe dentro de nós. Podemos dizer que o Inferno é um mito cristão. Mas isso é errôneo. Entre os povos mesopotâmicos existia a crença do mundo dos mortos, onde existiam os punidos. Entre os gregos se manifestava essa crença, assim como entre os egípcios e muito mais entre os caldeus.

Assim, a Lilith faz a ponte entre o mundo dos vivos e um local de punição dos mortos. Podemos interpretar isso de forma mais simbólica, identificando o que está morte e punido dentro de nós, de nossa personalidade, a máscara (ou máscaras) que colocamos perante a sociedade, para esconder nossa verdadeira humanidade. Esse mundo obscuro e perdido, escondido de tudo que queremos que seja visível, é o mundo que a Lilith faz a ponte.

De forma mais ocultista, a Lilith é a rainha das Qlipoth ou NOX, aquela que vive entre o mundo dos vivos LVX ou Sefiroth. NOX vem de Nyx, a noite para os gregos, a mãe do dia, da Morte (ou Tanatos, entre os gregos, Mors entre os romanos) e uma série de seres mitologicamente obscuros. Como entender esse mundo obscuro, o qual a Lilith é rainha ? Não devemos compreendê-lo. Como a Lilith é (possivelmente) Athena, é associada ao terrível demônio chamado Choronzon, o feminino desse ser. Segundo o Zohar, a Lilith foi esposa de Samael, o anjo da Morte (ou Tanatos, ou Obaluaê). As portas da Morte, ou o local da transição entre a vida e a morte, o portal, é o domínio onde Lilith efetua suas atividades.

O grande senhor do portal é Choronzon, cujo nome totaliza 333, similar ao 333 do Chaos. Mas analisar o Caos e Choronzon é uma outra tarefa complexa que não cabe aqui. Choronzon é o ser que está presente no Abismo, ou Zona Malva, ou Daath, ou o portal entre o mundo da vida e da morte, onde todo o ser humano também se posiciona. O homem negro de Daath corresponde a cada ser humano, escondido pelo conhecimento de Lilith, sua companheira na guarda do Caos.

Essa função de Lilith é muito interessante. Ela trás a morte as crianças, segundo o Zohar. Se considerarmos que cada orgasmo é um filho que o ser humano tem, que é uma criança, que devidamente orientada se torna um homúnculo, um ser com vida e função própria no Astral, um ser com vontade programada pelo próprio magista, esse filho não devidamente trabalhado se torna um Incubo, um demônio sexual, captado pela Lilith e jogado no mundo da morte, ou nossa morte, controlado pelo nosso inconsciente e lado negro. Isso pode ser terrível ou desejado, uma vez que certos magistas tem práticas de cópula com esses seres.

A Lilith de forma alguma é a Sombra, mas Choronzon é. Tudo que negamos desde nosso nascimento se torna nossa sombra. Isso se acumula na complexa Casa IV astrológica. Algo presente no simbolismo do signo de Câncer, e regido pela Lua. Assim, a Lilith sendo o outro lado da Lua, se torna a manifestação total da psiquê quando posta no consciente. Assim, como expressar corretamente a sombra, que existe na Lilith, o demônio que nos coloca em contato com os seres no mundo da Morte, os reinos de Obaluaê.

Antes, um esclarecimento quanto o simbolismo da morte. A morte se manifesta em três estágios, ou em três tipos de mitos diferenciados:

Um deles é o mundo dos Mortos. Regido por entidades plutonianas e ctônicas. Profundamente associados com a Terra em si, ou Gaia, das violentas erupções e medos profundos do desconhecido, do abismo sem fim, do sem retorno. Aqui se encontra a deusa Hell, Erishkigal, Plutão, Hades, Hécate e outros. Astrologicamente podemos aqui colocar o signo de Escorpião.

Os seres psicopompos, ou aqueles que levam os vivos para seu repouso, ou danação. O mais conhecido é o deus da discórdia, ou Mercúrio, Hermes, Esu ou Legbá. O termos Esu (ou Exu) não é adequado nesse caso. Por um motivo simples, no Vodu existem seres que promovem o culto da morte em si, com toda sua função de cemitérios, eles são conhecidos como Guedês. O Baron Samedi é a figura que toma a função de levar os mortos para o outro mundo, assim como o Baron Cemiterre e o Baron La Croix, que tem função de guardar essa passagem, cuidando do cemitério e das tumbas. Seres extremamente jocosos e fálicos. Os filhos do Baron Samedi com Mama Brigite (aquela mesma deusa Celta, que se manifesta no Vodu) tem funções diferenciadas no reino da transição. Podemos aqui colocar o signo de Câncer, e o reinado da Lilith, o monstro mitológico judaico Beemoth. A própria Morte, ou Tánatos. A que promove o fim da vida e abre as portas para o mundo espiritual, ou o profundo desconhecido. Podemos aqui colocar o Orisa Obaluaê e o Voudoun Sakpata. Seres da doença, do profundo medo. É um dos aspectos de Saturno, o deus do ceifar. Da vida profunda, do orgasmo em si e do fim. O principio de Agonia e Êxtase de Spare. Aqui associamos Capricórnio e o monstro Leviatan, aquele que guarda a entrada dos Infernos.

Esse mundo da morte existe em vida. O homem não precisa morrer, para poder experimentar esse processo. Alquimicamente, o homem deve morrer, simbolicamente para ser o novo homem, aquele que chega a Nova Jerusalém. Essa é uma forma.

A outra é através do sexo e do orgasmo. O orgasmo é a morte em vida, ele é a chave para a comunicação do homem com a realidade última. Isso é o que deve ser utilizado para podermos acessar a sombra, de forma efetiva.

Como dizia, a Lilith sendo a manifestação do inconsciente deve ser trazida ao consciente. Existe uma forma de comunicação do inconsciente com o consciente mais efetiva. É através dos desejos. E o desejo é a ferramenta motora das formas de bruxaria. A feitiçaria é a forma real de realização dos desejos e contato com inconsciente, os reinos da Noite, Nyx e por último da realidade Deusa, o polo oposto da realidade tangível.

Os desejos em si não tem moral. Mas seu excesso demonstra o quão é poderoso o poder do inconsciente e a força como a sombra está montada. Aquele que deseja a reintegração com o mundo Real e não dual deve saber realizar seus desejos. Dar poder a eles, para se tornar primal, em um estágio além do conhecido, antes daquilo que o homem criou como crenças e como verdade. Esse é o encontro com a Deusa real, e o principio do retorno, a reintegração. É despindo-se das crenças, que impõem e não frutificam. Fé cega é algo proibido nessa tarefa.

É a busca da postura da morte, a bruxaria de Austin Osman Spare.

Como realizar os desejos e dar vazão a sombra ? Como tornar os desejos reais e ser capaz de torná-los físicos ? Através da realização dos desejos, imantados com a força do orgasmo e seus

líquidos, o homem é capaz de voltar ao estágio primal e ir mais além... Chegar próximo ao Caos, aos Antigos. Mas isso é outra história.

A Lilith vive nesse meio, onde se constrói a realidade, com um sigilo vivo. Sinal do primal, onde existe o culto da morte e da comunicação com o outro mundo. Ela ainda é viva nos cultos africanos, onde mostra sua face tríplice. As três mulheres primordiais, as três mães vivas no Candomblé, onde não recebem culto, por simplesmente terem sua função ligadas ao portal da morte e devem ser respeitadas. É lá é onde constróem a realidade. Seu aspecto triplo se manifesta como a senhora do destino. São associadas com pássaros agourentos e tem uma correlação interessante com as letras hebraicas. No alfabeto hebraico, existem três letras mães, Alef, Mem e Shin, que Rolland associa com três pássaros.

Conforme um texto meu publicado na Safira Estrela e no Jornal Universus:

"De onde se originaria Destino, como conceito. Provavelmente estamos falando do Destino grego, filho da Noite: obscuro e invisível, regendo a homens e deuses. Aquele a quem nem o próprio Zeus poderia se opor. Zeus detinha a sabedoria suprema e sabia que se desafiasse o Destino, iria contra a ordem do Cosmo, pela qual ele mesmo zelava. As Moiras e Tique seriam as auxiliares do Destino. As Moiras, filhas de Zeus e Têmis, eram Cloto, a fiandeira que tecia o fio da vida de todos os homens, Láquesis, a fixadora que determinava o tamanho e enrolava o fio, estabelecendo a qualidade de vida que cabia a cada um, e Ártropos, a irremovível, que cortava o fio quando a vida que representava chegava ao fim. Como deusas do Destino, as Moiras presidiam os três momentos culminantes da vida humana: o nascimento, o matrimônio e a morte. Já Tique seria a Fortuna para os romanos, aquela que visitava os homens, trazendo-lhes a felicidade ou a desgraça."

Entre os povos nórdicos as reencontramos, como as Nornas.

Esse aspecto de fiandeiras nos recoloca no caminho de outro tipo de divindade, a Deusa Aracne, aquela que tesce o mundo, o futuro e o presente, que é o primordial e que é o tempo e o espaço. Os cultos aracnídeos são ancestrais. Os encontramos na África, no Vodu e em outros locais.

Portanto, de forma geral, Lilith não preenche apenas um aspecto da natureza feminina. Vai muito mais além e tem um poder inimaginável, para aqueles que a olham com olhos ávidos para o seu conhecimento.
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