⚠️ IMPORTANTE: CAPRICORNUS contém alguns filmes raros, que tiveram legenda sincronizada, outros traduções para o português, deu trabalho pra tá aqui ent vai roubar conteúdo da puta que te pariu sem dar os créditos. ~ Siga a gente! Os filmes tem limite de visualização mensal, caso não consiga, tentar próximo mês.

Requiem for a Dream (2000)

Outros títulos: Réquiem para um Sonho
Diretor: Darren Aronofsky
Duração: 102 minutos 
País de origem: EUA
Áudio: Inglês | Legenda: Português

Baseado no livro de Hubert Shelby Jr., que escreveu o roteiro em parceria com o próprio Darren Aronofsky, Réquiem Para um Sonho se concentra em Sara Goldfarb (Ellen Burstyn), senhora solitária que passa a maior parte de seu tempo vendo o programa de Tappy Tibbons (Christopher McDonald) na TV, e no trio formado por seu filho Harry (Jared Leto), a namorada dele, Marion (Jennifer Connelly), e o amigo Tyrone (Marlon Wayans), todos viciados em heroína. Cada um desses personagens possui um sonho em especial, e esperam realizá-lo em breve. Enquanto Sara é convidada para participar do programa que tanto gosta, o que a leva a tomar pílulas para emagrecer na tentativa de entrar em um vestido perfeito para a ocasião, Harry, Marion e Ty tentam juntar dinheiro para investir em um negócio que resolva suas vidas. Mas o vício de cada um acaba os impedindo de seguir com seus planos da forma como gostariam.
Os personagens até podem se sentir mais aliviados com as drogas, mas as consequências que elas trazem são realmente tristes de se acompanhar, sendo que eles se veem obrigados a desistir de coisas que inicialmente desejavam para si mesmos. Dessa forma, não é à toa que ouvimos a excepcional e melancólica trilha de Clint Mansell mesmo nas cenas em que Sara, Harry e os outros aparentam estar muito bem e com um sorriso no rosto (papo de cinema).

A narrativa é contada por meio das estações do ano. O filme inicia no Verão, onde temos o ponto alto das personagens, e com a mudança de estações, esses mesmos personagens caminham para um final trágico. Os cortes rápidos do Diretor e a trilha de Clint Mansell ajudam a ambientar a ruína das personagens.
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T2: Trainspotting (2017)


Outros títulos: Porno (EUA)
Diretor: Danny Boyle
Duração: 117 Minutos
País de origem: Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte
Áudio: Inglês | Legenda: Português

Sinopse: Sequência de Trainspotting - Sem Limites (1996), a trama apresenta os mesmos personagens e o mesmo elenco, vinte anos depois. A história é inspirada do livro "Porno", de Irvine Welsh.
"Escolha bolsas, escolha sapatos de salto alto, lã caxemira e seda, escolha um iPhone fabricado na China por uma mulher que pulou da janela [...] escolha Facebook, Twitter, Snapchat, Instagram e milhares de outras maneiras de jogar sua vida a estranhos. Escolha atualizar seu perfil. Diga ao mundo que você vai para um almoço na esperança de que alguém se importe. Perfis olhando ex namorados, porque você acha que é melhor do que eles. Escolha postar vídeo ao vivo de sua primeira masturbação, até sua morte. Interação humana reduzida a mera informação. Escolha 10 coisas que voce não sabia sobre celebridades [...] e escolher o mesmo para os seus filhos, o que é pior [...]
 e para frente desta parte o discurso piora.

T2: Trainspotting não perde suas características principais e ainda consegue desenvolver novos desfechos para personagens tão únicos, problemáticos e, sobretudo, instáveis (só não chega aos pés do primeiro).
O Frank ainda mais insano, a amizade do Renton e do Sick Boy e principalmente a volta por cima do Spud me agradou muito. Tem cenas memoráveis como a festa do "1690"em que eles cantam There Were No More Catholics Left e a balada que o Renton encontra o Frank. No mais o filme é um soco para aqueles que o tempo já passou, para aqueles que a juventude já é passado e o futuro cheio de sonhos a ser realizado é contrastado por uma realidade frustrante e sem graça. Esse trecho abaixo é bem edgy mas condensa bem o contexto dos personagens (que contrasta com o que era Choose Life para eles 20 anos atrás) (felipe).
No balanço geral “T2” é um filme que acerta em cheio a geração dos anos 90 com uma gostosa nostalgia, mas num olhar frio está longe de ter a mesma relevância do primeiro filme e se coloca como uma comédia dramática apenas muito boa que reúne amigos queridos, mas com pouco assunto.
Boyle não fugiu da cobrança de repetir uma trilha sonora que marcasse, como a do primeiro filme. Recrutou novos nomes da cena britânica - Young Fathers, Fath White Family -, convocou o Prodigy a regravar "Lust for Life", de Iggy Pop, tocada em "Trainspotting" e chamou Underworld a fazer uma versão mais lenta de "Born Slippy", tema techno do longa original (Folha uol, 2017).
"Escolha rolos antigos, desejando ter feito tudo diferente. E escolha ver a história se repetir"
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Fumaça do Tabaco (Shenipabu Myui - História dos antigos)

xamanismosabedoriancestral.blogspot.com
Por Coelho (2003): 
Tekã Kuru, um jovem como nós, fez um rapé de tabaco muito forte, o mais forte que tinha. Então, ele tomou o rapé. Pegou o canudo de taboca, botou o tabaco na mão e aspirou. Ficou bêbado e passou um ano na rede, ali deitado. Por isso que hoje em dia o tabaco é forte. Passou um ano curtindo. Tekã Kuru tinha uma esposa. Enquanto ele ficou de porre de tabaco, sua mulher sempre andava para lá e para cá. Até que começou a namorar com outro cara. Ela começou a ir muito ao roçado. Às vezes, quando voltava, trazia um nambu. Botava na caçarola de barro e caía depois na rede. Fazia que dormia e ficava rosnando como se tivesse pesadelo. A mãe dela perguntava: 
─ O que é que minha filha tem? 
Pegava no punho da rede e balançava. A filha fingia que acordava e fazia que era encantada. Mandava sua mie abrir a panela. A velha abria e encontrava o nambu. A filha fazia que estava estudando o estudo para se pajé. Toda vez que vinha do roçado, aparecia com um macaco, um jabuti e todas aquelas caças. Parece que um dia, depois de um ano dentro da rede, o marido não suportou mais. Levantou, pegou sua arma, flecha e borduna e caminhou atrás da mulher. Encontrou a mulher conversando com outro cara. Tekã Kuru então empurrou a lança nas costas do homem, furou também a mulher. Bateu depois com a borduna até que matou os dois. Quando chegou em casa, a velha estava esperando a filha. 
─ É, minha sogra, parece que tua filha tá morta. 
A velha correu para o roçado e lá encontrou os dois caídos. Enquanto isso, Tekã Kuru sumiu. Acompanhou ele como sua nova mulher uma prima. Foram andando, andando no mundo, até chegarem em outra aldeia na casa de uma irmã dele. Atou sua rede e contou para a irmã que tinha matado sua mulher. Passou ali uns três meses. 
Depois, seguiu para outra aldeia, onde morava outra irmã. Ela estava viúva. Seu marido tinha sido comido por um encantado. Nesse dia, Tekã resolveu partir uma lenha para ajudar sua irmã, que lhe disse: ─ Não, meu irmão, não parte essa lenha não, porque o bicho vem e come a gente. 
O irmão não se importou. Pegou o machado e começou a abrir a lenha. A lenha afastava-se sozinha, O homem tentou três vezes abrir a lenha, até que apareceu um homem encantado. Ele pegou a borduna, bateu e firmou com a lança, até matar o encantado. Passado ti m mês, foi para outra aldeia e encontrou outra irmã viúva.

─ Irmão, eu não tenho mais marido. Ontem, a onça comeu ele.
O irmão resolveu pegar essa onça. Perguntou a que horas que ela atacava. A irmã Contou tudinho. Chegava de noite, às doze horas. Quando a pessoa estava dormindo na rede, pegava ela de surpresa e comia.
Então, o Irmão mandou cercar tudinho. Cercou a casa da irmã e mandou ficar lá na rede a mulher dele e a irmã viúva. Ele ficou na porta esperando até as doze horas. Quando quis dar no sono, ele escutou a onça esturrar. Pegou a flecha. Quando viu o vulto do bicho, apertou a flecha e flechou a onça. A onça caiu morta.
Passaram-se mais dois meses. Tekã Kuru seguiu para outra aldeia, onde tinha outra irmã.
Esta, toda vez que tinha um filho, o gavião real levava para seu ninho, numa samaúma grande no mato. Pegava o menino na hora que ela ia dar banho no terreiro. O irmão resolveu pegar o gavião real para salvar seus sobrinhos. Mandou buscar barro e fez uma boneca grande, tipo um menino. Cortou cabelo, colocou no boneco e quando viu o gavião real chegando no pau da samaúma mandou a irmã banhar o boneco no terreiro, como fazia com os filhos.
Assim a irmã fez. Quando viu o gavião voando para pegar a criança, soltou a boneca e o bicho se atracou com o menino, mas não pôde carregar. Pregou os dois pés e ficou enfiado no barro liguento. O irmão veio e meteu o pau, matou o gavião real.
Passaram mais dois meses e o irmão resolveu passear em outra aldeia onde estava sua outra irmã.
─ Não, não vá, não! Lá no meio cio caminho tem um pica-pau que, quando começa a
cantar, ninguém conseguiu sobreviver ao seu canto.
O homem foi assim mesmo. Quando o pica-pau chegou voando, cantando, foi morto pela sua borduna.
Chegou assim na casa de sua irmã. Passados uns meses, resolveu seguir viagem para outra aldeia, visitar urna outra irmã.
─ Não, não vá, não! No meio do caminho tem uma casinha que faz escurecer, quando alguém vai chegando lá.
Ele assim mesmo decidiu ir. Seguiu seu caminho e quando chegou no ponto que sua irmã falava, escureceu. Ele ficou lá debaixo da casinha, atou a rede, convidou sua mulher para deitar, acendeu um pedaço de sernambi para alumiar e escondeu a luz debaixo de urna panela. Quando deu base de doze horas, ele ouviu bater de cima para baixo, descendo, um bicho que comia gente. O bicho vinha descendo e, quando chegou pertinho da casa, o homem abriu a panela, clareou a escuridão e meteu a flecha no animal que caiu, “pof”, no chão.
Conseguiu chegar na casa de sua outra irmã que disse espantada:
─ Como é que você vem chegando aqui? Ali ninguém nunca passou. Ali some mesmo!
O irmão descansou lá uns dias e resolveu continuar seu caminho para visitar outra irmã. Chegou em outra aldeia, onde encontrou sua irmã viúva, o marido morto por um macaco.
Mais uma vez o irmão conseguiu salvar a vida de sua família, matando o macaco preto com uma flechada certeira no peito.

Continuou sua viagem para outra aldeia e enfrentou desta vez um caboré encantado que conseguiu abater com a sua borduna.
Desta aldeia, seguiu viagem para outra aldeia para visitar uma outra irmã. No caminho, enfrentou um bicho encantado com metro e meio de braço, de dois braços. Bateu no calcanhar e então o bicho esmoreceu. Ele meteu o pau, derrubou ele. Matou e continuou o caminho até a casa da irmã.
─ Como é que você chegou, meu irmão?
─ Matei o rapaz, matei o animal!
Após uns tempos, seguiu viagem, como de costume, para outra aldeia. Mas, antes, ouviu conselho de sua irmã:
─ Não vai, não! Lá tem uma pessoa que come fígado de gente.
Assim mesmo o homem viajou. Chegando lá, encontrou sua irmã e seu cunhado animados esperando por ele. Atou sua rede e deitou.
O cunhado disse:
─ Tua irmã vai cozinhar umas bananas. Vamos tomar um banho. Tem um igarapezinho que dá muito bodó. Daquele bodó amarelinho. Vamos pegar um bocado para comer com banana.
Os dois cunhados foram então para o igarapé tomar banho. O irmão sempre com cuidado, observando o cunhado que levava um pau. O homem levou sua borduna e, enquanto mergulhava, continuava olhando com cuidado o seu cunhado.
Em plena claridade do sol, o cunhado pegou o pau para bater nele, mas Tekã Kuru desviou e o cara errou. Tekã foi em direção ao cunhado. Agüentou a borduna e derrubou ele, que foi bater no chão. Pinpinou ele de borduna. Ele começou a gritar. Sua mulher chegou, viu a cena e ficou olhando, esperta. Depois, pegou na saia, começou a dançar, dançar e cantar na língua:
─ He, he, he, he...
Depois Tekã mandou sua mulher matar sua própria irmã, por ser a esposa do homem que já estava morto, o que comia fígado.
A mulher foi e matou sua cunhada. E os dois continuaram sua viagem. Tekã matou assim todos os animais e até a sua irmã e o seu cunhado, aquele que comia fígado. Enfrentara, até então, todos os perigos.
Um dia, em uma de suas viagens, um conhecido seu matou um urubu para ele comer.
Pelou o urubu bem peladinho e convidou Tekã para comer. Dizia que era um gostoso mutum. No começo, Tekã recusou, mas o cara insistiu. Até que ele, valentão, aceitou de comer o urubu. Rasgou a carne bem lá de dentro, tirou um pedaço e comeu. Disse que amargava m oito. Sentiu então q mie ia finalmente morrer.
─ Mulher, dessa vez vou cair.
Passado um mês, Tekã Kuru, que comeu fígado de urubu, morreu.

Shenipabu Miyui - História dos antigos reúne, em uma edição bilíngüe (Kaxinawá-Português), doze narrativas dos mitos de fundação da nação indígena Kaxinawá, que habita a região do Alto Purus, na divisa do Acre com o Peru. O livro é fruto da pesquisa de professores Kaxinawá, que percorreram as diversas terras de seu povo com o objetivo de criar uma escrita que preservasse a sua memória. Esse trabalho chega agora às mãos de todos os interessados, trazendo um precioso material de reflexão sobre uma parte até então encoberta, desvalorizada e pouco difundida de nosso diversificado patrimônio histórico-cultural.
Livro Shenipabu Myui - História dos antigos
Referências:
Organização dos Professores Indígenas do Acre
COELHO, Maria do Carmo Pereira. As narrações da cultura indígena da Amazônia: lendas e histórias. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (tese), 2003.

Trainspotting (1996)


Outros títulos: Trainspotting: Sem Limites
Diretor: Danny Boyle
Duração: 94 minutos
País de origem: Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte
Áudio: Inglês | Legenda: Português
Sinopse: Um retrato da juventude viciada de Edimburgo, capital da Escócia. Focado na vida de Mark Renton (Ewan McGregor), um rapaz que escolhe viver assumidamente como um viciado em heroína e deixa de lado os padrões da sociedade. Ao lado de seus amigos – Sick Boy (Jonny Lee Miller), Tommy (Kevin McKidd), Spud (Ewen Bremner) e Begbie (Robert Carlyle) – ele curte futebol e usar sua droga favorita o tempo todo. Cada um desses personagens peculiares tem uma história diferente, ora divertida, ora dramática, e todas elas se cruzam por conta do vício. Renton vai além dos limites o tempo todo e isso tem um preço. Cabe ao rapaz e a seus amigos tomar as rédeas de suas vidas e sair dessa. Mas será que eles querem realmente viver assim?
"Escolha um emprego. Escolha uma carreira. Escolha uma família. Escolha uma televisão enorme. Escolha lavadoras de roupa, carros, CD players e abridores de latas elétricos. Escolha boa saúde, colesterol baixo e plano dentário. Escolha uma hipoteca a juros fixos. Escolha sua primeira casa. Escolha seus amigos. Escolha roupas esporte e malas combinando. Escolha um terno numa variedade de tecidos. Escolha fazer consertos em casa e pensar na vida domingo de manhã. Escolha sentar-se no sofá e ficar vendo game shows chatos na TV enfiando porcaria na sua boca. Escolha apodrecer no final, beber num lar que envergonha os filhos egoístas que pôs no mundo para substituí-lo. Escolha o seu futuro. Escolha viver."
Para quem não sabe (eu não sabia té escrever esse post) há um novo filme chamado T2 Trainspotting (2017): "essa sequência parece não ser um retorno apenas por fins comerciais, como a maioria de reboots, remakes e spin-offs hollywoodianos. T2 visa a todo o momento se perguntar por que está de volta: por nostalgia (um aconchego emocional), por vingança ou reparação? Esses são motes que motivam a viagem de T2."
Boyle busca representar as sensações proporcionadas pelo consumo de substâncias entorpecentes, como a adrenalina, o êxtase, a angústia e as alucinações. O diretor é muito bem-sucedido em sua escolha, fazendo com que o espectador divida com os personagens uma experiência intensa e de grande amplitude emocional. Esta escolha permite também a criação de momentos visualmente marcantes, que adentram o terreno do surreal, como o mergulho de Renton na privada do “pior banheiro de toda a Escócia”, ou quando o personagem literalmente se afunda no vício e no tapete da sala de seu fornecedor, interpretado pelo ótimo Peter Mullan. Muitas destas sequências podem ser consideradas desagradáveis, como a do bebê morto de uma das usuárias de heroína (mais tarde uma semelhança com bebê de vítima no filme Ex Drummer (2007)) ou o incidente intestinal de Spud na casa da namorada, mas Boyle as retrata sem pudor. Com isso o diretor se mantém fiel à sua fonte criativa, a obra de Welsh, inclusive em outros detalhes, como as particularidades da cultura escocesa (as gírias e o forte sotaque local, por exemplo).
Esta sintonia é fundamental, pois mais do que um filme sobre o mundo das drogas, Trainspotting é um filme sobre amizade. Um tipo de amizade errática, que parece surgir apenas nos momentos de necessidade causados pelo vício, mas que de algum modo exerce grande força sobre os personagens. Personagens que são, sem exceções, figuras amorais e autodestrutivas, de difícil identificação com o público. Características que criam uma barreira de empatia, superada pela já citada qualidade do elenco, e também pelo modo sem julgamentos com o qual Boyle expõe estas figuras, mostrando suas ações e consequências sem estabelecer limites de certo e errado.
Por fim temos outro importante e influente elemento, a trilha sonora, que vai de Iggy Pop ao grupo Underworld, cujo single “Born Slippy” se tornou um hit e marca registrada do filme, que também retrata a mudança cultural dos anos 90, quando as festas de rock e as drogas “clássicas” deram lugar à cena da música eletrônica e das drogas sintéticas. Tudo isso faz de Trainspotting um trabalho emblemático de uma época, que apesar de sofrer um pouco com o desgaste de seu estilo muito imitado e da carreira instável que Danny Boyle construiria a seguir, possui um impacto inegável (papo de cinema).
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Caipora e Curupira: Intoxicados pelo retrocesso ambiental?

Caipora é uma índia anã, com cabelos vermelhos e orelhas pontiagudas. Existem versões em que seu corpo é todo vermelho e noutras, verde.
Aguilera (2007) lexicaliza dois verbetes: caapora e caipora. No primeiro, descreve o caapora como S. 2 [do tupi Kaa’pora], “o que há no mato”. Entre os índios o homem morador do mato, roceiro. V. caipira (1) Bras. Caipora (1). No segundo, já para caipora traz:  [do tupi Kaa’pora, morador do mato.] 1. Ente fantástico oriundo da mitologia tupi, representado segundo as regiões, ou como forma de mulher unípede que anda aos saltos, ou com uma criança de cabeça grandíssima, ou como caboclinho encantado, ou como um homem agigantado, montado num porco-do-mato ou com um pé só. 
Ela vive nua nas florestas e tem o poder de dominar e ressuscitar os animais. Seu intuito principal é defender o ecossistema e, portanto, faz armadilhas e confunde os caçadores. Além disso, ela tem o poder de controlar os animais e, por isso, os espanta quando sente que algo de mal pode acontecer.
Em certas versões, ela tem o pés voltados para trás igual ao Curupira. Por isso, em alguns locais do Brasil, ela é confundida com o Curupura.
Alguns estudiosos afirmam que a Caipora surgiu da lenda do Curupira. Ou seja, para eles ela é uma derivação dessa personagem folclórica.
Quanto a isso, podemos notar aspectos similares entre as duas figuras, como por exemplo, serem protetores da floresta. Ambos lutam pela preservação do ambiente e costumam assustar ou mesmo pregar peças nos caçadores, madeireiros, exploradores, etc.
Outra versão:
De acordo com (Foguel 2016) Caipora é uma entidade da mitologia tupi-guarani. É representada como um pequeno índio de pele escura, ágil, nu, que fuma um cachimbo e gosta de cachaça. Seu corpo é coberto de pelos. Vive montado numa espécie de porco-do-mato e carrega uma vara. Aparentado do Curupira, protege os animais da floresta. Os índios acreditavam que o Caipora temesse a claridade, por isso protegiam-se dele andando com tições acesos durante a noite.
No imaginário popular em diferentes regiões do País, a figura do Caipora está intimamente associada à vida da floresta. Ele é o guardião da vida animal. Apronta toda sorte de ciladas para o caçador, sobretudo aquele que abate animais além de suas necessidades. Afugenta as presas, espanca os cães farejadores, e desorienta o caçador simulando os ruídos dos animais da mata. Assobia, estala os galhos e assim dá falsas pistas fazendo com que ele se perca no meio do mato. Mas, de acordo com a crença popular, é sobretudo nas sextas-feiras, nos domingos e dias santos, que tudo se intensifica. Porém todavia, tem como driblá-lo. Caipora gosta de fumo, então diz que antes de sair tem que deixar fumo de corda no tronco de uma árvore e dizer "toma caipora, deixa eu ir embora". A boa sorte de um caçador é atribuída também aos presentes que ele oferece. Assim por sua vez, os homens encontram um meio de conseguir seduzir esse ente fantástico.

Note que ela pode ser representada por um homem ou uma mulher. Isso vai variar de acordo com a região em que a lenda é relatada.
No livro "Uma Viagem Através Do Folclore Brasileiro" (Foguel, 2016) descreve Curupira com traços semelhantes a Caipora. "anão de cabelos vermelhos e compridos, pés virados para trás [...] também se dizia que a pessoa deveria levar um rolo de fumo para entrar na mata caso encontrasse, Curupira assim como Anhanga ou Pai-do-Mato são protetores da fauna e da flora, também assobia e deixa pegadas, e como seus pés são virados para trás engana os exploradores da natureza.

Agora parou o blablabla...

Qual a diferença entre Caipora e Curupira?

"Os Curupiras têm a pele parda e cabelos vermelhos, que geralmente passam dos ombros. Costumam se adornar com pedras preciosas, linhas de tinta vermelhas e pretas e cipó, além de brincos e colares. Enquanto os Curupiras apenas passam linhas de tinta, fazendo desenhos como os índios, os Caiporas pintam a pele inteira de uma única cor, o verde-mato. Quem o vê pensa que sua pele é verde, mas a pele é parda também. Só que eles sempre vivem com a pele pintada, deixando apenas alguns traços brancos no rosto eventualmente. Para os Caiporas, é ofender a Sy deixar a pele parda, pois como são filhos da Mãe-Terra, devem pintar a pele da cor dela.
Os Curupiras são menos espirituais que os Caiporas, e menos sérios também. Os Caiporas são tão empenhados na adoração da Mãe-Natureza que dão a entender que são cruéis – e muitas vezes os são mesmo. Os Curupiras são mais de diálogo, os Caiporas são mais mortais e perigosos. Seus reinos em florestas são tão bem escondidos que nem mesmo um Curupira poderia encontrar com facilidade.
Os Caiporas tem a pele inteira pintada de verde-mato, mas têm cabelos vermelhos como os dos Curupiras. Geralmente utilizam o arco e flecha como armas de conflito, e são os melhores nisso" (folclorando, 2015).

Curiosidades

A Caipora também é uma personagem do programa televisivo “Castelo Rá-tim-bum”. Esse programa infantil passava nos anos 90 na TV Cultura. Nas telinhas, cada vez que alguém assobiava a Caipora aparecia e contava histórias indígenas (Toda Materia).
“Castelo Rá-tim-bum”
"Suas primeiras pesquisas coletavam principalmente os versos e lendas transmitidos oralmente pelos camponeses analfabetos e que pareciam representar uma herança antiquíssima. Gradativamente, a sua abrangência foi se ampliando, atingindo, para além da poesia oral, as melodias, danças, festas, costumes e crenças das populações rurais" (VILHENA, 2017).
A tradicionalidade, talvez a característica básica dos fatos folclóricos, é entendida hoje como uma continuidade de representações do passado, na qual os fatos novos se inserem sem provocar, contudo, uma descontinuidade com as antigas práticas. No âmbito desse entendimento, o folclore é universal e tradicional em seus temas e motivos – as invariantes –, e é regional, isto é, próprio de uma comunidade, de uma vila, de uma região, na medida que é atualizado na ocorrência de variantes e versões: O Bumba-meu-Boi, o mito do Caipora (Curupira), sobrevivendo de diferentes maneiras por todo Brasil, são exemplos dentre tantos outros. portadores de folclore não são mais exclusivamente analfabetos; muitos deles são responsáveis pela circulação, comercialização, divulgação e até mesmo da gravação da sua obra, como é o caso da cantoria, ou utilizam as novas tecnologias da comunicação para imprimir o seu folheto [...]  o folclore é dinâmico e evolui com as mudanças da sociedade. Não é sobrevivência, mas cultura viva. As nossas manifestações folclóricas são criações do povo brasileiro ou foram recriadas a partir de outras culturas e incorporadas às nossas tradições (ALCOFORADO, 2008).

As lendas do folclore brasileiro, são ou eram facilmente disseminadas por pessoas analfabetas, que de fato acreditam nelas! Entretanto, mais inteligentes que a ganância industrial, de empresas multinacionais, essas que passam por cima da regionalidade, da natureza e do próprio ecossistema.

O Curupira perdeu a força do mito

Artigo de Raimundo Nonato Brabo Alves 
O Curupira é uma entidade mitológica do folclore brasileiro. Tão antiga que o Padre José de Anchieta já o citava em 1560. No tempo de José de Anchieta eram apenas os caçadores e lenhadores. Hoje além deles são madeireiros, barrageiros, mineradores, garimpeiros, agronegociadores e principalmente legisladores que se o Curupira como entidade da floresta não conseguiu inspira-los, já perdeu ha muito seu poder de proteção contra os demais atores de destruição da floresta, tanto da Mata Atlântica quanto da Amazônia.
O Curupira perdeu feio a batalha no Congresso Nacional com o novo texto do Código Florestal aprovado em primeira instancia na Câmara e no Senado. O “novo código” cujas emendas ameaçam as APPs e as matas ciliares e anistiava os desmatadores que em desrespeito a lei não preservou suas reservas florestais, se constitui em retrocesso segundo a comunidade científica e de ecologistas, preocupados com os crescentes desequilíbrios ambientais.
Não tem mais poder o Curupira de impedir o avanço do agronegócio de monocultivos sobre as pequenas propriedades de agricultores familiares, que ao vendê-las a preços aviltantes aos grandes grupos empresarias, se tornam assalariados das mesmas empresas, comprometendo a cadeia produtiva de inúmeros cultivos como a o da mandioca, produto altamente ligado à cultura amazônida, provocando a instabilidade de oferta e de preço como no ano anterior, comprometendo a segurança alimentar da região.
O Curupira há muito não consegue mais confundir os garimpeiros e mineradores que com equipamentos mais sofisticados multiplicam por muitas vezes a velocidade de exploração dos minerais da Amazônia a ponto de suplantar a capacidade de degradação natural de seus rejeitos tóxicos, transferindo como herança para às futuras gerações, verdadeiros “cemitérios” de metais pesados nas proximidades da maior bacia hidrográfica do planeta.
Os mitos e lendas da Amazônia, tal como o Curupira, vem sendo triturados e liquefeitos pelas serras, turbinas, fornos e engrenagens que nos últimos 50 anos promovem o “desenvolvimento” da Amazônia. Quanto mais se fala em sustentabilidade a impressão que fica é a de que menos se pratica. Espero que haja tempo para uma reflexão da sociedade sobre o futuro que queremos, para que nossos mitos e lendas tenham algum significado para as futuras gerações.
Raimundo Nonato Brabo Alves é Pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental
EcoDebate, 28/02/2014

Fotografias para conhecer!

Parque Ambiental Chico Mendes - Rio Branco, Acre, Brasil
Parque Ambiental Chico Mendes - Rio Branco, Acre, Brasil

Rio Branco, Acre, Brasil (O curupira (1996). PVA sobre zinco. Acervo: Fundação Garibaldi Brasil, Rio Branco-AC.)

Outras imagens...

Imagem 1 
Imagem 2
A Caipora tá lá na mata, ela tá dançando ela tá te vendo, seu moço aperta seu passo pois nas garras dela tem inté veneno, sinhô essa Caipora é brava não mexe com os bichos e suma logo, saia correndo; ela mora aqui faz tempo, toda essa natureza ela vai protegendo. . .
Imagem 3

Imagem 4
Imagem 5
Imagem 6

Referências:
Imagem 1: https://harrypotter.fandom.com/wiki/Caipora
Imagem 2: Caipora by  rafanarchi
Imagem 3: https://www.facebook.com/folcollab/photos/a.111258986135925/168618837066606/?type=3&theater
Imagem 4: https://revistagalileu.globo.com/Cultura/noticia/2018/11/lendas-59-quadrinistas-se-reunem-para-contar-o-folclore-brasileiro.html
Imagem 5: https://incrivel.club/admiracao-curiosidades/10-lendas-do-rico-folclore-brasileiro-como-voce-nunca-viu-671060/
Imagem 6: https://br.pinterest.com/pin/603200943820871731/
Toda Materia: https://www.todamateria.com.br/caipora/
Ecodebate: https://www.ecodebate.com.br/2014/02/28/o-curupira-perdeu-a-forca-do-mito-artigo-de-raimundo-nonato-brabo-alves/
Folclorando, 2015 (Acácio Souto): https://folclorando.wordpress.com/2015/01/14/qual-a-diferenca-entre-caipora-e-curupira/
ALCOFORADO, Doralice F. X. Do folclore à cultura popular. Boitatá – Revista do GT de Literatura Oral e Popular da ANPOLL, v. 3, 1980. 2008. Texto apresentado pela autora, enquanto presidente da Comissão Baiana de Folclore, em 03/09/2007, no Rotary
Club, Salvador. 2008. INSS 1980 - 4504.
FOGUEL, Israel. Uma Viagem Através Do Folclore Brasileiro. São Paulo: Clube de Autores, 2016.
AGUILERA, Vanderci de Andrade; DOS SANTOS, Ariane Cardoso. Crendices populares paranaenses: o caso do caipora. Boitata, v. 2, n. 3. 2007.
VILHENA, Luís Rodolfo da Paixão. Projeto e missão: o movimento folclórico brasileiro 1947-1964. 2017.
https://almaacreana.blogspot.com/2016/08/helio-melo-o-artista-da-floresta.html
https://www.flickr.com/photos/visitbrasil/23808145089/in/photostream/

Eu, Christiane F. - 13 Anos, Drogada e Prostituída (1981)


Outros títulos: Christiane F. - Wir Kinder vom Bahnhof Zoo
Diretor: Uli Edel
Duração:  125 Minutos
País de origem: Alemanha
Áudio: Inglês | Legenda: Português

Sinopse: Na cidade de Berlim, nos anos 70, a adolescente Christiane (Natja Brunckhorst) é uma jovem comum que mora com a mãe e a irmã caçula. Ela sonha em conhecer a "Sound", discoteca mais moderna e badalada do momento. Menor de idade, ela consegue entrar com a ajuda de uma amiga, conhece Detlev (Thomas Haustein) e começa a se aproximar das drogas. Primeiro álcool, depois maconha, calmantes, LSD, heroína. Imersa no submundo do vício, ela passa a prostituir-se.

De acordo com JLongo-1 (imdb),  Esse filme poderoso e chocante é uma adaptação do livro best-seller baseado na história real de Christiane F. (como já sabemos), ela viveu em Berlim até meados dos anos 80 e tendo a mesma idade que Christiane F. Enfatiza a autenticidade do livro, até do filme. Berlim era uma cidade escura e deprimente na época, mas uma verdadeira metrópole com todos os seus problemas. Não precisava fazer parte do "cenário das drogas" para perceber isso em todos os lugares no centro da cidade e arredores. O artigo da revista, seguido do livro e do filme,  expôs ao público e documentou o problema. O filme ainda é relevante 20 anos depois, basta ter um pouco de perspectiva.
A trilha sonora com a música de David Bowie (recentemente relançada em CD) é poderosa e se encaixa no clima geral perfeito. 

No (Vice, 2013) há uma entrevista com a própria e real Christiane. De acordo a própria, o filme não descreveu como cresceu, seu pai era alcoólatra e abusou de sua irmã, e dela, enquanto sua mãe nada fazia. 

Hoje, Christiane tem 51 anos, um filho de 18, e um livro lançado em 2014 para revelar os desdobramentos do vício e da fama repentina. Christiane declarou, em entrevista à revista Vice, que não conhece outra vida. E culpa a fama por estar tão debilitada e continuar usando drogas. Segundo ela, se não tivesse virando uma celebridade, não teria dinheiro para consumir heroína e outras substâncias durante todos esses anos. Pelos direitos autorais das obras, ela recebe mensalmente cerca de R$ 6 mil. Com o segundo livro, Minha Segunda Vida, lançado em 2014, ela disse esperar que as pessoas se assustem mais com as drogas (diversao r7, 2017).

Referências
https://www.vice.com/pt_br/article/bmgdq5/vou-morrer-logo-eu-sei-conheca-a-verdadeira-christiane-f
https://diversao.r7.com/pop/o-que-aconteceu-com-a-garota-de-eu-christiane-f-13-anos-drogada-e-prostituida-13062017
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Mapinguari pan-amazônico

O Mapinguari é o mais popular dos monstros da Amazônia. Seu domínio estende-se pelo Pará, Amazonas, Acre, vivificado pelo medo duma população infixa que mora nas matas, subindo os rios, acampando nas margens ignotas das grandes águas sem nome. [...] Mata sempre, infalivelmente, obstinadamente, quem encontra. Mata para comer. Descrevem-no como um homem agigantado, negro pelos cabelos longos que o recobrem como um manto, de mãos compridas, unhas em garra, fome inextinguível. Só é vulnerável no umbigo. Esse lugar é clássico para a morte dos monstros como o lobisomem em certas paragens, porém o Mapinguari dorme a noite. O perigo é de dia, o dia penumbra no meio das florestas que coam a luz do sol fazendo-a macia e tênue. O mapinguari berra alto, berros soltos, curtos, altos, atordoadores. Esses gritos roucos e contínuos explicam rumores que a floresta produz sem justificação, assim como o Curupira batendo nas árvores, Boitatá enroscando-se em fogo nas relvas, Anhanga galopando com olhos coruscantes, Caapora guiando a manada de porcos caetetus, etc. Que signiica Mapinguari? Possivelmente se trata de uma contração de mbaé-pi-guari, a coisa que tem o pé torto, retorcido, ao avesso. O início do espanto seria o rastro de forma estranha, circular, indicando justamente a direção oposta ao verdadeiro rumo. Posteriormente é que a imaginação criou a figura material, tão semelhante aos outros monstros (CASCUDO, 2015).

Mapinguari pan-amazônico: personagem única e definitiva
Os traços do Mapinguari apresentados acima levam a concluir de imediato que se trata de uma personagem com características muito semelhantes ao Capelobo, mas também se pode deduzir que ele é quase uma síntese das personagens estranhas contidas em narrativas da tradição ancestral europeia (como eram o Polifemo, da tradição grega, e o Olharapo da tradição portuguesa, por exemplo), da tradição ancestral indígena (como o Curupira, sobretudo, gigante ciópode/monópode/unípede e/ou bípede, hipópode e/ou opistópode etc.) e da tradição nordestina (como, particularmente o Pai da Mata e o Capelobo) que no cadinho das florestas e das águas tropicais se tornavam Mapinguari.
Vegini (2014)
Com base no levantamento histórico-bibliográfico de Vegini (2014), constatou-se que: (a) na tradição europeia são muitas as personagens, que contêm uma ou mais das características apontadas acima, destacando-se entre elas o Polifemo de Homero (Imagem 01), como a mais emblemática, o ciclope da Imagem 02, como uma síntese delas, e o Olharapo, como o mais brasileiro dos monstros lusitanos; (b) na tradição ameríndia, também são muitas as personagens que contêm uma ou mais características descritas acima entre as quais se destacam o Jurupari (Jurupari/Wãx-t/Bisiu), o Anhanga, o Caapora/Caipora, o Mboi-Tatá, os Curiguerês/Curinqueans, o Bicho-Preguiça gigante, o Macaco-Preguiça gigante e o Curupira (Curupira/Mutayús, Curupira/Boraró/Moláro), como a mais significativa dentre elas; (c) a partir de 1500, com a tomada de posse do Brasil pelos portugueses e o choque cultural entre a civilização europeia e a ameríndia daí decorrente, essas personagens foram aos poucos sendo adaptadas e narrativas dessa tradição de gigantes foram refletindo a nova realidade e fazendo surgir, especialmente no Nordeste brasileiro, personagens não menos estranhas como o Pai da Mata, o Papa-Figo, o Gorjala, o Pé-de-Garrafa, o Bicho-Homem, o Labatut, o Quibungo e o Cupelobo/MA, a primeira e a última como as mais expressivas; (d) no final do século XIX e princípios do século XX, essas narrativas chegaram à região amazônica, a partir do Pará, através dos retirantes nordestinos, que buscavam na borracha uma forma desesperada para sobreviver; (e) ao chegarem à região Norte, esses migrantes se depararam com outras narrativas da tradição ameríndia e, nesse novo amálgama, suas personagens sofreram novo processo de adaptação surgindo daí novas narrativas de personagens ainda mais monstruosas como o Capelobo do Pará e, posteriormente, o Mapinguari, um macacão gigante e antropófago, ciclope ou binóculo, ciópode ou bípede, hipópode e/ou opistópode, blêmio, de berros estridentes, com unhas enormes e em forma de garras, cabelos negros e longos, corpo coberto com uma armadura impenetrável, mas vulnerável no umbigo, de onde
exalava fedor insuportável, e de hábitos diurnos de caminhar na mata, período do dia em que se dedicava a praticar suas perversidades; (f) narrativas tendo como protagonista essa nova personagem monstruosa, pela boca dos seringueiros, dos indígenas, garimpeiros, mateiros, caçadores e ribeirinhos, enfim, foram se alastrando pelas matas e barrancas dos rios e alcançaram praticamente toda a região Norte do Brasil, do Norte ao Sul, do Leste ao  Oeste, ganhando assim contornos pan-amazônicos; (g) pelo exame detalhado das características físicas e psicológicas do Mapinguari, ele é, na realidade, um complexo mosaico de traços de personagens de narrativas da tradição europeia (semelhante ao Polifemo de Homero e o Olharapo da tradição oral transmontana, por exemplo), e ameríndia (semelhante ao Curupira do litoral e do interior de todo o Brasil, por exemplo), filtrados, parcialmente, pela tradição dos gigantes nordestinos (semelhante ao Pai da Mata e ao Cabelobo, por exemplo); (h) por reunir em si mesmo e unicamente um amplo feixe de traços de variada tradição de gigantes monstruosos, ele se tornou uma personagem singular e definitiva do folclore amazônico, brasileiro e universal. 
(I) as narrativas da tradição europeia, com adaptações nordestinas, vieram para a Amazônia durante o ciclo da borracha e se disseminaram entre grupos indígenas com as devidas adaptações locais, tornando-se um mito pan-amazônico; 
(II) as narrativas da tradição ancestral europeia, com adaptações nordestinas, e a tradição ancestral indígena se miscigenaram na Amazônia; 
(III) as narrativas  da tradição ancestral ameríndia se difundiram na Amazônia fortemente influenciadas pelas narrativas ancestrais europeias com adaptações nordestinas; 
(IV) independentemente da ocorrência das demais hipóteses, as narrativas da tradição ancestral ameríndia se mantiveram em grupos isolados apesar de que, na locução intercultural, apresentem
tentativas de adaptação.
Vegini (2014)
O ciclope da Imagem 02 abaixo é uma das personagens dos bestiários medievais inspirados em Plínio e Solinos e seus seguidores. Trata-se de uma representação iconográfica de uma personagem gigante multifacetada, uma espécie de desenho síntese da tradição das narrativas ancestrais. Ele é, a um tempo, uma personagem de um olho só [ciclope ou arimáspio], com boca no peito [blêmio], com hipertrofia auricular [panócio], parecendo ter um único pé às avessas [ciópode e opistópode]. 
Conforme mostra a Imagem 07 acima, personagens encontradas por von Martius em narrativas da tradição indígena do Amazonas, ou bocarra em sentido vertical, do nariz ao umbigo como a do Quibungo da Baía, semelhante a uma vagina dentada com seu orifício mortalmente perigoso que conduzia ao útero da mãe Terra de que falam Eliade e Kappler272; somente o Mapinguari tinha unhas compridas em forma de garras como as unhas de dez metros do Pai da Mata do Cariri, como as unhas do Bicho-Preguiça e do Macaco-Preguiça dos Karitiana (SPIX e MARTIUS, 1981, p. 136-7; CASCUDO, 1976, p. 187/ nota de rodapé).

O Mapinguari que vive próximo às aldeias Karitiana é o mesmo que vaga por seringais acreanos ou por outras remotas paragens amazônicas? Como compreender esta aparente vasta difusão territorial do temido ogro, este “verdadeiro demônio do Mal”, nas palavras de Câmara Cascudo (2002, p. 222)?

Os efeitos da presença sempre perigosa do Mapinguari continuam sendo sentidos – ou seja, a experiência real neste particular mundo possível (possível, repito, para mim, não para aqueles que o habitam) – pelos Karitiana e pelas populações ribeirinhas em Rondônia, conforme a matéria publicada no jornal eletrônico rondoniaovivo.com, em 8 de outubro de 2014, e discutida por Vegini e Vegini (2015, p. 8). De acordo com o noticiário: 

A notícia de que um grupo de catadores de açaí teriam avistado um mapinguari na Reserva Florestal Sumaúma deixou os moradores da Vila dos Pescadores apavorados. Localizada na cabeceira da ponte sobre o rio Jamari, há cerca de 85 quilômetros de Porto Velho, a Vila dos Pescadores é formada por mais de 30 famílias, todas sobreviventes da pesca e da extração do açaí. O fato aconteceu no início do mês de setembro [de 2014], quando um grupo de extrativistas foram [sic] realizar a coleta do açaí no rio Japiim, onde fica localizada a Reserva Sumaúma, próximo a uma grande Serra. De acordo com um dos extrativistas, que prefere não se identificar, essa é uma viagem muito perigosa, pois são cerca de 5 horas de viagem de motor Rabeta para chegar lá. “Na Reserva Sumaúma é onde está a maior quantidade de açaí silvestre, mas por ser uma mata onde ninguém adentrou, ficamos expostos a vários riscos, entre os quais, inúmeras espécies de cobras e onças”, afirma.
Para outro catador que fazia parte do grupo, tudo teria começado quando eles ouviram um grito floresta adentro. “Comecei a imitar o grito e percebi que o som se aproximava de nós. Foi quando começamos a ouvir um forte estralo e de maneira intermitente. Nesse momento, apareceu uma criatura de cor escura e de aproximadamente dois metros de altura, com apenas um olho avermelhado como chamas”, disse.
Assustados, todos deixaram o açaí que tinham colhido e correram para a beira do rio, pegaram o Rabeta e voltaram para uma barraca improvisada que eles tinham feito. Mas ao chegar próximo da barraca, o medo foi ainda maior, quando viram novamente a criatura próximo da barraca. Na mesma hora, todos retornaram para a canoa, ligaram o Rabeta rapidamente e voltaram atemorizados em direção a Vila. “Já estava escuro quando saímos da reserva, sem lanterna e deixamos tudo para trás. A viagem de volta foi mais perigosa, pois não enxergávamos quase nada”, disse um deles.
O susto foi tão grande que alguns deles não conseguiram dormir por alguns dias. A notícia logo se espalhou na Vila e devido ao ocorrido, nenhum extrativista se arrisca a ir mais naquela reserva (Bosco, 2014).

Estavam eles sob efeito de Ayahuasca?


Referências:
BOSCO, João. Mistério - Catadores de açaí afirmam ter visto um Mapinguari. Rondoniaaovivo.com, 7 out. 2014. Disponível em: <http://www.rondoniaovivo.com/noticias/misterio-catadores-deacai-afirmam-ter-visto-um-mapinguari/119282#.VVHsbyHBzGd>. Acesso em: 04 março 2019.
CASCUDO, Luíz da Camara. Geografia dos mitos brasileiros. Global Editora e Distribuidora Ltda, 2015.
VANDER VELDEN, Felipe Ferreira. Realidade, ciência e fantasia nas controvérsias sobre o Mapinguari no sudoeste amazônico. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, v. 11, n. 1, p. 209-224, 2016.
VEGINI, Valdir; VEGINI, Rebecca; FERREIRA NETTO, Waldemar. O monstruoso Mapinguari pan-amazônico: uma sucessão de adaptações aloindígenas. Porto Velho: Temática, 2014.
VEGINI, Valdir; VEGINI, Rebecca. O gigante monstruoso mapinguari e a solidez dos narratemas da tradição. Revista Sustentabilidade Organizacional, Porto Velho, v. 2, n. 1, p. 1-13, fev.-jul. 2015.

Visitor Q (2001)


Outros títulos: Bijitâ Q (Original), ビジターQ (Japão)
Diretor: Takashi Miike
Duração: 84 minutos
País de origem: Japão
Áudio: Japonês | Legenda: Português

Sinopse: Visitor Q retrata, de forma bizarra, a crise da família burguesa no Japão. Kiyoshi Yamazaki, interpretado por Kenichi Endo, é um pai, de profissão jornalista, que busca realizar uma reportagem sobre violência e sexo no Japão. Ele começa tendo sexo com sua filha que é prostituta e filma seu filho sendo humilhado e agredido por colegas de escola. Por sua vez, em casa, seu filho agride a mãe, que é viciada em heroína e que se prostitui. A chegada de um estranho visitante, o "Visitor Q", que acompanha os comportamentos bizarros, provoca mudanças no seio da família Yamazaki.
De acordo com o ScreenAnarchy (2012) Visitor Q é um filme bastante feio, filmado em apenas três dias, pode-se até mesmo localizar alguns microfones de som em duas ou três tomadas diferentes. Miike foi todo digital e prático com Visitor Q e, embora ele se encaixe no filme, trazendo você para mais perto de toda a aberração do que você preferiria, não há como negar tudo parece muito apressado. Porém o filme é hilário demais para se importar com visual... A trilha sonora é praticamente inexistente  na maior parte do filme.  A maioria das cenas contém apenas os sons gravados durante a filmagem. Há uma única música no final do filme, que, ao mesmo tempo, é também a cena mais estilizada de todo o filme. Enquanto assiste ao Visitor Q, você não pode deixar de se perguntar como os atores devem ter experimentado esse filme. Algumas cenas são tão perturbadoras (e diretas ao ponto) que ou se sentiram incrivelmente envergonhadas, ou eles apenas tiveram o tempo de suas vidas enquanto filmavam. Todos os atores fizeram ótimas performances, mas é Kenichi Endo que realmente faz tudo. Seu estado continuamente animado durante os últimos 30 minutos é, sem dúvida, a melhor performance cômica que já presenciei. Cuidado, porém. Falo da experiência quando digo que há muitas pessoas por aí que não reconhecem a comédia neste filme. Embora a primeira hora possa ser considerada simplesmente perturbadora, os 30 minutos finais vão além e é impossível pensar nela como algo além de uma fatia de comédia extremamente sombria. Se você é um (facilmente) ofendido por filmes, é seguro dizer que é melhor ficar claro sobre o filme. O visitante Q é um filme para doido mas um dos filmes mais divertidos. Você tem que estar aberto para o senso de humor perturbado de Miike, Não é um filme que recomendado ativamente, deixaremos o filme recomendar a si mesmo.
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Candy (2006)


Outros títulos: Paradiso + Inferno (Itália)
Diretor: Neil Armfield
Duração:  116 Minutos
País de origem:
Áudio: Inglês | Legenda: Português

Sinopse: Candy é uma pintora jovem e talentosa e Dan, um poeta promissor. Ambos são viciados em drogas. Quando se encontram, é amor à primeira vista. No início, sentem como se tivessem encontrado o paraíso. Mas, como em todos os paraísos, também neste há um pecado original: a heroína. Ambos acreditam que a felicidade não tem limites. Com o decorrer do tempo, percebem que não têm como sobreviver. Candy precisa se prostituir, e Dan não a impede. Eles decidem fortalecer o amor que os une e se casam.
Vários filmes ótimos, tocantes e chocantes foram feitos sobre drogas, um tema que não se cansa. Tivemos o alemão Eu, Christiane F. - 13 Anos, Drogada e Prostituída, que, por meio de uma fotografia escura e de cenas explícitas do uso de drogas, marcou uma geração. Anos mais tarde, surgiu o inglês Trainspotting, de David Boyle, que usando ironias e cenas que beiram a comédia das situações com o drama do vício, encantou um bom público. Em 2000 o americano Darren Aronofsky criou sua obra Réquiem Para Um Sonho, que com um ritmo frenético e com cenas fortíssimas, ficou na mente de muitos e até indicou Ellen Burstyn para um Oscar. Porém, candy é um filme sobre vício. 
A heroína é apenas a desculpa, é o elemento que é necessário para fazer a comparação entre drogas e amor. Candy é um filme australiano independente, adaptado do romance de Luke Davis. Embora as circunstâncias e o contexto não o apresentem diretamente, é uma história de amor, porque fala de amor e de amor de uma maneira extraordinária, evidenciando a profundidade e a complexidade do mesmo. Plasmando-o como pode ser muitas vezes: destrutivo e clichê. Bonito e trágico Não é uma história de conto de fadas e é por isso que compará-lo com a droga encontro tão inteligente, porque usá-los leva a um estado de êxtase infinito, mas a queda é fatal, e ainda, voltamos a usar pelo prazer que nos causa, embora mais tarde, a dor seja excessiva e para curá-la, voltamos à droga. O mesmo vale para o amor quando o que nos faz sentir se torna viciante e a pessoa por quem nos sentimos é tão tóxica quanto a heroína.
O filme é dividido em três partes: céu, terra e inferno, mostrando cada uma faceta e fase diferente do relacionamento do casal e relação com as drogas, como ela cresce seu amor cresce seu vício, como eles não podem controlar seus sentimentos um pelo outro, enquanto sob os efeitos da heroína mais pura e mais amor obsessivo.

Do título do filme você pode revelar qual é o verdadeiro elemento: Candy, a protagonista. É a droga que leva o nome da heroína do filme. Candy é a verdadeira maldição. Apesar de ter sido Dan que a levou a usar drogas, nela é onde está o verdadeiro vício, ela é a perdição de Dan e, por sua vez, a dela mesma. Ela se perde em seu próprio prazer e Dan se perde nela.
No entanto, o peso e importância do filme estão com seus protagonistas e como eles são capazes de transmitir esse vício para o público. Estudos comprovam que a primeira fase de se apaixonar equivale ao consumo de uma dose de cocaína ou heroína, causando os mesmos efeitos no cérebro devido à quantidade de dopamina que ocorre. Uma vez que é subitamente consumido, a descida é terrível, fisicamente e psicologicamente é um sofrimento atroz que parece que você nunca pode recuperar, a menos que você volte a consumir. Os efeitos do amor são os mesmos ou muito semelhantes, e quando os protagonistas tentam parar de usar heroína, o relacionamento deles fica cada vez mais distante. (filmfilicos, 2017).
Outro personagem importante da trama é Casper (Geoffrey Rush), um tipo de mentor de Dan na vida e no uso da heroína. São suas as palavras que parecem prever o destino do casal: "quando se pode parar com a droga, não se quer; quando se quer, não se pode".
A direção é segura, a edição é ótima e o roteiro é foda. Ainda com uma fotografia clara em contraste com a obscuridade das cenas e com a trilha sonora rodeando a melancolia, a obra se fecha numa exposição de tristezas e desilusões. Candy é um filme para ser visto. É um retrato fiel das drogas se misturando com a paixão. Um retrato da decadência dos personagens de Abbie Cornish e Heath Ledger. 
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Thriller: A Cruel Picture (1974)


Outros títulos: Thriller - En Grym Film (Original),
Thriller - Um Filme Cruel, Eles a chamam de a Caolha (Brasil kkk)
Diretor: Bo Arne Vibenius
Duração:  104 Minutos
País de origem: Suécia
Áudio: Inglês (english) | Legenda: Português

Sinopse: Garota é violentada quando criança e perde a fala. Na adolescência, ela vai ser enganada por um pilantra que a vicia em heroína e a prostitui, controlando-a através do vício. Depois de passar por todo tipo de sofrimento, a jovem consegue um treinamento em tiro e artes marciais, partindo finalmente para a vingança. Foi o primeiro filme a ser banido da Suécia - país de sua produção - por causa de suas cenas de sexo e violência.

Este notório e controverso filme sueco sobre vingança sexual foi anunciado com o slogan: "The Movie That Has No Limits of Evil. First They Took Her Speech...Then Her Sight...When They Were Finished, She Used What Was Left of Her For Her Own Frightening Kind of Revenge - THEY CALL HER ONE EYE".
Foi o primeiro filme sueco da era não-silenciosa a ser completamente banido em seu próprio país (na época já sabe né). Ele foi repetidamente editado e censurado (e banido fora da Suécia) por seus controversos temas de estupro e vingança e sexo hard-core.  (Inserções grosseiras e explícitas de um corpo-duplo sendo penetrado vaginalmente e analmente, com closes da genitália feminina e ejaculação foram adicionados ao filme).

A personagem principal era a muda Frigga/Madeleine (Christina Lindberg) cuja vida ficou traumatizada para sempre depois de um estupro em uma idade muito jovem por um idoso abandonado em um parque. Mas uma coisa eu não entendi, a menina estava então em uma bela estrada e para um totalmente estranho oferecendo carona à cidade, e então ela vai, (tipo aqueles filmes de terror que a pessoa cisma em entrar na casa abandonada), esse estranho era o cafetão Tony Dill (Heinz Hopf), que a levou num característico restaurante refinado com umas pinturas características e um serviço a Russa (ou inglesa indireto não sei mais direito), isso não importa, o que importa é que ela vai pra casa dele, bebe a bebida que ele oferece e pá ! Ele a vicia em heroína contra a própria vontade, força a prostituição, corta seu globo ocular (por certos motivos que não vou falar, já estou falando mt), porém nessa cena, a mutilação foi feita em um cadáver fresco (sim claro quem ia ficar parado calmamente imóvel enquanto enfia uma faca nos olhos) que mostra em detalhes em altos close - up, ela então é forçada a usar um tapa-olho (que mudou de rosa para vermelho para preto enquanto o filmeprogredia).
Ao ver que seus pais cometeram suicídio por conta de uma carta falsa, ela começa a treinar para se vingar (armas, direção, tiro, karatê etc). E completamente sem palavras foi atrás de vingança, e a "Um olho só" deu nó em pingo d'água. É um filme divertido, mas com cenas de sexo demasiadas.
Curiosidades: Boatos dizem que depois desse filme, Christina Lindberg encerrou sua carreira de atriz, recusando-se a realizar cenas de sexo explícito e expressando desconforto com o uso de inserções explícitas de penetração total usadas em seus personagens.
Coisas que aprendemos neste filme (por trashcinematrash): 
- Os criminosos suecos, são todos vizinhos (no filme quando uma pessoa telefona a outra, essa pessoa não demora nunca mais de 30 segundos a chegar ao local)   (kkkk)
- A policia sueca, tem os uniformes mais feios, alguma vez feitos 
- Prostitutas com "olho à pirata", são mais caras 
- Existe toda uma gama de cores de palas para os olhos 
- As notas de 1000 kr. suecas, são do tamanho A4  
- Na Suécia o ceu está sempre azul e nunca chove ou neva 
- Não se deve aceitar boleia de pessoas com barbicha e fato aos losangulos - O IKEA já existia em 1974 e tinha modelos tao feios como hoje em dia
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A Centopeia Humana (2009), 2 (2011) e 3 (2015)

A Centopeia Humana (2009)

Outros títulos: The Human Centipede (EUA)
Diretor: Tom Six
Duração: 92 Minutos
País de origem: Países Baixos (Holanda)
Áudio: Inglês | Legenda: Português

Sinopse: Duas jovens estão em viagem quando seu carro quebra numa floresta deserta. Elas buscam ajuda e encontram a casa de um cirurgião de renome internacional e especialista em separações de gêmeos siameses, mas logo elas descobrem que ele pretende juntá-las num só corpo para criar uma centopéia humana.

De acordo com o (cinegnose, 2011), O homem e a humanidade retrocedida à forma de centopeia! E o que é mais radical: não há mais uma hermenêutica, mas uma reversibilidade irônica do Mal: tudo é levado a cabo justamente por instrumentos resultantes da evolução humana: a Ciência, a Razão e a Técnica.
Uma produção com orçamento baixíssimo e filmada em vídeo digital, mas com um tema talvez inédito no gênero terror (o Inumano). Dessa maneira, o filme entra para o hall de filmes “sadianos” como “Saló – 120 Dias de Sodoma” de Pasolini. E por que não utilizar a palavra “sádico”?
O libertino não é um louco, possesso ou demoníaco. Tal como o Dr. Heiter no filme, ele é frio, dominado pelo cálculo científico. Capaz de fazer uma apresentação didática para as suas vítimas, como se estivesse aculturando os selvagens, trazendo a luz da ciência para a humanidade idiota.
No 1º filme, um cirurgião alemão (Dr. Heiter) no melhor estilo: "oficial nazista sádico" (perfeitamente caracterizado pelo ator Dieter Laser).... sequestra 2 garotas americanas e um jovem asiático pra uma experiência aterradora: interligar os 3 por um único aparelho digestivo - costurando a boca de um no ânus do outro (assim, o 1º se alimenta e os demais ingerem suas fezes). A ideia em si chocou meio mundo quando apresentada em 2009 (sendo o filme proibido em diversos países). Mas os fãs de terror gore reclamaram que muito do filme era apenas subjetivo (ficando pra imaginação do espectador). Assim, o diretor chutou o balde de vez na parte 2... Uma ideia genial (sendo uma sequência bem criativa - se comparada com a mesmice das sequências repetitivas de filmes americanos tipo: "Jogos Mortais"). Na "Centopéia 2", um vigia (Martin) de estacionamento é fanático pelo 1º filme (já q a parte 2 considera o 1º apenas um filme) e resolve repetir na "vida real" o experimento feito na parte 1. Só q o maluco agora não é cirurgião, e resolve "emendar" as pessoas pregando suas bocas no rabo das outras usando um grampeador mesmo. Ele também almeja superar o "Dr. Heiter" (seu ídolo) unindo agora 12 pessoas. As cenas são brutais, e o que ficava apenas subjetivo no 1º agora é explícito no 2º: pessoas ingerindo merda, torturas chocantes (dentes sendo extraídos à marteladas) e a cena de estupro mais brutal da história do cinema: o maluco resolve fazer sexo com a sua "Centopéia" enrolando um "arame farpado" (!) no próprio pinto!!! E isso é só uma pequena parte de um filme q pra muitos espectadores será uma verdadeira sessão de tortura assistir até o fim (submundo-hq, 2012).
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A Centopeia Humana 2 (2011)

Diretor: Tom Six
Duração: 88 Minutos
País de origem: Holanda
Áudio: Inglês | Legenda: Português

Sinopse: Escrito e dirigido novamente por Six, a sequência foca em Martin, um homem solitário e mentalmente perturbado que mora com sua mãe e trabalha como guarda noturno em uma estacionamento-garagem no subsolo. Para escapar de sua triste existência, Martin se perde na fantasia do filme de terror cult A Centopéia Humana, fantasiando com as meticulosas habilidades cirúrgicas do Dr. Heiter, cujo conhecimento do sistema gastrointestinal inspira Martin a praticar o impensável.

Como já havia comentado lá em cima sobre o Martin, não vou repetir, Tom Six escreveu e dirigiu essa sequela, que, em de junho de 2011, o BBFC recusou com um certificado no Reino Unido proibindo o lançamento no cinema ou DVD. Mas, percebendo que seria um esforço atoa (porra a gente tem internet sabia), com a grande quantidade de pressão contra a censura, o BBFC concedeu o certificado de filme em outubro com 2 minutos e 37 segundos de cortes.
Cada vez mais popular, o Shock Cinema combina pornografia com ultra-violência, e o segundo filme junta esse sub-gênero ao lado de filmes como A Serbian Film (tem aqui) e Anticristo.
Harvey faz excelente trabalho em seu papel como um Martin lamentável executando uma performance perturbadora e aterrorizante, apesar de não ter muito diálogo.
A Centopeia Humana 2 não tem humor negro e originalidade de seu antecessor, e para alguns que preferem a linha do primeiro, pode parecer um trabalho tedioso através da depravação e perversão (para outros é bem melhor). O filme deixa muitos no mínimo desconfortável, pessoalmente falando, a única cena a qual me deixou realmente desconfortável, foi an parte a qual a mulher entra em trabalho de parto no carro e precisa dar a partida, então PISA no recém-nascido pra acelerar, pqp, mas não cria suspense. O ritmo é lento, embora se redima nos últimos 20 min. Os fãs obstinados ao cinema extremo, trash e gore irão gostar!
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A Centopeia Humana 3 (2015)

Diretor: Tom Six
Duração:  102 Minutos
País de origem: EUA
Áudio: Inglês | Legenda: Português

"Bill Boss (Dieter Laser), diretor de um grande complexo carcerário estadual nos EUA, tem vários problemas: sua prisão tem estaticamente o maior número de revoltas, custos médicos e troca de funcionários no país. Mas ele não consegue o respeito que acha que merece de seus prisioneiros e do governador do estado (Eric Roberts). Ele falha constantemente ao procurar novas ideias para as punições ideais para colocar os detentos na linha, que o leva, junto ao calor infernal, a enlouquecer. Com o local sob ameaça de fechamento do governo estadual, seu braço-direito Dwight (Laurence R. Harvey) tem uma brilhante ideia. Uma ideia revolucionária que poderá salvar o sistema carcerário americano e economizar bilhões de dólares. Uma ideia baseada nos filmes Centopeia Humana, que vai colocar os presos de joelhos - figurativamente e literalmente -, criando a punição derradeira para quer considera uma vida de crimes. Sem nada a perder, Bill e Dwight criam uma embasbacante centopeia de 500 pessoas."
KKKKKKKKKKKKKK isso é o resumo de Centopeia Humana 3. Tchau.
Sim, temos "Dr. Heiter " e "Martin" no terceiro filme em um horror horrível e engraçado, com gritos incessantes e insípidos de Dieter Laser com uma atuação bem ruim de Laurence Harvey. Os dois primeiros filmes foram polêmicos e desconfortáveis de assistir. Perturbadores e, em muitos aspéctos, únicos. Essa última foi apenas irritante. Não choca e sobre a centopeia, quando aconteceu não vou dizer.

MAAAAS, após um comentário no filmow, comecei a ver um filme ruim de um outro ângulo também. Nina (2018): Se pararem pra notar, o carinha que mora logo ali no foço da loucura, mais conhecido como Tom 6 (Six) realizou três filmes utilizando de três elementos dos filmes de terror:
Em Centopeia Humana 1: Nos foi apresentado o suspense;
Em Centopeia Humana 2: O gore extremo;
Em Centopeia Humana 3: O terrir (ou trash).
E de certa forma, se você levar o ver como trash e não buscando os elementos que os outros dois tinham, muito provavelmente vá gostar, porque a função desse terceiro é realmente satirizar a franquia em si, tanto que (SPOILER ----------------- )  é o filme dentro do filme dentro do filme e até o próprio Tom faz aquela pontinha. Assim, podendo ir na direção do divertimento.
↓ ASSISTIR ABAIXO  | FILMOW | VK (A Centopeia Humana 3)

Lost Colony: The Legend of Roanoke (2007)

Outros títulos: Wraiths of Roanoke
Espíritos da Floresta (Brasil)
La colonia perdida (Espanha)
Diretor: Matt Codd (I)
Duração: 95 Minutos
País de origem: Bulgária/EUA
Áudio: Inglês | Legenda: Português

Sinopse: Colonizadores ingleses que aportaram na ilha Roanoke em 1587, encontram um forte construído anos antes totalmente deserto. Logo após membros da colônia começas a morrer de maneiras horríveis. O líder resolve voltar a Inglaterra para pegar provisões e deixa Ananais Dare no comando. Ele descobre que a ilha é assombrada por espíritos nórdicos. Com a ajuda de uma amigo nativo-americano, Dare vai ter que libertar os espíritos de sua prisão terrestre antes que toda colônia esteja perdida.
[Q&A Filmow] Que filme tem vontade de ver mas nunca viu? por preguiça ou por querer assistir rapidamente no tablet. Essa foi a pergunta feita pelo blog, de uma coisa sabemos, sempre tem uns filmes missão impossível de encontrar, impossível mesmo, como por exemplo The Theatre Bizarre 2: Grand Guignol (2018) que nunca vai sair. Então alguns usuários do filmow comentaram:"Cheerleader Camp 2 (1990)" "Floresta dos Condenados 2 (2011)" "The Imp (1981)" "Cannibals and Carpet Fitters (2018) (legendado)" entre outros. No meio disso tudo, foi possível repassar os filmes na versão online: Creature (2011) e Lost Colony (2007) !!!

Wraiths of Roanoke é conhecido por sua básica pesquisa histórica conduzindo uma aproximação dos fatos que aconteceram, os principais atores (Ananias Dare, George Howe, governador John White, filha de Ananias Virginia que foi a primeira europeia nascidano Novo Mundo) são todos nomeados e há uma inclusão de detalhes,  como instruções para esculpir uma cruz de Malta em uma árvore para evidenciar se eles encontraram problemas. Menos bem sucedidas são a aproximação do filme das circunstâncias históricas / sociais da época. Os colonos de Roanoke eram todos puritanos, mas a religião e sua causa de liberdade é mencionada pouco no filme, exceto quando se trata do personagem do padre.  Também os personagens falam livre de coloquialismo arcaico e tendem a ter atitudes mais modernas - as mulheres têm seus cabelos descobertos, por exemplo - do que teria sido aceito na época.
Infelizmente, Wraiths of Roanoke se torna menos interessante quando introduz um elemento de terror. Os espectros titulares são simplesmente figuras que se parecem com exemplares de preço reduzido dos mortos de Dunwood em O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei (2003) e nunca parecem fazer nada de interessante além de pairar espectralmente e invadir o campo para matar pessoas de vez em quando. Certamente, Matt Codd prova lamentável em gerar qualquer atmosfera assombrada de suas aparências. No lado positivo, nós conseguimos ver alguns colapsos moderadamente sangrentos, mas o filme mantém pouco em termos de tensão em algo que não seja uma maneira processada e rudimentar.

Curiosidades: O filme foi baseado em histórias reais e há um livro sobre. Traduzido do inglês "Ananias Dare era um colono da Colônia Roanoke de 1587. Ele era o marido de Eleanor White, com quem se casou na Igreja St. Bride em Londres, e pai de Virginia Dare, a primeira criança inglesa nascida na América. Os detalhes da morte de Dare ainda são desconhecidos (Wikipedia).
No livro de ficção histórica, a história é contada com vários outros fatos relevantes, no final no livro há cinco teorias sobre o que poderia ter acontecido aos colonos da Ilha Roanoke. Menciona que esse mistério é um "arquivo aberto" porque nunca foi resolvido.
No History.com há um vídeo muito bom, também há sobre no site pbs.org e so site da The Lost Colony.
Uma das teorias é que John White retornou e encontrou todas as pessoas mortas, mas a rainha na Inglaterra sabia que se as pessoas pensassem que o Novo Mundo significasse a Morte, então novos colonos nunca iriam criar novas colônias para eles, então foi 'coberto' e dito que foi um grande mistério. 
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